INTRODUZINDO: Fly from Here é o vigésimo álbum de estúdio da banda inglesa YES. Foi lançado em 22 de junho de 2011 no Japão e França pela Avalon Records, em 1 de Julho no resto da Europa e Austrália e 12 de Julho nos E.U.A., pela Frontier Records. A capa foi desenhada pelo artista Roger Dean, famoso por ter colaborado em inúmeros trabalhos da banda.
RELEASE: YES é uma banda britânica de Rock Progressivo, formada originalmente por Jon Anderson, Chris Squire, Tony Kaye, Peter Banks e Bill Bruford. Teve sua fundação no ano de 1968 e, apesar das muitas mudanças na formação, separações ocasionais e as diversas mudanças na música popular, o grupo está na ativa há 50 anos e ainda detém grande prestígio internacional.
DISSECANDO O DISCO: Overture se apresenta como uma verdadeira abertura de cinema: é trágica, emocionante, dramática! É uma simples intro, mas, permite ser ouvida várias e várias vezes. O disco se inicia magicamente! Fly from Here, Pt. I: We Can Fly surge de leve, com uma intro de piano e uma voz melodiosa, quase como um sussurro dos anjos largado ao vento. A música é fantástica! Repleta de efeitos sonoros, um baixo “estralado” e um vocal encantador, é um verdadeiro prato cheio para se meter “os fones na orelha” e viajar! Fly from Here, Pt. II: Sad Night at the Airfield alivia um pouco aquele clima “alegre” iniciado no disco dando vazão à uma melancolia acalentadora. Fly from Here, Pt. III: Madman at the Screens retoma o clima “mágico” e insere o ouvinte em um mundo místico de sonoridades infinitas. Realmente, o ouvinte deve apelar para os fones, para ter uma imersão completa nesse universo psicodélico criado pelo YES. Quem tiver um “home-theater”, pode submergir ainda mais… A canção varia entre momentos extremamente alegres e algumas passagens um tanto chorosas. Fly from Here, Pt. IV: Bumpy Ride é uma pequena instrumental muitíssimo criativa, encenada pelo “corinho” da faixa anterior. Os trabalhos executados nos teclados podem prender a atenção do ouvinte de forma estarrecedora. Fly from Here, Pt. V: We Can Fly Reprise encerra a música, que foi dividida em cinco partes, a fim de retratar melhor “cada fase da estória”.
The Man You Always Wanted Me to Be apesar de ser uma faixa distinta da longa faixa título, carrega consigo o mesmo clima intenso. Life on a Film Set está na classe das canções melancólicas do disco, carregada de efeitos de synth bem agradáveis aos ouvidos e progressivos ao desenvolver da audição. Ao final, temos uma “reviravolta” com um belíssimo incremento de guitarra acompanhado do coro do refrão. Simplesmente empolgante! Hour of Need apresenta mais uma intro bem orquestrada, altiva em seu esplendor, com uma transformação climática de tirar o chapéu. Particularmente fico surpreendido de como o YES consegue ser totalmente imprevisível quanto ao desenvolvimento harmônico de suas canções. É algo surreal! Solitaire é uma das minhas preferidas no disco. O trabalho de intro desta música, me contagiou à primeira audição. Parece uma mescla de viola campeira sertaneja (raiz, óbvio) com harmonias bardas, uma melodia que pode nos remeter facilmente a diversos mundos. É surpreendente como uma canção sem letra (instrumental) pode “dizer/falar” tanto… Don’t Take No for an Answer se apresenta bastante atrativa ainda, mantendo a linearidade do disco num todo. Não há nada de surpreendente por aqui, não se candidatando à melhor do disco. O disco se encerra com Into the Storm que, mesmo após quase uma hora de música, ainda consegue surpreender e manter o interesse pelo disco. É uma cancao animada, quase um jazz – com uma pegada até “dancante” – repleta de sintetizadores. Sem dúvidas, um grande disco! NOTA 9,0!
OPINIÃO DO REDATOR: o YES, assim como Pink Floyd e Genesis, detém o “poder” de transportar o ouvinte à dimensões mágicas, repletas de encantos (ou não…), saturando suas canções com sonoridades “diversas” que se fazem “surpresas” durante a viagem. Considero que tais obras musicais sejam mais indicadas aos ouvintes que desejam mesmo “apreciar a viagem”, digo, desligar-se das trivialidades (e compromissos) de nossa realidade física e se entregar de corpo e alma à magia da música. O YES é uma das raríssimas bandas que ao meu ver nunca teve um declínio de criatividade, apesar de manter suas características intrínsicas de personalidade sempre presentes em toda a sua obra.
Faixas:
Overture
Fly from Here, Pt. I: We Can Fly
Fly from Here, Pt. II: Sad Night at the Airfield
Fly from Here, Pt. III: Madman at the Screens
Fly from Here, Pt. IV: Bumpy Ride
Fly from Here, Pt. V: We Can Fly (Reprise)
The Man You Always Wanted Me to Be
Life on a Film Set
Hour of Need
Solitaire
Don’t Take No for an Answer
Into the Storm
Formação no Disco:
Benoit David – vocais
Chris Squire – baixo e vocais de apoio
Steve Howe – guitarras e vocais de apoio
Alan White – bateria
Geoff Downes – teclados, sintetizadores