Em 2011, o Whitesnake de David Coverdale já estava fazendo turnês por alguns anos com uma nova formação e teve a primeira nova versão no álbum Good To Be Bad de 2008. O disco já era surpreendentemente forte, mas foi com o segundo – Forevermore – que realmente eles estouraram a boca do balão.

O álbum abre com o som de guitarra slide. É uma faixa cadenciada e o som de guitarra de ambos os guitarristas é ótimo; é praticamente o mesmo som que eles usaram no álbum anterior. Aliás, o Whitesnake é uma das poucas bandas que realmente encontrou uma maneira correta de modernizar e personalizar seu som. Há um pouco mais de influências de blues especialmente em “Steal You Heart Away”, que também possui harmônica. Faixas mais pesadas são as que se destacam e mostra como as bandas dos anos 80 devem soar 30 anos depois.

A voz de David Coverdale pode não ser a melhor mas ainda assim, ela está definitivamente mais sólida. Não há momentos em que você realmente se encolhe, ouvindo-o como em alguns anos de faixas mais antigas, como em 2008. Outros membros da banda também o apoiam nos vocais, ou melhor, há muitos backing vocals no álbum.

Se você está procurando músicas cativantes, Forevermore tem muito a oferecer. O principal single “Love Will Set You Free” é um excelente exemplo disso. “Love And Treat Me Right” também é muito cativante, mas é uma música bem mediana. Ainda assim, ela se encaixa no resto do álbum. Com 13 faixas, é claro que uma banda como Whitesnake não entrega o ouro em todas as músicas. “I Need You (Shine A Light)” é uma faixa que não é uma balada, mas também não é um rock pesado, tipo na veia do clássico “Here I Go Again”. “Dogs In The Street” é a música mais rápida aqui e é um retorno claro para “Bad Boys”.

Exceto as faixas mencionadas, o álbum também oferece momentos mais nostálgicos com suas baladas. Duas delas: “One of These Days” e “Fare Thee Well” dependem principalmente de guitarras acústicas e, sons suaves e melódicos reproduzidos simultaneamente por Reb Beach e Doug Aldrich.

Finalmente, há uma música que ofusca tudo o resto, por isso é apropriado que seja colocada no final do álbum. A faixa-título começa acústica com alguns teclados atmosféricos, que lentamente se acumulam até a explosão dos sons. Aparece um solo de guitarra lento, enquanto os teclados e as guitarras rítmicas criam uma sensação de Oriente Médio no segundo plano. Com o tempo, o solo de guitarra fica mais rápido e mais poderoso até que a música incide num final épico que transborda emoções e belas melodias, em suma, “Forevermore” é uma das melhores músicas de rock dos últimos anos.

O que realmente fez este álbum tão soberbo é o trabalho magnífico dos dois guitarristas: Doug Aldrich e Reb Beach e me arrisco a dizer que foram talvez a melhor dupla de guitarristas dos tempos modernos, e que agora, infelizmente, depois de mais de dez anos não é mais. Forevermore é um ótimo adeus do Whitesnake… pelo menos por enquanto.

https://www.youtube.com/watch?v=5Cx7p0K1bIY

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