Sempre bruta e criativa, a banda holandesa de death-doom metal ASPHYX está desde 1987 se mantendo fiel ao estilo da qual é uma das pioneiras, sempre impressionando os fãs de metal extremo com uma qualidade indescritível e com peso mortal em cada riff.

Necroceros” é o décimo álbum de estúdio da banda e tem lançamento previsto para 22 de janeiro, sob o selo da Century Media Records.
Gravado durante a pandemia, o disco parece se espelhar no caos que anda assombrando o mundo nos últimos tempos, e promete ser mais um dos muitos clássicos da banda!

Como prévia de “Necroceros“, a banda já lançou 3 singles com clipes, sendo eles “Botox Implosion”, “Knights Templar Stands” e “The Nameless Elite“.

Numa entrevista para a Roadie Metal, o vocalista e líder da banda Martin Van Drunen contou com exclusividade sobre os atuais planos da banda, sobre como foi gravar um álbum durante a pandemia, e mais, confiram abaixo:

-Primeiro de tudo, parabéns pelo novo álbum, está muito foda!!! Como foi o processo de gravar um álbum no meio de uma pandemia? Como tudo começou?

Martin: É, foi um processo estranho! Na verdade, não estávamos permitidos a fazer a gravação, por causa do lockdown, porque seríamos muitas pessoas numa sala só, então o que fizemos é meio que ilegal! Nós fomos rebeldes nesse ponto. Mas foi muito estranho, porque nesse meio de tempo, nós deveríamos ter feito muitos shows, e de repente tudo foi cancelado, então nós pensamos “Ok, agora temos um tempo extra disponível, então podemos terminar o resto do álbum”, e nós tentamos transformar algo negativo, em algo positivo.

-E todo esse caos que estamos vivendo no mundo agora, influenciou de certa forma na hora de escrever as letras das músicas?

Martin: A ideia das letras eu já tinha na minha cabeça antes da pandemia, então para mim isso não fez diferença. Mas nós fizemos uma faixa bônus que você provavelmente ainda não ouviu, e nela têm algumas coisas relacionadas a pandemia.

-Então as músicas estão falando sobre o que? Têm algum tema?

Martin: Não têm nenhum conceito, se foi essa a pergunta. Todas são diferentes, tem alguns assuntos engraçados sobre Botox Implosion, tem algumas músicas sobre guerra, como por exemplo “Molten Black Earth”, e “In Blazing Oceans”, têm três que falam sobre a fome na china durante o regime Mao onde milhões de pessoas morreram. “Necroceros” é uma história fantasia, sobre monstros no mundo..

-Eu já ia perguntar isso! Eu li que o nome do álbum “Necroceros” tinha algo a ver com ficção científica…

Martin: Exatamente, você leu certo! Eu gosto de ler sobre livros de história, literatura, livros normais..mas eu também leio livros ou HQ’s de ficção científica, então a ideia do nome veio daí! Eu criei o nome eu mesmo, porque eu gosto de brincar as vezes com as palavras. “Necro” significa morte e “Ceros” veio de rinoceronte, que é um animal feroz. Eu juntei as duas palavras e virou “Necroceros”, os caras gostaram do nome como título do álbum, aí tudo o que eu tinha que fazer era criar uma história com isso!

-Se você pudesse descrever o álbum com apenas uma frase, qual seria?

Martin: Bombástico, tradicional, brutal e absolutamente death metal!!!

-Perfeito! E qual a diferença entre “Necroceros” e o seu último álbum “Incoming Death”? Tem alguma nova influência talvez?

Martin: Eu não diria influências, mas o que mudou bastante é que dessa vez resolvemos usar um novo engenheiro de mixagem, nos últimos álbuns desde 2007 nós usamos o mesmo, e dessa vez nós pensamos que talvez precisávamos de uma mudança, de algo novo sabe? De alguém novo! Então nós testamos algumas pessoas, e eu fiquei surpreso, então a mixagem vai soar bem diferente dos outros álbuns, e ele fez um trabalho fantástico! Então eu acho que essa foi a maior diferença desse para os álbuns anteriores, e foi um grande passo, porque nunca tínhamos trabalho com ele antes e foi como um tiro no escuro, mas ele trabalhou maravilhosamente.

