Rock N’ Movie #7: Johnny e June (2005)

Muito além da música, o rock já foi tema por diversas vezes nos cinemas em cinebiografias, comédias, documentários ou ficções. E o quadro Rock N’ Movie aborda sobre produções que celebram o estilo, seja pela paixão dos fãs da música ou sobre vida de grandes astros.

Sem dúvidas grandes atuações marcaram muitas produções que abordam o universo rock and roll. E de atuação o ator Joaquin Phoenix entende. O recém vencedor do Oscar pelo filme Coringa (2019) tem uma vasta lista de personagens marcantes que vão além do palhaço criminoso inimigo do Batman. E hoje vamos abordar uma marcante interpretação, quando encarnou Johnny Cash, no filme Johnny e June (2006).

Não necessariamente por tocar rock, Johnny Cash, o conhecido “Homem de Preto” ficou eternizado na história da música tocando country, mas com estilo de vida e atitude de palco que influenciou mais tarde muitos nomes do rock.

O cara era rebelde, inovador, alucinado e apaixonado. E nas suas obras refletiram muito o seu espírito rock and roll. Suas canções, muitas vezes em tons até depressivos, falavam da vida nos presídios, sobre o consumo de drogas e a respeito de solidão, amores turbulentos e exclusão social.

O longa mostra de forma bem emocionante e verdadeira a juventude de Cash, nos momentos da vida do cantor norte americano como sua infância pobre no Arkansas, seus problemas internos, seu envolvimento com drogas e sua vida conturbada até conhecer June Carter, interpretada por Reese Witherspoon (vencedora do Oscar de melhor atriz por seu desempenho como a cantora e compositora).

O filme tem uma narrativa básica das biografias cinematográficas e retrata como foco principal a relação do casal de músicos. Mas não deixa de mostrar a importância de Johnny Cash na música, especialmente por ser tornar o grande nome da resistência do country.

Um momento memorável e que culmina o longa é o show de Cash dentro da prisão de Folsom, em 1968, gravação que rendeu um de seus álbuns mais icônicos, “At Folsom Prison”. Inclusive o carisma e a popularidade de Johnny Cash com seu público foram retratados.

O desempenho do casal principal é a maior força de Johnny e June. Joaquin Phoenix nos entrega uma imersiva e espetacular interpretação do astro do country, com todas as nuances do cantor. Sua postura ao tocar, sua voz grave, o movimento de por o violão nas costas, o olhar penetrante, sem deixar de lado a fúria de um homem conhecido pela cabeça esquentada.

Conhecida pelas comédias românticas, Reese Whiterspoon, ficou perfeita como June Carter, com um natural jeito meigo que não deixou o resultado final ficar caricato.

Obviamente a música é bem tratada em Johnny & June. Phoenix e Whiterspoon cantam e interpretam eles próprios todas as canções, em um ótimo desempenho.

Apesar de muitos fãs terem se desagradado pelo longa abordar mais a história de amor de Johnny e June, é visível que este é o foco do filme. O exagerado consumo de álcool e drogas ilícitas que moldaram em Johnny Cash em um artista furioso e difícil de conviver, foi relapidada graças a June Carter, com quem viveu uma bonita história de amor. Ambos faleceram em 2003, com apenas meses de diferença.

Johnny e June é um bom retrato e uma boa pedida para conhecer mais sobre a vida e obra dos músicos, principalmente de Cash. Sua música era pura diversidade, pois o Homem de Preto não se prendia a gêneros. Começou no gospel, se consagrou no country e mais tarde suas canções começaram a ter uma pegada maior do rock.

Gravou com Bob Dylan, Elvis Presley, Jerry Lee Lewis, entre outros grandes nomes. Folk, Country, rock… independente de rótulos, Johnny Cash fez grandes obras que se tornaram um marco e que moldou o rock and roll mundialmente.

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