Roadie Metal Cronologia: Yes – “Time and a Word” (1970)

Até o momento em que me foi dada a missão de resenhar “Time and a Word”, confesso a você, caro leitor, que jamais tinha sentado e ouvido qualquer coisa do Yes, mesmo nos tempos atuais onde tudo está ao alcance em questão de um click. Contudo, eu tinha uma referência. Em meados de 1992, meu irmão me apresentou uma faixa resultante da parceria entre o instrumentista Vangelis e Jon Anderson. Levando em conta que aquela época eu estava no “radicalismo metal”, lembro-me que a voz de Jon me arrebatou, e fiquei com ela na cabeça como uma das mais belas que tinha ouvido até então.

Então vamos ao que interessa. O segundo trabalho do Yes foi gravado entre dezembro de 1969 e fevereiro de 1970, no Adivision Studios, em Londres, tendo o produtor Tony Colton à frente da mesa de som. A primeira impressão que tive foi: se “Time and a Word” conseguiu me impressionar em pleno 2020, imagine quem escutou-o em 1970. Musicalmente falando, o Yes continuou a seguir sua direção musical inicial, apresentando ora material original ora versões cover de canções de artistas do pop, do jazz e do folk. Uma pequena orquestra de músicos de metais e cordas foi usada na maioria das canções do álbum. Também vale destacar que foi o último trabalho com o guitarrista Peter Banks.

Em seus pouco mais de 39 minutos, diria que a sonoridade aqui é distinta se comparada com outros álbuns da banda (sim! depois fui ouvir boa parte da discografia da banda). Impossível não falar do baixo marcante e linhas sensacionais de Chris Squire e da voz angelical de Jon Anderson. Podemos encontrar facilmente canções extremamente lindas e ao mesmo tempo complexas e sofisticadas para a época, como a abertura com “No Opportunity Necessary, No Experience Needed”. Dai pra frente, o ouvinte é levado a experimentar diversos tipos de sonoridade e influências.

Após o lançamento de “Time and a Word” no Reino Unido em julho de 1970, o álbum se tornou o primeiro do grupo a entrar no UK Albums Chart, atingindo a impressionante marca #45. Seu lançamento nos EUA ocorreu em novembro do mesmo ano. Dois singles foram lançados: “Time and a Word” em março de 1970 e “Sweet Dreams” em junho de 1970. Por outro lado, o álbum não vendeu tão bem quanto do que o álbum de estreia, o que levou a administração da Atlantic a considerar a retirada da banda do selo.

Resumo da ópera. Pelo que pesquisei, não é um dos trabalhos mais badaldos da banda. Mas certamente é um dos mais lindos musicalmente falando. Recomendado para todo o fã de uma boa obra de Rock Clássico.

Formação:
Jon Anderson – vocais e percussão
Peter Banks – guitarras e violões
Chris Squire – baixo e backing vocais
Tony Kaye – órgão e teclado
Bill Bruford – bateria e percussão

Faixas:
No Opportunity Necessary, No Experience Needed
Then
Everydays
Sweet Dreams
The Prophet
Clear Days
Astral Traveller
Time and a Word

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