-E como vocês planejam promover esse novo álbum? A pandemia vai afetar em alguma coisa?

Martin: Definitivamente vai!! Na nossa tradição, nós gravamos um álbum, e fazemos um show de lançamento, que é como chamamos! E por anos sempre esteve lotado, e esse é o único momento em que realmente tocamos o álbum todo, porque nos outros shows, a maiorias das pessoas querem ouvir todo o material também, então você tem que escolher quais músicas você vai tocar, ao contrário do que acontece no show de lançamento, que não poderemos fazer agora! Então depois de uma longa discussão com a banda nós resolvemos fazer uma transmissão de lançamento em janeiro.
Geralmente transmissões não são uma opção para nós, porque nossa audiência está nos shows reais, mas as circunstâncias nos fizeram criar essa exceção, e será de graça, então qualquer um no mundo, mesmo que não tenha nenhum dinheiro poderá ver, e você poderá doar alguma coisa, mesmo que seja um dólar. Porque teremos que pagar para os roadies, câmeras e tal, mas veremos, não será uma obrigação as pessoas pagarem, porque sabemos que as pessoas têm suas vidas, seus empregos, e que nem sempre são ricas, então não será obrigatório.

-O que mantém vocês criativos mesmo depois de tanto tempo, e ainda assim lançarem um disco ainda melhor sempre?

Martin: É difícil dizer, porque para mim, nunca colocamos nenhum esforço nisso, sempre foi um processo natural, eu acho que é meio que um dom, sabe? Nós seguimos o nosso instinto… Acho que se a gente fizer uma música, e surtar no final dela, aí saberemos que nossos fãs gostarão também. Mas não precisa ser a mesma coisa o tempo todo, o Paul fez algumas coisas nesse álbum que as pessoas não iriam esperar dele, e por mais que seja algo novo…ainda soa como nós. Então não mudaremos o nosso estilo drasticamente porque sabemos que estaríamos mortos se fizéssemos isso, e nós nem queremos isso, porque gostamos do que fazemos. Acho que é exatamente isso, nós sabemos o que as pessoas esperam de nós, e nós sabemos o que esperamos também, e o resto é tudo sobre paixão pelo metal, acho que é isso!

-Então acho que acabamos por aqui, gostaria de falar mais alguma coisa, talvez alguma mensagem para os seus fãs brasileiros? Porque nós realmente amamos vocês por aqui…

Martin: Eu sei, já fizemos alguns shows por aí e foram maravilhosos, acho que há 3 anos atrás, e tivemos momentos únicos. Fizemos ótimos contatos, e é legal porque você faz o show, aí você vai pro camarim e conhece alguns fãs, tira fotos, conversa e depois vai pro hotel e dorme tarde. Aí no dia seguinte tem que acordar cedo de novo para viajar, enfim…nós somos mais esses caras…sabe hahaha.
Então da próxima vez que formos, talvez tiremos um “day off”, pra conhecer um pouco do lugar em que estamos tocando.

-Deve ser quase impossível conhecer um pouco dos lugares ne? Muita correria…

Martin: Sim, o único lugar que conhecemos foi o Rio de Janeiro, porque chegamos dois dias antes do show, então conhecemos algumas coisas, mas do resto…é bem difícil mesmo, e isso é triste. Mas o lado bom é que as pessoas são fantásticas, esperamos voltar aí!!
Obrigado a todos pelo apoio fantástico, e esperamos que o Brasil e a América do Sul fiquem bem durante essa merda de pandemia, jajá tudo acabará, a vacina está vindo, e conseguiremos fazer um show de metal normal novamente!

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