Dando continuidade a série de novos quadros sobre assuntos interessantes ao público do Rock e Metal, o quadro “Roadie Metal na fronteira do desconhecido”, tem o intuito de trazer mais informações sobre os mais diferentes subgêneros existentes, de forma a tirar dúvidas sobre estilos pouco conhecidos, acabar com informações enganosas sobre outros, ou simplesmente indicar algumas bandas para quem quiser se aventurar em gêneros novos. O quadro vai ao ar toda quarta-feira.
Hoje, trazemos um gênero que nasceu da mistura do rockabilly dos anos 1950 com o punk rock de meados dos anos de 1970. Psychobilly, que tem suas origens no punk underground de Nova York nos anos 70, no qual os The Cramps são amplamente creditados por serem progenitores do gênero e a primeira banda de psychobilly a ganhar seguidores. O estilo é muitas vezes caracterizado por referências líricas à ficção científica, horror (levando a semelhanças líricas para horror do punk ) e filmes de exploração , violência , escabroso sexualidade e outros tópicos geralmente considerados tabu. Vamos conhecer um pouco mais desse estilo dançante e um pouco assustador.
Histórico
A evolução do psychobilly como um gênero é frequentemente descrita como tendo ocorrido em ondas. A primeira onda ocorreu na cidade de Nova York na década de 1970 e atingiu a Grã-Bretanha no início da década de 1980, a segunda onda ocorreu no final da década e se espalhou pelo resto da Europa e a terceira no final da década de 1990 com a descoberta de gênero popularidade internacional.
O termo “psychobilly” foi usado pela primeira vez por Johnny Cash em sua canção “One Piece at Time”, sucesso no Top Ten de 1976. Elementos musicais e visuais de ambos estilos estão lá, do contrabaixo acústico tocado com a técnica slap (puxar de cordas com o dedo indicador e do meio para a obter sons percussivos); a bateria simplificada, muitas vezes tocada em pé aos moldes da década de 50; porém, com guitarras por vezes mais distorcidas, vocais ora mais gritados.
A cena britânica crescia e chamava atenção até fora do país e os americanos do Stray Cats, se mudaram para o Reino Unido nessa época para tentarem se enquadrar no neo-rockabilly – o verdadeiro irmão mais velho do psychobilly e uma linha tênue separa os estilos em seus primeiros anos de existência. Entre 1980 e 1984, bandas do Reino Unido apareceram com o rótulo de psychobilly, com muitas diferenças entre elas, pois não havia uma formula para definir o estilo. O grande divisor de águas foi o segundo disco do The Meteors “Wreckin’ Crew”, de 1983.
A segunda fase do psychobilly, aconteceu meio dos anos 1980 até o meio dos anos 1990 na Europa, notada como tendo começado com o lançamento em 1986 do álbum de estréia da banda britânica Demented Are Go , “In Sickness & In Health”. A terceira onda do psychobilly começou em meados da década de 1990, com muitos atos incorporando influências de gêneros como: hardcore punk , indie rock , heavy metal , new wave , goth rock , surf rock , country e ska.
Hoje em dia o psychobilly esta bem mais agressivo e mais “billy”, diria até que no momento atual seria algo como a junção de Stray Cats com Motorhead
O Cenário Brasileiro
A onde psychobilly chegou ao Brasil através da banda Os Catalepticos, que se formou em 1996, notável pelo uso de um baixo em forma de caixão. E transformou o Brasil em um dos países percursores do estilo.
As Diabatz é a única formação feminina brasileira e uma das únicas do mundo. Hoje, décadas mais tarde, o psychobilly é quase desconhecido e muito pouco comentado pela mídia. Isso torna a pequena cena musical fortemente unida não só aqui na capital brasileira, Curitiba, do rock, mas no mundo todo. As bandas se conhecem e os shows são quase encontros de amigos.
No Brasil, acontece o Psychocarnival, evento consagrado que acontece na capital paranaense, e é o maior evento do estilo no país.
Características do Estilo
Assim como a música psychobilly, o visual de um “psych”o é uma mescla entre o punk e o rockabilly. O topete dos rockabillies, ícone visual dos anos 50, foram incorporados, porém, raspado dos lados, como um moicano punk. Topetes desproporcionais, enormes, coloridos ou descoloridos também formam o visual. Já o dress code do psychobilly foi mudando gradualmente ao passar das décadas e anos, diferente de outras subculturas que mantiveram o estilo de se vestir.
Musicalmente, as bandas tendem a favorecer tópicos e imagens extraídos de filmes de terror , ficção científica e de exploração , violência , sexualidade lúgubre e outros tópicos tabus , geralmente apresentados de maneira cômica ou explícita , que lembra a estética do campo. Os guitarristas costumam tocar guitarras de corpo oco estilo rockabilly com f-f e uma barra de tremolo, com acordes de estilo punk por um momento e depois passar para o sétimo toque de estilo rockabilly e o sétimo estilo de guitarra rockabilly, com um foco pesado em acordes menores e silenciamento de palma. O simbolo mais popular do estilo, é o contrabaixo, o vertical é freqüentemente usado em vez do baixo elétrico encontrado na maioria das bandas de rock (embora um baixo elétrico às vezes seja opcional). O uso do baixo vertical é influenciado pelos músicos rockabilly e rock and roll dos anos 50.
Álbuns que valem a pena conferir
The Meteors – Wreckin’ Crew (1983)
The Sharks – Phantom Rockers (1983)
Stomping At The Klub Foot – Vol.1 – Vol.5 (1983-1988)
Batmobile – EP Stereo (1985)
Psycho Attack Over Europe Vol.1 – Vol.5 (1985-1991)
Demented Are Go – In Sickness & In Health (1986)
Nekromantix – Curse of the Coffin (1991)
HorrorPops – Bring it On! (2005)
HorrorPops – Kiss Kiss Kill Kill (2008)
Test Pilots – Parachute Party (2015)
No Brasil
Os Catalépticos – Little Bits of Insanity (1998)
As Diabatz – Riding Through The Devil’s Hill (2009)