Lançado pela Hypnotic Records, o décimo álbum de estúdio da banda canadense de thrash/prog metal é também o último a contar com Eric Forrest nos vocais e baixo.

Iniciamos com “Catalepsy”, instrumental calcada em uma série de efeitos eletrônicos  que dita como será a condução do restante do álbum.

Com uma típica introdução longa e vocais agressivos e graves, a banda apresenta a segunda faixa, intitulada como “Raise”. A escolha dos acordes e riffs é acertada, inclusive nas tensões aplicadas aos mesmos. Destaque aqui para o timbre da bateria, que se aplica como uma luva à proposta sonora dos demais instrumentos.

O início de “Mercury” já lembra trilha sonora de filme de alienígenas, clima este que é logo quebrado pela intervenção da guitarra, que ditará a cama harmônica onde a voz repousará. Esta, mantendo-se sempre numa zona mais confortável, indo poucas vezes às regiões mais agudas. Momento interessantíssimo no riff de  1:28 até 1:38! Ideia essa, que se repete em outros momentos.

De volta aos marcianos, a faixa título chega com um clima bem característico ao tema, sendo interrompida mais uma vez pela guitarra, que mesmo vindo com uma ideia muito interessante e que é agradável  mesmo sendo repetitiva, peca pelo timbre escolhido, diria até que foi uma escolha pobre. A guitarra se redime dos 3:20 aos 03:34.

É muito legal quando uma banda quer soar estranha e consegue isso sem parecer desagradável ou desafinada, Voivod conseguiu isso dos 0:33 até os 2:18 da faixa “Bacteria”, que é quando a composição se torna digamos, mais normal e degustável aos ouvidos menos acostumados com tal proposta sonora. Daí por diante  o destaque fica por conta do vocal de Eric Forrest.

Um agradável diferencial está na presença de um acordeon conduzido por Michel Langevin, na faixa “Temps Mort”, que consegue soar doce ao mesmo tempo em que é mórbido.

“The Tower” mostra-se como a estrutura  mais simples do álbum, o que de forma nenhuma tira seu peso e importância dentro da obra como um todo. De forma direta até demais pra uma ideia que deveria ser Prog, a faixa faz bem o serviço e dá seu recado.

Em “Quantum” temos uma guitarra com power chord abafado em semicolcheias com uma mudança a no fim do segundo compasso sendo que volta ao acorde anterior em apenas um compasso… Que ideia louca e interessante!! Isto é o simples trabalhando melhor do que o complexo! O vocal bastante econômico igualmente faz seu papel em adequação ao que o instrumental propôs. A condução da bateria também se mostra bastante diferenciada e interessante.

Se queriam me assustar, conseguiram! Ótima forma de começar uma música acordando os nervos da pessoa!  Mais parecendo um tiro e com o timbre de guitarra muito bem escolhido, “Neutrino” vai crescendo aos poucos nos ouvidos, adicionando um elemento de cada vez e tornando-se mais e mais interessante. Sem poupar delay na guitarra nem na caixa da bateria, a composição é uma ótima aula de como se fazer uma música ao estilo que a banda comumente apresenta.

E a cada faixa que se passa, a banda vai se especializando em encontrar beleza no estranho e precisão no que é caótico. Apenas ouça a brusca mudança que acontece aos 1:23 da faixa “Forlon” e entenderá o que quero dizer.

Após mais um climão criado por “Catalepsy II”, temos a “M-Body”, que se destaca das demais tanto pelos riffs de guitarra quanto pelos efeitos usados no microfone (desta vez com a participação de Jason Newsted, que também tocou baixo) dando à voz um tom macabro que normalmente não se conseguiria de forma natural.

Ainda entre as bonus track, temos um ótimo cover de “21st Century Schizoid Man” do King Crimson, que encerra a audição de maneira espetacular.

Membros:
Eric Forrest (vocal e baixo);
Dennis D’amour (guitarra);
Michel Langevin (bateria, acordeon e efeitos eletrônicos)

Faixas
01. Catalepsy
02. Rise
03. Mercury
04. Phobos
05. Bacteria
06. Temps Mort
07. The Tower
08. Quantum
09. Neutrino
10. Forlon
11. Catalepsy II
12. M-Body
13. Century Schizoid Man ((King Crimson cover)