O Voivod é aquele tipo de banda que possui uma sonoridade única e praticamente inimitável. O grupo canadense que começou praticando o Thrash Metal típico dos anos 80 foi inovando e acrescentando novos elementos em sua sonoridade, com ousadia e sem temer críticas nem reprimendas de ninguém. Influências de Rock Progressivo e Psicodélico foram criativamente moldadas em torno do peso Thrash que permaneceu sendo a base do Voivod, criando um estilo de música original e com identidade.
Ora acessível, ora complexo, o som do Voivod está bem definido em seu sétimo álbum de estúdio, The Outer Limits, lançado em 3 de agosto de 1993 via MCA Records. Este foi o primeiro álbum do Voivod sem a presença de seu baixista fundador Jean-Yves “Blacky” Thériault, que deixou a banda pouco antes do lançamento do álbum antecessor, “Angel Rat” (1991). Sem querer efetivar um novo baixista tão logo aconteceu a departura de Blacky, a banda decidiu contratar os serviços de estúdio do baixista Pierre St. Jean. Discípulo de Cliff Burton, o baixista de estúdio prestou um competente trabalho em The Outer Limits.
O lado acessível (não necessariamente comercial) do Voivod dá as caras logo na abertura com “Fix My Heart”, dono de um ritmo empolgante e melodias grudentas, que vem seguido de “Moonbeam Rider”, que mais parece um encontro entre Iron Maiden e Pink Floyd. Por falar na banda de Roger Waters, ela e ele aparecem homenageados na faixa 4 do álbum, através do cover de “The Nile Song”. Antes da música “pinkfloydiana”, uma boa amostra do Rock Progressivo do Voivod se destaca ocupando a posição de nº 3 do álbum, a variada e introspectiva “Le Point Noir”.
O trabalho de condução de Michel “Away” Langevin se destaca bastante na frenética “The Lost Machine”, seguida do Groove na guitarra do saudoso Denis “Piggy” D’Amour em “Time Warp”. Até aqui, todas as músicas foram curtas, até a chegada da épica “Jack Luminous”, de 17 minutos que passam rápido e que atestam toda a criatividade e ousadia do Voivod. Sem dúvida, a maior ousadia musical da história do Voivod, bem como é a maior música já gravada pela banda. A influência do lado acessível dos conterrâneos do Rush aflora em “Wrong-Way Street”, em contraponto com uma veia Punk (sob o ponto de vista do Voivod, é claro) em “We Are Not Alone”, que encerra os trabalhos em pouco mais de 54 minutos muito bem aproveitados e de uma riqueza criativa estupenda.
Produzido por Mark S. Berry e com o traçado inconfundível de Away a criar a arte de capa (desta vez com referências às histórias em quadrinhos), The Outer Limits foi o último álbum gravado pelo vocalista Denis “Snake” Bélanger antes de sua saída no ano seguinte e de seu retorno em 2002. Para os trabalhos seguintes, foi recrutado para os vocais Eric “E-Force” Forrest, que teve a missão de continuar a levar o Voivod a outros limites musicais e a explorar a ousadia da banda aliada ao talento musical e artístico de cada integrante. Os detalhes desta nova fase ficam para os próximos capítulos deste Cronologia.
The Outer Limits – Voivod (MCA Records, 1993)
Faixas:
01. Fix My Heart
02. Moonbeam Rider
03. Le Pont Noir
04. The Nile Song (Pink Floyd cover)
05. The Lost Machine
06. Time Warp
07. Jack Lominous
08. Wrong-Way Street
09. We Are Not Alone
Line-up:
Denis Bélanger – vocais
Denis D’Amour – guitarras, teclados
Michel Langevin – bateria
Participação:
Pierre St. Jean – contrabaixo
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9/10