Se em “Age of Consent” (1988), o Virgin Steele já dava mostras de que o Hard Rock vinha ganhando espaço em suas composições, “Life AAmong The Ruins”, lançado em 1993 só veio a confirmar essa teoria. Podemos dizer que este trabalho é um álbum totalmente voltado para o Hard, com muito, mas muito pouco daquele Heavy Metal clássico e épico que a banda mostrou ao mundo em “Virgin Steele”(1982), “Guardians of the Flame (1983) e principalmente, em “Noble Savage” (1986). Mas, ao menos na opinião deste redator, “Life Among the Ruins”, apesar de visto pela maioria dos fãs como um dos piores trabalhos do grupo, é sim um álbum de muita qualidade.

O quinto álbum do grupo, que veio após 05 anos sem atividades, trouxe uma mudança na formação. Rob DeMartino assumiu o baixo no lugar de Joe O’Reilly. Mas isso não afetou em nada as composições, uma vez que a maioria das faixas leva a assinatura do mestre David DeFeis, que aqui, ainda cantava de forma mais rasgada, uma de suas principais características que acabou sendo pouco explorado nos trabalhos posteriores. Com as guitarras de Ed Pursino despejando riffs calcados no Hard, de uma forma que chegava a lembrar o Whitesnake (escute “Love is Pain” e me diga se estou errado), o trabalho foi produzido pela banda em parceria com Chris Bubacz, que já havia produzido o trabalho anterior ao lado de DeFeis.

Se o início com “Sex Religion Machine” ainda remete ao Heavy Metal clássico praticado pelo grupo, a já citada “Love is Pain”, ao lado de faixas como “Jet Black”, “I Dress in Black” (outra que traz a “aura” do Whitesnake), a bela balada “I Never Believed in GoodBye”, “Too Hot to Handle” (hardão 80’s que foi gravado na década errada), com  uma performance muito boa de Pursino, “Wild Fire Woman”, onde Defeis mostra que é um dos vocalistas mais injustiçados da cena, e “Cry Forever” mostram que  a banda estava seguindo um direcionamento que em nada lembrava seus primeiros trabalhos. E a má aceitação deste trabalho fez com que a banda abandonasse essa direção, o que pode ser conferido nos excelentes “The Marriage of Heaven and Hell – Part I” e “The Marriage of Heaven and Hell – Part II”, trabalhos onde o épico voltou a ser o norte seguido pelo quarteto.

Apesar das críticas, “Life Among the Ruins” é um disco feito com o coração e com a visão que a banda tinha na época. Se não é aquilo que a maioria dos fãs esperava, também não pode ser considerado um trabalho “menor” em sua discografia. Composições técnicas, bem estruturadas e pesadas, aliadas a performances inspiradas do guitarrista Ed Pursino e do vocalista David DeFeis, fazem deste um álbum pra ser apreciado despido de preconceitos. Faça isso e você (re)descobrirá um trabalho muito bom!

https://www.youtube.com/watch?v=PnXW4Recwg8

Formação:
David DeFeis (vocal, teclados);
Ed Pursino (guitarra, baixo);
Rob De Martino (baixo);
Joey Ayvazian (bateria)

Faixas:
01 – Sex Religion Machine
02 – Love is Pain
03 – Jet Black
04 – Invitation
05 – I Dress Black
06 – Crown of Thorns
07 – Cage of Angels
08 – Never Believed in GoodBye
09 -Too Hot to Handle
10 – Love’s Gone
11 – Wild Fire Woman
12 – Cry Forever
13 – Haunting the Last Hour
14 – The Last Rose of Summer.

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