O 15º trabalho de estúdio do Yes, “Open Your Eyes”, é tido por muitos como mais fraco de sua carreira. Certo ou errado, fato é que o álbum tem lá sua relevância histórica por marcar o retorno da formação clássica dos anos 70. Em 1996, a reunião aconteceu e alguns shows foram agendados. A formação trazia a volta de Steve Howe (guitarra) e Rick Wakeman (teclados) e tudo parecia a mil maravilhas. A mini turnê rendeu 2 álbuns ao vivo, “Keys to Ascencion I e II” (gravados em 1996, lançados em 1996 e no ano seguinte) que renderam 7 novas faixas de estúdio. Antes do lançamento, Wakeman deixou a banda e no seu lugar e Billy Sherwood acumulou as funções de guitarrista e tecladista.
As 7 faixas citadas, são ótimas em especial “Be the One” e “That, That Is” que mostraram uma faceta mais moderna do som progressivo do Yes, então seria justo acreditar que “Open Your Eyes” não tinha o que dar errado. Mas deu, e muito! A ideia inicial, não era o de lançar este trabalho sob a alcunha “Yes”, e sim, uma espécie de projeto paralelo dos integrantes Chris Squire, Alan White e Billy Sherwood, porém com o envolvimento de Jon Anderson e Steve Howe, acabaram por utilizar o nome Yes, o que talvez não tenha mesmo sido a melhor decisão já que o trabalho é de fato, inconsistente.
O disco é muito bem produzido, mas a ausência de Rick Wakeman foi determinante e chegou até a descaracterizar o som da banda. Imaginar o Yes sem teclados chega a ser embaraçoso e constrangedor para dizer o mínimo. Ok, o guitarrista Billy Sherwood fez as vezes mas nem de perto, obteve o mesmo brilho.
Bons momentos encontramos sim, como a ‘purpleniana’ faixa de abertura “New State of Mind”, a faixa título e o rockão “The Solution” acabam sendo as três que mais agradam aos fãs mais dedicados. “Love Shine” é outra que pode agradar, onde Howe mostra sua cara e sai da mesmice.
Em “No Way We Can Lose” até resquícios de reggae podemos ouvir, “Universal Garden” mostra que alguns integrantes parecem preguiçosos, em especial Alan White que nada de original faz com kit de bateria. Para completar, as insossas “From the Balcony” e “Somehow, Someday” são dignas de dar sono.
“Open Your Eyes” poderia ser um bom disco, mas não para o Yes. Sem inspiração, virtuosismo, teclados que apenas ‘preenchem buracos’, isso pouco se parece com o legado deixado pela banda. Tanto é verdade a falta dos teclados, que a banda optou por incluir um novo tecladista Igor Khoroshev para as gravações do trabalho seguinte, “The Ladder” (1999). Se você é aquele ouvinte que se preocupa em ouvir boa música, poderá gostar de forma moderada, se você é fã xiita do Yes, deixe “Open Your Eyes” para escanteio que sua vida não mudará. Regular apenas, o que é pouco demais para uma banda desse quilate.
Yes – Open Your Eyes (1997)
Data de lançamento: 24/11/1997
Gravadora: Eagles Records
TRACKLIST
01 – New State of Mind
02 – Open Your Eyes
03 – Universal Garden
04 – No Way We Can Lose
05 – Fortune Seller
06 – Man in the Moon
07 – Wonderlove
08 – From the Balcony
09 – Love Shine
10 – Somehow, Someday
11 – The Solution
FORMAÇÃO
Jon Anderson – vocal
Steve Howe – guitarras, banjo, bandolim, vocal
Billy Sherwood – teclados, guitarra, vocais, baixo
Chris Squire – baixo, vocal
Alan White – bateria, percussão