Eyehategod, banda veterana do Sludge Metal está na ativa desde a década de 1990 e sempre fiel a seus fãs e sua música. No final de 2020 foi anunciado o álbum “A History Of Nomadic Behavior”, que será lançado no dia 12 de março sob o selo da Century Media Records. Quatro singles foram escolhidos para a divulgação do álbum, “High Risk Triger”, “Fake What’s Yours”, “Built Beneath The Lies” e o mais recente lançado na semana passada, “Circle Of Nerves”.
Numa entrevista para a Roadie Metal o vocalista Mike Williams falou sobre novo álbum e sobre sua relação com a gravadora.
Roadie Metal: Qual o sentimento de voltar para o estúdio e gravar um novo álbum depois de 7 anos?
Mike: É ótimo, nós lançamos um álbum quando queremos, nós não escutamos gravadoras ou qualquer outra pessoa, nós gostamos de lançar um álbum quando sentimos que é a hora certa. Então é por isso que demoramos para lançar um álbum, nós queremos ter certeza que estamos satisfeitos, e não queremos lançar álbuns todos os anos, estamos muito felizes com esse novo álbum e muito animados para lança-lo
Roadie Metal: Você já respondeu minha próxima pergunta, que é sobe esse período entre os álbuns, vocês gravaram “Confederacy Of Ruined Lives” em 2000, apenas 14 anos depois vocês gravaram o Eyehategod, e só agora um novo álbum, você acha que vale apenas fazer os fãs esperarem esse período de tempo para ouvir um novo álbum?
Mike: Sim, quero dizer, os fãs querem os álbuns, mas se lançarmos um álbum que não gostamos eles podem dizer que está uma droga. Nós gostamos de lançar apenas os álbuns que gostamos, quero dizer, os fãs continuam ali, os fãs entendem, os verdadeiros fãs entendem a banda, e além disso nós lançamos os single “New Orleans Is The New Vietnam”, a coletânea chamada “Preaching The End-Time Message”, lançamos Splits, laçamos um com a banda Bl’ast e um com a banda Psycho, então durante esse tempo lançamos materiais diferentes, e também lançamos material com outros projetos. Eu entendo que essas bandas não lancem com muita frequência, pois gostamos de fazer tudo em nosso tempo e acho que os verdadeiros fãs entendem isso.
Roadie Metal: Esse é o primeiro álbum com o baterista Aaron Hill, como foi trabalhar as novas músicas com ele?
Mike: Ele é fantástico, Aaron encaixou com a banda, ele se encaixou perfeitamente, ele está na banda desde 2014, então ele agora faz parte da família, ele tem seu próprio estilo, ele é diferente do Joey, mas ainda encaixou com a música.
Roadie Metal: Tem alguma nova influencia nesse novo álbum, algo novo ou diferente?
Mike: Acho que sim, algumas pessoas dizem que sim, para mim soa como Eyehategod, é assim que soa para mim, não tem nada de diferente, não de propósito, quero dizer, nós estávamos envolvidos como uma banda em turnê pelo mundo por 3 anos. Então,se tem algo novo não foi de proposito, nós amadurecemos como banda, mas para mim ainda é Eyehategod, não tentamos fazer algo de diferente dos álbuns anteriores.
Roadie Metal: Você acha que a pandemia irá afetar a promoção do álbum?
Mike: Não necessariamente, pois tudo é digital atualmente, bom, não poderemos fazer turnê como gostaríamos, mas é oque é, muitas bandas agora lançando álbuns agora e nós também, mas não podemos sair em turnê, fizemos turnê por três anos seguidos e muitas pessoas gostam de nos ver ao vivo, mas não acho que afetará, digo, qual o objetivo, afinal, nós não estamos tentando ser famosos, queremos ser apenas o Eyehategod.
Roadie Metal: Vocês não pensam em fazer um show Streaming para youtube?
Mike: Provalmente não, eu acho que Live Stream não tem mesma energia e sentimento de um show ao vivo, digo, será apenas nós tocando em um estúdio para ninguém, e isso não é divertido, digo tocar é divertido, mas gostamos quando tem uma plateia, tocar em clube pequenos com um bando de pessoa amontoadas, fazendo stage diving e indo a loucura, gostamos dessa energia, somos uma banda de fazer ao vivo, tocar em um estúdio apenas para uma câmera não é o nosso estilo. Se alguém oferecer dinheiro talvez eu faça.
Roadie Metal: As letras do álbum têm algum conceito ou não?
Mike: Não, as letras são totalmente abstratas, não gosto de escrever histórias, não gosto das minhas letras, não escrevo sobre algo especifico, as músicas podem ser sobre qualquer coisa que as pessoas queiram que sejam, eles podem ler certas palavras e interpretar do jeito que elas quiserem. Gosto de escrever músicas em que as palavras soem boas. Nada precisa ter significado, é arte para mim, e música não precisa ter significado para mim, pode ser totalmente abstrata
Roadie Metal: Então o título “A History Of Nomadic Behavior” não tem um conceito?
Mike:Eu pensei no nome do álbum lá atrás em 2017, antes mesmo do álbum ganhar vida, sabe, quero dizer essas palavras vieram a minha mente no passado, e elas soaram bem quando juntadas, não tem um significado profundo. Obviamente agora as pessoas dizem que está relacionado ao fato de estarmos em turnê por três anos, então, sim, soa bem com isso, encaixou bem com isso, mas não foi algo feito propositalmente, apenas aconteceu.
Roadie Metal: Vocês reassinaram com a Century Media, porque tomaram essa decisão?
Mike: Nós não assinamos necessariamente como um acordo, nós licenciamos eles, mas nos anos de 1990 nós assinamos com eles, e eles tiraram vantagem de um bando de jovens em uma banda, eles nos viram como uma banda jovem e nós deram um contrato terrível, e nós assinamos pois éramos jovens, tínhamos outras bandas e pensamos “vamos fazer um álbum com essa banda (Eyehategod) e fazermos turnês, vamos fazer uma turnê por vez e apenas isso”, nós não imaginávamos que 30 anos depois ainda estaríamos com essa banda, não fazíamos ideia disso. Mas agora lá tem pessoas diferentes, pessoas legais trabalhando ali e que entendem a música, tenho amigos que trabalham lá, então agora está tudo diferente. Eles nos ofereceram um bom acordo apenas para conseguir licença do álbum e lançar um de cada vez. Então esse álbum nós temos direitos como banda, mas eles que estão distribuindo e podem fazer o que quiser com ele por apenas alguns anos, e então, ele voltará para nós, então nós temos os direitos, mas eles distribuem, e faremos isso quando decidirmos lançar um próximo álbum.
Roadie Metal: Para finalizar, você tem alguma mensagem para os fãs brasileiros, alguma chance de turnê por aqui após a pandemia?
Mike: Sim, nós amamos o Brasil, tivemos ótimos momentos aí, eu pessoalmente sempre quis tocar aí, desde jovem sempre quis ir para América do Sul, e Brasil é um país interessante, e eu adoro conhecer outras culturas e como outras pessoas vivem. Faz bom tempo que da última vez que tocamos aí, e nós esperamos poder voltar assim que possível quando estiver seguro, os brasileiros são legais pra caralho e fizemos ótimos shows ai, mal posso esperar pra voltar.