Muito além da música, o rock já foi tema por diversas vezes nos cinemas em cinebiografias, comédias ou ficções. E o quadro Rock N’ Movie aborda sobre produções que celebram o estilo, seja pela paixão dos fãs da música ou sobre vida de grandes astros.
E para a estreia do novo quadro da Roadie Metal, vamos falar sobre o filme Rockstar (2001).
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Considerado como um clássico para os fãs do heavy metal, o longa conta a história do jovem Chris Collen (Mark Wahlberg), vocalista de uma banda cover da fictícia banda Steel Dragon. Depois de o vocalista sair do grupo e assumir que é gay, Chris é convidado para ser o novo frontman da banda, realizando assim o sonho de ser um astro do rock.
Esse roteiro lembrou uma história real no mundo metal, correto? E não é surpresa que o filme foi inspirado em Tim “Ripper” Owens, vocalista do Judas Priest, de 1996 até 2003 , substituindo Rob Halford.
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Apesar de muito conhecido, curiosamente o longa não foi um sucesso. Inicialmente porque Rockstar foi planejado para ser um filme biográfico do Judas Priest, com a própria banda fazendo a trilha sonora.
Mas integrantes não gostaram do roteiro, alegando ser longe dos reais acontecimentos e por isso, não autorizou o uso do nome do grupo.
Alterações de nomes feitas, a produção seguiu e com participações de músicos reais, como Zack Wylde (Black Label Society,ex-Ozzy), Jason Bonham (filho de John Bonhan, baterista do Led Zeppelin) e Jeff Pilson (Dokken) na banda Steel Dragon. Vale lembrar também que o vocalista Bobby Bears, da Steel Dragon, foi dublado pelo Jeff Scott Soto. E o cantor Miles Kennedy faz participação no fim do filme, como um fã no show.
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Para compor as canções do Steel Dragon, algumas canções de diversos músicos foram gravadas com nova roupagem. As músicas do repertório do grupo fictício são:
“Livin´ The Life”, de autoria Steve Plunkett (Autograph) e Peter Beckett;
“Stand Up”, de autoria de Sammy Hagar e aproveitada pelo mesmo em versão para um de seus álbuns solo, “Not 4 Sale”, de 2002;
“We All Die Young” de Miljenko “Mike” Matijevic;
“Blood Pollution”, composta por Twiggy Ramirez (Marilyn Manson);
“Wasted Generation”, escrita por Desmond Child, A. Allen e J. Allen;
“Long Live Rock n Roll”, cover do Rainbow;
Dirigido por Stephen Herek (Mr. Holland – Adorável Professor), Rockstar mergulha de cabeça no universo das estrelas de rock. Mostrando, no padrão sexo, drogas e rock and roll, que a aparente “rebeldia” e irreverência destes astros contrasta com a realidade.
Pois o roteiro tem momentos de sensibilidade sobre as mudanças do personagem principal, que levava uma vida oposta e padrão, antes de assumir a identidade de rockstar, além das consequências de suas escolhas.
Mesmo seguindo clichês hollywoodianos, com uma trama sobre ilusões, descobertas, decepções, reviravoltas e um final bastante contestado, Rockstar segue aclamado como um dos melhores filmes do gênero.
A atuação dos atores principais convence e deixa o espectador ligado na trama, sempre embalado pelo bom heavy metal oitentista da banda fictícia e também de outros medalhões aparecem na trilha, como Kiss, Rainbow e AC/DC.
E apesar de ser antigo, Rockstar vale a pena ser revisto. Mesmo com um fracasso nos cinemas (com investimento de R$ 57 milhões e retorno de pouco mais de R$ 19 milhões), se tornou sucesso nas videolocadoras na época e com frequência está na grade da TV a cabo e serviços de streaming. Então aumente o som e curta o longa!