O novo álbum do Bewticher “Cursed Be Thy Kingdom” foi lançado hoje, e o vocalista e guitarrista da banda Matt Litton concedeu uma entrevista para Roadie Metal para falar um pouco mais sobre o álbum, bastidores, conceito, sobre assinar com Century Media e até mesmo um pouco sobre cenário brasileiro, confiram.

RM: É correto dizer que o álbum tem mais influência de um rock ‘n’roll mais clássico e de heavy metal tradicional, e menos influência de speed black metal?

Matt: Desde de quando fundamos da banda sempre tivemos influência de de algo mais clássico, claro temos um pé em Bathory, Venom, e esse tipo de coisa como Midnight, mas somos um bando de coroas agora, nós somos fãs de heavy metal já faz quase 3 décadas, e nós sempre quisermos fazer um álbum de Heavy Metal mais clássico, desde que fundamos a banda. Então nós abrimos um pouco som que nós já fazemos e incluímos com essas influencias, tipo, sempre quisermos fazer algum estilo Maiden, Judas Priest e um pouco de Ozzy e esse tipo de coisa.

RM: Esse é o primeiro álbum com o baterista Aris Wales, como foi trabalhar novo álbum com ele?

Matt: Foi maravilhoso, tipo, eu sinto ele é como nosso primeiro baterista, o nosso último baterista esteve conosco por muito tempo, mas infelizmente nos separamos, e quando Aris entrou na banda ele já foi capaz de trazer muitas ideias criativas. Quando escrevemos nós gravamos nossas ideias e mandamos para ele, e ele passou dois meses de quarentena praticando na bateria, mas não apenas aprendendo o que já tínhamos lançado, mas também novo material, e quando tocamos juntos ele já estava dizendo “pensei em fazer isso”, “se fizermos assim”, “vamos mudar essa parte”, tudo isso fez com que as músicas criassem vida, e ter essa inclusão criativa faz tudo soar bem, definitivamente era um terceiro membro que estávamos procurando.

RM: Você acha que essa situação de pandemia irá atrapalhar a divulgação do álbum?

Matt: Não existem dúvidas sobre isso, digo, a forma de que as bandas vem utilizando por décadas para promover seus álbuns eram com apresentações ao vivo, e agora não somos capazes de fazer isso, somos forçados de pensar do lado de fora da caixinha, para descobrirmos que formas podemos promover isso sem fazer turnês, mas podemos ver atualmente muitas bandas fazendo streaming de shows e vídeos de play-through com os guitarristas, então estamos fazendo de tudo para engajar os fãs para que se interessem com novo álbum, e é muito difícil, mas a internet ajuda bastante,  já que todos estão on-line agora, e antes as bandas conseguiam impactar só com recurso de shows ao vivo, então de uma certa forma fica mais fácil, é interessante pensar nisso.

RM: Então vocês consideram em fazer um Streaming?

Matt: Nós falamos sobre isso, pessoalmente não sou grande fã disso, pois é um pouco entediante, é legal de ver a banda com toda aquela pirotecnia, luzes e a equipe, mas sem público participando, mesmo que você esteja assistindo um show gravado no youtube o público deixa tudo mais legal, mas nós queremos fazer algo desse tipo, mas ainda estamos pensando fora da caixa, estamos tentando uma maneira de fazer algo inovador, mas é algo que precisamos fazer, única opção que temos agora até o mundo voltar ao normal.

RM: As letras têm algum conceito?

Matt: Definitivamente, é sobre ser um álbum com um único tema, estamos explorando o mito de Robert Johnson e sobre vender sua alma em uma encruzilhada. A encruzilhada se tornou um tipo de metáfora para o álbum, e especialmente de como mundo se encontra agora, essas merdas que estão acontecendo na sociedade como direitos civis, injustiça social, política e todas essas coisas que estão acontecendo, e é assim que estamos nos sentindo, como se o mundo estivesse em uma encruzilhada e sinto que isso está impactando em todos os cantos. Então sentimos isso, essa metáfora de lidar com o demônio em uma encruzilhada parece encaixar muito bem com isso tudo, e também sobre saímos de uma gravadora underground e irmos para o Century Media, e tomamos esse passo enorme que nos faz ter sentimento de “queremos ser underground ou nós queremos estar em um palco maior? ” Sabe, então decidimos tomar esse passo, muito dessas coisas estão no nosso álbum.

