Muito além da música, o rock já foi tema por diversas vezes no cinema em cinebiografias, comédias, documentários ou ficções. E o quadro Rock N’ Movie aborda sobre produções que celebram o estilo, seja pela paixão dos fãs da música ou sobre vida de grandes astros.

E no quesito biografias, o rock se tornou uma grande fonte de inspiração para cineastas. A vida e a obra de grandes músicos são retratadas nas telas e o resultado muitas vezes são de uma assombrosa semelhança dos atores com o músicos na vida real. Como o caso de Val Kilmer, que viveu Jim Morrison no longa The Doors (1991).

Dirigido pelo experiente Oliver Stone (Platoon, Nascido em 4 de Julho), fã confesso da banda, o longa foca nos seis últimos anos do vocalista, iniciando quando ele ainda estudava cinema, onde conheceu o tecladista Ray Manzarek (Kyle MacLachlan), que mais tarde tocaria com ele, e Pamela Courson (Meg Ryan) sua futura companheira. Mas é o ator principal que de fato cumpre a maior interpretação.

Para começar com a grande semelhança que Val apresenta com Jim, fora os trejeitos e modo de falar. Inclusive parece até que incorporou o mesmo espírito xamã que inspirou o músico em suas obras e práticas ancestrais. Para quem não sabe, Jim Morrison presenciou um acidente de carro na estrada, onde um índio teria morrido. Assim, o espírito xamã teria seguido junto com o rockstar.

Ambientado nas décadas de 1960 e 1970, a boa sacada do roteiro é ter falas enigmáticas de Jim Morrison que se tornaram memoráveis Tem momentos que substituios os diálogos por músicas do The Doors, fazendo com que tudo pareça um videoclipe.

Mas o filme aborda mais profundamente o lado alucinógeno de Morrison, incluindo seu envolvimento com sexo e drogas, assim como os pensamentos em relação à banda. Então uma biografia contando a história da banda em si pode não ser bem a definição ideal.

Mas vale muito a pena, especialmente por ter o guitarrista do Doors, Robbie Krieger e o baterista John Densmore como consultores. Manzarek também foi convidado, mas recusou por discordar da visão abordada por Oliver Stone. Anos mais tarde, ele lançou um livro contando a sua versão da história da banda.

Polêmicas à parte e também com o fato de deixar de lado uma abordagem mais profunda de um lado mais sensível e poético de Jim, é que The Doors é um filme que vale a pena ser visto e revisto por ser um trabalho feito por um fã. Além das atuações certeiras, a trilha sonora com os clássicos da banda deixa tudo muito mais interessante e nostálgico.

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