Uma quadrilha formada por latino-americanos, na sua maioria, bolivianos e colombianos está praticando furtos na Cidade do Rock, vêm sendo investigada pela Polícia Civil do Rio de Janeiro. Este grupo seria o mesmo ou uma derivação de outros grupos maiores, que atua em outros mega eventos Brasil afora.
Na sexta-feira, dia da abertura do festival, foram registradas 45 ocorrências, mais 204 no sábado, sendo quase o total. E do lado de fora, cambistas agem livremente, negociando ingressos ilegalmente.
Com a palavra, a coordenadora adjunta da Polícia Civil, Marina Lattavo, que explica ao jornal O Globo como funciona a dinâmica da quadrilha:
“Normalmente a pessoa pega o pertence de outra e já o entrega imediatamente para uma mulher que fica logo atrás. Esta rapidamente some. Algumas vezes os seguranças até conseguem pegar o rapaz que praticou o furto, mas ele já chega aqui sem nada, porque já repassou para um comparsa, por isso a atuação é difícil.”
Ainda não se sabe se existem várias pequenas quadrilhas ou se é uma grande rede de criminosos atuando e a Polícia trabalha pelo desmantelamento deste grupo. Nesta edição, houve aumento da estrutura. São 72 policiais agindo por turno e dois agente ficam o tempo inteiro na central de câmeras da Prosegur, a empresa cuida da segurança privada do Rock in Rio, fazendo o trabalho de monitoramento, enquanto outros seis agentes utilizam softwares de reconhecimento facial. Ainda existe uma base da Central de Inteligência Policial.
Na edição de 2017, as estatísticas apontaram que 80% dos casos registrados dentro da Cidade do Rock eram de furto, então neste ano, a ação da Polícia Civil foi de posicionar agentes com tablets por entre o público nas dependências do evento, para que estes possam fazer os registros. Sete policiais ficam distribuídos entre os três centros de serviço (pontos onde estão os lockers e o setor de achados e perdidos). E Marina explica a logística:
“Assim facilita, porque há casos em que a pessoa vai registrar a ocorrência e já encontra o pertence no achados e perdidos. Mas os nossos principais postos de atendimento são os contêineres do lado de fora, ao lado da entrada da Cidade do Rock. Nestes casos, a pessoa precisa pedir ajuda a alguém do apoio para fazer o registro e voltar. No futuro, nosso objetivo é termos totens para auto-atendimento. Atualmente existe o aplicativo da Polícia Civil online, em que a pessoa pode fazer o registro também.”
Quem fizer o registro com agentes de tablets, receberá a ocorrência por e-mail, mas quem quiser, pode pegar a ocorrência impressa no contêiner da Polícia Civil.
A segurança interna também está tendo trabalho com as seguidas tentativas de invasão por vendedores ambulantes, muitas vezes até mesmo com ajuda de outros vendedores oficiais. Os ambulantes tentam acessar ao festival por brechas nas grades ou pela Lagoa se Jacarepaguá, que circunda a área do evento.
O festival teve a sua primeira parte encerrada neste domingo com a apresentação de BON JOVI como headliner, em uma noite repleta de atrações de gosto pra lá de duvidoso. Na quinta-feira, as atividades retornam com o RED HOT CHILLI PEPPERS como a atração principal.
Fonte: O Globo