RM: E o título do álbum “Crused Be Thy Kingdom” (Amaldiçoado seja vosso reinado), que “reinado” seria esse?

Matt: Se olharmos na história, nós podemos ver isso acontecendo, um império se ergue e esse império cai, e nós podemos ver isso agora, especialmente nos Estados Unidos, mas ao invés de fazermos uma música sobre o Trump ou o que está acontecendo aqui e agora, nós tentamos recapitular a história, olha para ela, isso está sempre acontecendo, então o reinado que falamos é esse, um império se ergue, ele se colapsa e desmorona, se ergue novamente e desmorona de novo, parece que o ser humano nunca aprende com seus erros.

RM: Você falou sobre assinarem com Century Media, e qual é sentimento de trabalhar com eles?

Matt: Bem, não há dúvidas sobre como somos fãs de heavy metal, e a Century Media foi uma das primeiras gravadoras que eu conheci quando era um garoto, que apresentava bandas com mais autenticidade, e ainda é, e quando era garoto só eram conhecidas Roadrunner, Century Media e Nuclear Blast, esse era como um “Big 3”, e ainda é na verdade, então sabendo a história deles (Century Media), conhecendo o histórico de bandas, e claro sabendo seus altos e baixos, nós meio que entramos nessa no tempo certo, tipo, tem a Hellheadbangers, grande gravadora, adoramos ela, mas eles seguem um caminho mais segmentado, e a Century Media trabalha de formas mais abrangente, não ficam presos em um único canto, nós meio que queremos tocar com bandas diferentes, e ouvimos outros estilos também, não ficamos presos em uma única coisa.

RM: Vocês tiveram dificuldades durante gravação do álbum, por causa da pandemia ou algo do tipo?

Matt: Escrever e gravar o álbum foi difícil, nós sempre tiramos um tempo de descanso antes de trabalhar em novo material, algumas bandas tem habilidade de fazer isso de uma vez só, mas gostamos de ter nosso tempo, nós começamos fazer demos durante isolamento, foi difícil pois não podíamos juntar para ensaiar,  apenas tocávamos para nós mesmos e compartilhar apenas as demos de formas on-line, mas isso nos ajudou a ter um pouco mais foco, a ideia mesmo era fazer duas ou três turnês nesse último ano ao invés de trabalhar nas demos, foi frustrante mas ao mesmo tempo nos forçou em trabalhar mais no novo álbum e isso nos deu resultados positivos, tentamos ser otimistas quanto possível e acho que isso foi bom, por causa dessa experiência.

RM: Vocês lançaram uma música chamada “Mystifier (White Night City) ”, e tem uma banda brasileira chamada Mystifier, e isso veio em minha mente, vocês têm alguma influência ou alguma banda favorita no Brasil?

Matt: Sabe (risos), na verdade somos fãs da velha guarda do metal e não podemos negar o Sepultura ou Sarcófago, mas quando formamos o Bewithcer nós conhecemos Whipstriker e alguns anos atrás nós tivemos oportunidade de tocar com eles, foi incrível, e sim temos muito interesse nas bandas daí, quando falamos em Heavy Metal, principalmente na américa que é de onde somos, é sempre um centro nos Estados Unidos e na Europa, e eu acho que bandas do Brasil e toda América do Sul não tem muita atenção, mas uma coisa que tenho certeza é que ai é incrível e os fãs são insanos, eu nem discuto sobre isso, os fãs de Heavy Metal na América do Sul, especialmente no Brasil, são os mais apaixonados pelo que eu sei, então são mais legais do mundo, acho que as bandas sul americanas são mais legitimas, é um estilo de vida. Quando o mundo abrir de novo é algo que quero experimentar, tocar ai na América do sul.

RM: Essa é a última pergunta que tenho, se tem alguma chance de turnê no Brasil após a pandemia, e você e algum remcado para fãs brasileiros?

Matt: Definitivamente iremos fazer algo por ai, assim como toda banda de Heavy Metal nós temos essa vontade de fazer show no Brasil, então sem dúvida iremos aparecer por ai quando tudo voltar ao normal, e se tenho alguma mensagem, é para continuarem leais, as bandas de heavy metal precisam de fãs apaixonados, e existe essa conexão entre fãs e bandas, e eu sou um fã também e é bom ter essa energia dos fãs, e vejo vídeos no Youtube de bandas tocando ai e é insano, então será insano pra caralho quando tocarmos a. Continuem leais e mantenham as cabeças erguida, pois existe uma luz no fim do túnel.

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