Com quatro décadas de carreira na bagagem, a banda americana de Thrash Metal Flotsam and Jetsam lançou recentemente o “Blood In The Water”, seu décimo quarto trabalho em estúdio, que veio a público no dia 4 de junho de 2021 através da AFM Records.
O novo trabalho vem dois anos após o elogiado “The End of Chaos”, de 2019, e é mais um fruto da pandemia da Covid-19, já que a banda aproveitou o lockdown para trabalhar nas músicas do mesmo.
Para falar um pouco sobre o novo álbum, e também sobre detalhes da carreira do Flotsam and Jetsam, o guitarrista Michael Gilbert deu uma entrevista exclusiva para a Roadie Metal, a qual pode ser conferida a partir de agora.
Roadie Metal: Fale-nos um pouco sobre o novo álbum de vocês, o “Blood In The Water”.
Michael: Bom, estamos fazendo todas essas entrevistas e tal agora para promover nosso novo álbum. E como membro de uma banda com um novo álbum eu deveria dizer “ouçam, esse é um ótimo álbum que acabamos de lançar”. E tenho que dizer que acho que esse é o melhor álbum do Flotsam and Jetsam já lançado, acredito nisso com todo o meu coração, e estou orgulhoso com os caras da banda e de todo trabalho que fizeram para tornar o que é. Todos os componentes se encaixaram perfeitamente para fazer isso. E como eu disse, é o melhor álbum que já fizemos e estou bem feliz com isso.
Roadie Metal: Explique um pouco sobre o nome “Blood In The Water”. Tem algum conceito por trás disso?
Michael: Na verdade, de início iria se chamar “Brace For Impact”, e pensamos que seria legal para ser a continuação do “The End of Chaos”. Sabe? “The End of Chaos, “Brace For Impact” – realmente soam como se estivessem juntos. Estamos tentando escrever algo que seja congruente com o nosso álbum principal, para nos mantermos na linha e não fazer muitas mudanças ou ficar muito ansioso, e acabar saindo daquilo que estamos fazendo. Então se você chama de “Brace For Impact” com uma arte e coisas do tipo fica bem similar ao “The End of Chaos”. Então o artista veio com uma ideia, e ele é parte da família, Andy Pilkington do Very Metal Art, ele é parte da família Flotsam. Então ele tinha todas as músicas, e a primeira música do álbum se chama “Blood In The Water”, então ele veio com um conceito e aceitamos tentar. Então dois dias depois ele veio com uma arte com um o lagarto Flotzilla cheirando o sangue na água, prestes a fazer algo, mas você não sabe o que ele vai fazer. Isso meio que mostra uma tensão, um momento de questionamento sobre o que o Flotsam and Jetsam irá fazer, e eu acho que é um ótimo pronunciamento. Deixa bastante para a imaginação.
Roadie Metal: Isso é meio o que é retratado no lyric vídeo da música, certo?
Michael: Sim, tem um lyrix vídeo para isso, você viu o vídeo?
Roadie Metal: Sim!
Michael: Oh, sim. Ele fez um ótimo trabalho nisso também, ele normalmente faz todos os nossos lyric vídeos, e esse ficou bem legal.
Roadie Metal: O clipe de “Brace For Impact” tem um ar bastante apocalíptico, isso foi inspirado nos tempos loucos que estamos vivendo?
Michael: Na verdade “Brace For Impact” era um trabalho sem titulo, e quando escrevi a música e mandei para A.K para incluir as letras e tal, eu chamei de “Brace For Impact” desde o primeiro dia, então acho que ele veio andou com o título e veio com o conceito, sabe? Soa ótimo para Heavy Metal, porque quando você está no mosh, você se prepara para o impacto, quando você espera por um show, você se prepara para um impacto quando o show começa. Então é um ótimo título, e acho que se formos atingidos por um asteroide gigante vai encaixar bem, não é? (risos)
Roadie Metal: Como tem sido a recepção do público em relação ao novo álbum?
Michael: Nós fizemos o “The End of Chaos”, que foi nosso álbum principal, e tivemos ótimas resenhas, se saiu muito bem. E não tínhamos certeza se continuaríamos nesse nível no próximo trabalho. Então na pandemia escrevemos o “Blood In The Water” – só queríamos fazer algo tão bom quanto o “The End of Chaos”, e eu acho que esse álbum se saiu melhor, E essa era a parte assustadora, porque você não quer soltar um ótimo álbum e depois fazer algo medíocre, isso seria o início do fim da sua carreira, mas acho que não estamos próximos disso.
