Os dois shows no Rock in Rio de 1985 são um marco na história do Whitesnake. Depois disso eles deram uma pausa e se reuniram somente dois anos depois. A banda não estava originalmente no cast do festival, e sim pegaram o lugar deixado pelo Def Leppard que não pode se apresentar. Há duas versões sobre o porquê do Def não se apresentar. A primeira diz respeito ao acidente com o Rick Allen, e a segunda foi que eles estavam enrolados com a produção do álbum “Hysteria”.

Whitesnake aproveitou a oportunidade para incluir a sua turnê de “Slide it in”, lançado em 1984. “Eu consegui sentir essa conexão como Brasil no palco do Rock in Rio em 85. Eu olhava para a multidão espalhada pelo campo enorme balançado os braços como se fosse uma plantação de milho no vento. Sempre vou guardar isso em mim.”, disse o vocalista David Coverdale em entrevista ao G1.

“Não me lembro se foi no primeiro ou segundo show que fizemos, mas começamos a tocar Crying in the Rain e começou a chover de verdade. Pensei: ‘Oh, meu Deus. Deus está ajudando com efeitos especiais aqui!’ (gargalhadas). Isso tornou ainda mais incrível aquela imagem do público, que ia até o ponto mais longe que eu conseguia enxergar. Já fiz grandes shows na Europa. Já fiz o California Jam com o Deep Purple. Mas nada foi como aquilo.”, disse o vocalista em entrevista ao Portal UOL.

Além disso, Whitesnake foi o primeiro representante da música pesada a se apresentar no festival. “O primeiro “hello Rio” do Coverdale foi uma porrada. Todo o som do festival parecia ter mudado. O volume se tornara muito mais potente e som bem mais presente.”, contou Décio Gomes Filho, que esteve no primeiro Rock in Rio.

“Coverdale era fantástico ao vivo com todo aquele malabarismo com o pedestal do microfone. O John Sykes, que nem chegou a ser um dos guitarristas mais importantes do Whitesnake, terminou o dia como o símbolo sexual do festival. Em 2013 no Hellfest assisti um show do Whitesnake que me fez lembrar do Rock in Rio 1. Ou seja, se como um ancião o cara consegue manter aquela voz (desde que tenha tempo para se preparar para tal), imagina o que ele não fazia em 1985?”, disse Décio.

Setlist:
Walking in the Shadow of the Blues”, “Guilty of Love”, “Ready an’ Willing”, “Love Ain’t No Stranger”, “Crying in the Rain”, “Ain’t No Love in the Heart of the City” (Bobby “Blue” Bland cover), “Slow an’ Easy”, “Slide It In”. Bônus: “Don’t Break My Heart Again”.

(Saiba como foram os shows do Iron Maiden e do Queen no Rock in Rio 1985.)