Com o uso de sintetizadores industriais e guitarras distorcidas, de alguma forma foi assim que o ZZtop tentou inovar em plenos anos 80. Não há dúvida de que tentaram mostrar algo no estilo, já que chamavam atenção por serem barbudos esquisitos e era necessário mais do que isso para se posicionar no mercado fonográfico mundial. Mas sempre foi uma banda um pouco estranha.

Afterburner não era um álbum para brilhar no ano em que foi lançado, mas acabou convecendo muita gente no continente americano. O álbum é uma coleção de sintetizadores metálicos, bateria eletrônica e guitarras, que soa em música após música, escrita como uma estranha mistura de dance pop e rock. e de alguma forma, funciona. A exceção a isso é ‘Rough Boy‘, uma balada mediana mas a banda simplesmente se esforça demais sem muito êxito, e nem a voz de Billy Gibbons nem seu estilo de tocar guitarra são adequados para a música. O resto do álbum, no entanto, é divertido e se aplica para a época.

Sleeping Bag‘ dá o tom para o resto do álbum. A primeira coisa que você notará é que a bateria é completamente mecânica e que o baixo nunca parece entrar em ação. Está escondido atrás de algo ou simplesmente parece não estar lá. Dá pra sentir também o esforço do teclado de Dusty Hill. Os sintetizadores estão por todo o disco. Enquanto ‘Sleeping Bag‘ continua, a guitarra de Gibbons entra e começa a abafar os teclados também. Um apontamento importante aqui é que esse álbum, é meio acumulado – Parece meio que empilhado faixa com faixa. Se tudo funciona é uma história diferente, mas quase não há interação com a banda aqui. Os teclados foram colocados em cima da bateria programada por Frank Beard, e Gibbons parece ter entrado e solado por cima de tudo isso. Não parece nada harmonico ou organizado.

A primeira música não é tão interessante quanto as outras – é uma abertura estranha. ‘Stages‘ segue, e você percebe que a banda abandonou o blues deste disco – a música é puro pop rock, material 100% comercial projetado para as ondas de rádio. Mas é divertido – existe algo pelo que se admirar! Felizmente, seguem algumas faixas mais substanciais: ‘Woke Up With Wood‘ é uma boa canção, soando talvez mais como seus discos anteriores; as letras são as melhores do disco. ‘Can’t Stop Rockin‘ é ainda melhor – ou pelo menos musicalmente. As letras são bem finas, embora Hill esteja em boa forma vocal, como sempre; no entanto, a música está apenas seguindo, com os teclados quase de forma percussiva para empurrar a música. A música (e, em certo sentido, o álbum) é quase industrial – a bateria e os sintetizadores soam juntos para tocar ritmos, sobre os quais Gibbons pode colocar suas guitarras e solo instrumental. É uma fórmula divertida e o ZZ Top fez funcionar.

Infelizmente, a segunda metade do registro é muito menos distinta. ‘Planet of Women’ e ‘Velcro Fly‘ são principalmente notáveis ​​por terem faixas de bateria altas; e ‘Dipping Low in the Lap of Luxury‘ é tão próximo do material de ‘Eliminator‘ que pode muito bem ser uma sequencia. . ‘Delirious’ é um resumo do resto do álbum: teclados e percussão com guitarra selvagem e letras projetadas para não se pensar muito, nem mesmo na letra. Talvez nos faz balançar um pouco o esqueleto. Esta é uma música taxada como musica para homens a se divertir. Mas, ao mesmo tempo, é música destinada a amantes do rock que gostam de uma batida propulsiva e uma atmosfera alegre. E é para as ondas de rádio. E é para pessoas que não gostam do blues.

A banda sempre me soou estranha e mesmo depois de passar tanto tempo sem ouvi los, como ocasionalmente ouvia nos programas de video clip quando criança, continuo a achar o trabalho mediano e com uma boa tentativa de modernizacao para a decada de 80. Talvez eu veja mais qualidade hoje, do que interesse na época. Seja como for é mesmo um som divertido, para homens barbados que tomam cervejas geladas, e pilotam motos barulhanteas. Mas é um conceito pros anos 80.

Afterburner

Lado A

Sleeping Bag

Stages

Woke up with wood

Rough Boy

Cant stop Rockin

Lado B

Planet of Women

I Got the Message

Velcro Fly

Dipping Low (In the Lap of Luxury

Delirious

Integrantes

Billy Gibbons – cantor e guitarrista

Dusty Hill – Baixo, vocais e teclados

Frank Beard – Bateria