Rock N’ Movie #20: The Dirt – Confissões do Mötley Crüe (2019)

Muito além da música, o rock já foi tema por diversas vezes no cinema em cinebiografias, comédias, documentários ou ficções. E o quadro Rock N’ Movie aborda sobre produções que celebram o estilo, seja pela paixão dos fãs da música ou sobre vida de grandes astros.

Recentemente as biografias de grande nomes do rock voltaram com tudo no cinema. E seguindo o famoso jargão “sexo, drogas e rock and roll” a carreira do lendário Mötley Crüe foi retratada no filme “The Dirt – Confissões do Mötley Crüe” (2019), produção original Netflix.

Sem fugir do clichê, que é bem presente em biografia de rockstars, o longa de quase duas horas vai além e apresenta um retrato mais cru e ácido da trajetória do quarteto. Baseado no livro de mesmo nome, lançado em 2001, e direção de Jeff Tremaine (Jackass), The Dirt, passa por várias etapas, desde a formação do grupo, início de carreira, o estrelato, fama mundial, ascensão, queda e redenção.

Mesmo com um roteiro mais simples, no filme é possível encontrar muito humor ácido e profundos dramas, que dão um clima interessante que prende o espectador.

Os protagonistas são Nikki Sixx (Douglas Booth – Romeo e Julieta, Lola), Mick Mars (Iwan Rheon – Games of Thrones), Tommy Lee (Machine Gun Kelly – Bird Box) e Vince Neil (Daniel Webber – O Justiceiro). Quatro personalidades diferentes, em que cada um carrega um drama pessoal e uma ambição diferente, e conseguem cativar o público.

Surgida em 1981, após o baixista Nikki Sixx sair da banda London, e se juntar com o baterista Tommy Lee, o Mötley Crüe se tornou uma sensação com apresentações memoráveis em Los Angeles, com muita energia do vocalista Vince, a guitarra feroz e rápida de Mick e ampolgada cozinha de Nikki e Tommy. As histórias e os excessos do grupo nos bastidores são o pano de fundo de “Dirt”.

Apesar de um ponto fraco ser a falta de profundidade e ritmo acelerado nos fatos, o resultado pode ser proposital para um longa mais enxuto, voltado para a faceta sem limites da banda, em um filme divertido e com o principal intuito de entreter. Sem falar na empolgante trilha sonora com os grandes clássicos do Mötley.

Além do quarteto principal, personagens secundários se destacam, como Pete Davidson o empresário da A & R doofus, que assinou com a banda e David Costabile, o empresário da banda que faz de tudo para manter os eixos (missão difícil quando se trata do Mötley Crüe).

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Há momentos memoráveis, como a turnê com Ozzy Osbourne, que participa do longa na pele de Tony Cavalero (com direito a uma polêmica cena que ocorreu na vida real, segundo os autores). A partir deste momento a história da banda segue por um clima mais dramático que é emocionante.

Um ótimo filme que consegue sair do comum em diversos momentos, mas que deixa de ser perfeito por perder um pouco o ritmo e que pode deixar quem não conhece a banda continuar sem conhecer após o filme. Ficaram vagas várias questões, como histórias fora dos palcos, as famosas festas promovidas por eles, turnês mundiais, participações, motocicletas, formação das famílias, ensaios, entre outros.

Mas se salva ao ser carregado de histórias engraçadas da banda, por exemplo, as destruições em hotéis, clube de strippers e uso de drogas. No final há uma redenção que faz o filme valer a pena de ser conferido, principalmente se o foco do espectador for, em prioridade, a diversão.

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