Roadie Metal Cronologia: Venom – Temples Of Ice (1991)

Falar do Venom é chover no molhado, uma das bandas mais influentes no meio da música pesada e que tem um legado enorme. Quem não se lembra instantaneamente de “Welcome To Hell” e “Black Metal“? Clássicos incríveis da banda, porém, até eles têm uma fase que chega a ser reprimida pelos próprios fãs, que é exatamente a fase pós-Cronos.

A banda contava com a seguinte formação: Demolition Man no baixo e vocais, Mantas e Al War Machine Barnes nas guitarras, além Abaddon na bateria. Com essa formação, a banda lançou três álbuns, “Prime Evil” em 1989, “Temples Of Ice” em 1991 — esse do qual falaremos nessa resenha — e “The Waste Lands” em 1992. Tirando o primeiro, esses álbuns foram praticamente ignorados pela mídia e por boa parte dos fãs.

Temples Of Ice” apresentou um salto de técnica impressionante, ainda maior que em “Prime Evil“. Além dos vocais mais altos de Demolition Man darem outro tom para as músicas, a banda chegou a adicionar alguns teclados levemente na harmonia das faixas, além de belas passagens acústicas.

O álbum começa com a enérgica “Tribes“, que até começa em um tom de comédia com uma mulher falando “Oh, shit” no início da faixa. As melodias acústicas já aparecem em “Even In Heaven“, que apesar de ser uma baita Thrash com um riff espetacular, inicia com um belo dedilhado no violão. Você pode encontrar isso também em seguida na faixa “Trinity MCMXLV“, onde há uma performance memorável de Demolition Man no baixo. “In Memory Of [Paul Miller 1964 – 90]“. “Faerie Tale“, lembra um pouco o som do Saxon em certas partes e conta com mais partes do violão, servindo até de base para um solo incrível de Mantas.

Playtime” é curiosa e começa como um Classic Rock, contando com coros em seu refrão que dão uma energia boa para a audição, atenção para os solos de baixo em sua ponte, que depois dão lugar a outro ótimo solo de guitarra de Mantas. “Acid” é uma faixa bastante Heavy Metal que dá um baita gás também, merece uma atenção a mais.

Um riff maravilhoso inicia “Arachnid“, outra faixa muito boa com uma ótima performance de Abaddon nas baquetas. Em “Speed King“, o interessantes é o duelo de guitarras entre Mantas e War Machine, um show a parte.

Fechando o álbum, a faixa-título é épica, começando com uma melodia acústica e um clima desolado, vai crescendo e vira um Speed Metal maravilhoso. Atenção para solos estridentes aqui. Seu final é onde temos a maior participação de teclados, criando um clima muito satisfatório.

Enfim, chega a ser incompreensível a total desconsideração deste álbum por parte da crítica e fãs, musicalmente é incrível, com riffs praticamente perfeitos e solo maravilhosos. A performance do vocalista é impecável, leve isso em consideração para o baixo também. Abaddon é preciso e não decepciona. A implementação de harmonias melódicas em certas partes enriquece as composições, deixando tudo mais agradável aos ouvidos. Para quem é fã e ignora o álbum só tenho a dizer que eles não sabem o que estão perdendo, agora se você deu uma chance para esse play, parabéns, mais uma audição incrível para a memória.

Temples Of Ice – Venom
Data de Lançamento: 31/05/1991
Gravadora: Under One Flag

Tracklist:
01. Tribes
02. Even In Heaven
03. Trinity MCMXLV
04. In Memory Of [Paul Miller 1964 – 90]
05. Faerie Tale
06. Playtime
07. Acid
08. Arachnid
09. Speed King
10. Temples Of Ice

Formação:
The Demolition Man – Baixo e Vocal
Mantas – Guitarras
Al Barnes – Guitarras
Abaddon – Bateria

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