Roadie Metal: Então a pandemia teve um efeito direto no álbum?
Michael: A pandemia acabou sendo uma “benção” para nós, por mais horrível que tenha sido. Ela acabou nos dando um tempo extra para terminar o “Blood In The Water”. Íamos sair em turnê com o Accept em janeiro de 2021, e iríamos lançar o disco no dia 10 de janeiro, mas acabou adiado para o dia 04 de junho, e a turnê com o Accept foi adiada também para 2022. Então pudemos trabalhar um pouco mais no álbum e colocar mais alguns detalhes que queríamos.
Roadie Metal: Os shows já estão voltando a acontecer nos Estados Unidos, certo? Vocês já estão com alguma data marcada ou ainda vão aguardar um pouco?
Michael: Iremos fazer uns 10 shows nos Estados Unidos para dar uma esquentada e nos deixar preparados para entrar em turnê de novo, 2022 será um ano bem ocupado para o Flotsam and Jetsam. Esperamos conseguir ir para a América do Sul, no México, ver vocês ai no Brasil, a gente nunca tocou por aí antes, e eu adorarei fazer isso, seu que temos muitos fãs por aí, e espero que isso ocorra em 2022.
Roadie Metal: Como tem sido a recepção dos vídeos que vocês lançaram até o momento?
Michael: Esrá indo ótimo. Ainda tem crescido, ainda tem conseguido visualizações, Na verdade, estamos planejamos outro para lançar ainda não sei qual música, pode ser “Cry For The Dead”, ou “Reggression”, não tenho certeza. Mas os vídeos estão indo bem, estão sendo bem recebidos pelos fãs.
Roadie Metal: Em relação a futura datas de shows, há algo que você possa adiantar?
Michael: A única coisa que posso confirmar para 2022 é a turnê com o Accept, que será na Europa. Estamos apenas arrumando as datas para depois disso, quando iremos voltar para os Estados Unidos. Não posso falar desses ainda pois ainda não foram anunciados, não sei se estou arrumando problema agora (risos), mas devemos fazer um anúncio em breve. E eu sei que nosso produtor está trabalhando em cima de datas na América do Sul enquanto conversamos nesse momento.
Roadie Metal: Como é o relacionamento de vocês com os fãs brasileiros?
Michael: Se não fosse pelos fãs não conseguiríamos fazer o que fazemos, então sou bastante grato e aprecio isso. Se eu pudesse falar com alguém que gosta da banda… Eu quero saber, quero falar com as pessoas, quero me conectar com isso, e o resto dos caras se sentem da mesma forma. Se não fosse por vocês não faríamos o que fazemos.
Roadie Metal: Como você acha que a banda evoluiu nessas quatro décadas de carreira?
Michael: Houveram bastantes mudanças, várias direções diferentes que tivemos, eu acho. Somos bastantes sortudos após o “Ugly Noise” de ter tipo uma segunda chance na vida da banda e lançado o álbum homônimo, que foi muito bem, e depois lançamos o “End of Chaos” que foi ainda maior, e agora estamos lançando o “Blood In The Water” estamos fazendo ainda melhor. Estamos atingindo outro nível no “platô” da carreira da banda, o que é ótimo, porque normalmente após 40 anos as bandas não estão mais unidas, então somos felizardos de ainda estarmos fazendo o que fazemos, e como falei, poder se conectar com os fãs – essa é a parte mais legal para mim de falar com as pessoas depois dos shows. Claro que amo tocar, mas você tem que amar os seus fãs também.
Roadie Metal: Voltando a falar dos shows que vocês vão fazer nos Estados Unidos, estes terão algum tipo de regra, como só poder entrar se estiver vacinada, manter o distanciamento, usar máscara, ou coisa do tipo?
Michael: Não acho que terá nenhuma regra do tipo. Nas últimas semanas eles tem abrido as coisas aqui, então 16 de agosto estaremos na estrada de novo, e não vão exigir vacinação ou coisa do tipo.
Roadie Metal: Pergunto isso porque o Foo Fighters realizou um show onde apenas vacinados poderiam entrar. Então, cada Estado tem sua regra específica para isso?
Michael: Não sei, é uma ótima pergunta. Aqui no Arizona não tem nenhuma regra do tipo, mas esse show do Foo Fighters foi em Nova York, certo? Lá eles talvez tenham regras diferentes porque tem muita gente na área de Manhattan.
Roadie Metal: Qual é a sua mensagem para os fãs que estão lendo esta entrevista?
Michael: Quero que eles venham ao show e cheirem o “sangue na água” com gente. Parece besta mas é divertido (risos).