Na ativa desde os anos 90, a banda de blackened doom metal holandesa SOULBURN irá lançar nessa sexta-feira pela Century Media Records o seu mais novo álbum de estúdio “Noa’s D’ark“, recheado de fundamentos filosóficos, peso e brutalidade!

Em uma entrevista para Roadie Metal, o vocalista e baixista Twan Van Geel e o guitarrista Eric Daniels contaram detalhes sobre a produção e influências do álbum!

-Primeiramente parabéns por Noa’s D’ark, tá realmente muito foda! Como foi a produção do álbum, quando tudo começou?
Eric
: Os sons começaram a ser compostos há mais ou menos um ano atrás, começamos com as guitarras, nós sempre gostamos de começar pelas guitarras. Nós fizemos umas demos em casa mesmo e quando terminamos, aí sim fomos para estúdio.
Dessa vez fizemos um pouco diferente, nós gravamos em 3 estúdios diferentes, então todo o processo foi diferente de como estávamos acostumados.

-Eu li que o álbum têm um fundamento filosófico, então vamos falar sobre isso. Qual a relação entre filosofia e Noa’s D’ark?
Twan: O tema lírico é Noa’s D’ark, que foi tirado da Arca de Noé, a lenda bíblica, de quando o dilúvio estava vindo para acabar com toda a vida na Terra. Noé construiu o navio, ele salvou cada espécie, um macho, uma fêmea para começar a vida novamente. Mas o futuro não era tão brilhante, então é por isso que pensei no Noa’s D’ark e basicamente gosto de ler sobre filosofia, gosto de Nietsche, meu filósofo favorito. Gosto de pensar sobre essas coisas bíblicas ligadas a esses tempos que nós estamos vivendo, tempos de pandemia. Eu envolvo meus próprios pensamentos em torno disso, a maneira como penso que vamos trabalhar na música e minhas crenças pessoais de que estamos realmente fodendo com este mundo, sabe? Como os animais estão sendo extintos, continuamos destruindo nosso planeta, nossa estupidez e arrogância, pensamentos de que pensamos que somos mais inteligentes que as outras espécies. O que obviamente não é o caso porque somos as espécies mais estúpidas que existem, porque a gente tem inteligência, mas não a usamos direito.

E assim, mais ficção está conectada a isso, é como uma linha vermelha para todas as letras onde estão todas as minhas crenças satânicas pessoais sobre, tipo, não há Deus a quem você tem que responder, só você pode culpar, você e só você é responsável por seus pecados. Então, eu acredito em um novo tipo de satanismo, no qual você pode se colocar espiritualmente acima de uma divindade, um deus, a fim de se tornar a melhor versão de si mesmo, o melhor humano, não em uma perspectiva egoísta, mas em uma perspectiva que nesse assunto você pode ser você mesmo 100% a pessoa que deveria ser e deseja ser, só então você pode realmente estar lá para outra pessoa também. Há uma reviravolta positiva nisso também e eu chamo isso de anarquia espiritual, eu não vivo de perdedores, vivo pelo fato de estar vivo neste planeta e confio em mim mesmo em meu caminho e gosto de dar essa energia com as pessoas de quem gosto. Não importa a raça, o tamanho, ou merda desse tipo, é realmente uma conexão positiva lá também e eu gosto do que chamo de uma nova geração de satanismo.

-Então as letras falam sobre filosofia apenas ou falam de outras coisas? Qual o tema do álbum?
Twan
: Não, o tema é mais profundo do que isso, é realmente uma conexão entre os contos da religião bíblica ligados à realidade de hoje: pandemia, visões desastrosas de um mundo indo para o inferno e eu relaciono isso com a filosofia, a forma como eles escrevem, Nietzche, ele brinca com as palavras e usa a liberdade, a liberdade artística e cria sua própria visão sobre isso. Isso também é visível nas nossas letras.

-E como vocês estão planejando promover o álbum no meio desse caos todo que está o mundo? A pandemia vai afetar os planos de vocês?
Twan: Músicos são pessoas muito criativas, pessoas muito inovadoras. Portanto, temos que ser criativos também. Você pode ver em toda a web, nas redes sociais, estão fazendo o que podem para ainda se conectar com os fãs, então acredito que Noa’s D’ark também, talvez devêssemos tentar algo, como tocar o álbum inteiro, e talvez as pessoas possam se conectar pela internet, elas entram no nosso show. Eles podem pagar pouco para assistir ao show e ganham uma camiseta ou algo assim por exemplo. Dessa forma, ainda podemos nos mantermos vivos enquanto a pandemia continuar e não tivermos outra opção.

Estamos apenas descobrindo como nós podemos promover, além disso, sabemos que temos que fazer algo, somos pessoas inteligentes, criativas. E o pessoal do metal e do gótico e todo mundo que gosta de música dark são muito delicados com a cena. Chegaremos lá, ficaremos bem.

-E quais as principais diferenças entre Noa’s D’ark, e o último álbum de vocês?
Twan
: Eu quero dizer que todos os elementos que defendemos, black, doom e death metal, realmente estão fortes como um punho nesse álbum. Além disso, as letras ficaram mais maduras e mais profundas, ou apenas um pacote inteiro de nossas crenças ou nossa visão de nosso uso extremo de nossa alma. Eu acho que é o melhor desse álbum. Mostra o nosso melhor. Podemos dizer que esse álbum têm um espírito diferente porque aquele álbum estávamos em um momento ruim. Eu realmente amo nosso novo álbum.

-Esse álbum foi o primeiro com a nova formação né?! A entrada de Mark trouxe alguma outra influência ou algo diferente no som ou continua o mesmo?
Mark: Bem, com o Mark foi o primeiro álbum que gravamos, e o som está mais firme.

E eu também acho que isso traz uma camada extra para os fundamentos básicos mais fortes deste álbum. O que dá às músicas um impulso maior de peso e um fluxo final do álbum.

A qualidade da música, como falamos, a qualidade, a vibe está mais fixa agora, está mais clara. Se você ouvir esse álbum, é isso que defendemos, é sóbrio como gostamos.

E os álbuns anteriores, eu vejo isso como pequenos passos subindo para esse nível de álbum, é isso que nossa experiência faz. Isso é o melhor a dizer sobre nosso progresso. Acho que fizemos progressos neste álbum e é por isso que estamos felizes, isso é o que gostamos, isso é o que fazemos. Nessa perspectiva, ele apenas subiu de nível em relação aos álbuns anteriores. Talvez estivéssemos nos outros álbuns procurando coisas, que com esse nós achamos!

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