Cast in Stone (1997) é o nono disco de estúdio lançado pela banda inglesa de Black Metal chamada Venom. O álbum é um marco importante para a banda pois conta com o retorno de sua formação que conta com Cronos, Mantas e Abaddon, a formação clássica da Venom.
Venom é uma das mais importantes e influentes bandas do Metal de todos os tempos. Este fato foi consolidado após a banda lançar seu segundo trabalho de estúdio, o Black Metal (1982), dando assim um nome a um novo subgênero, o Black Metal. A banda não só batizou a vertente do Metal como se tornara o maior expoente do estilo.
A formação original da banda não durou muito tempo e em 1986 a banda já trocava sua formação. Porém, para a alegria dos fãs, em 1997 a banda anunciou o lançamento de Cast in Stone (1997); o trabalho fora mais do que apenas outro álbum da banda, aqui fora o registro do retorno ao Power Trio e à formação original da influente banda.
O trabalho de 1997 conta com 14 faixas e traz o retorno do som visceral da banda, agora sem aquele sabor de novidade e inovação que apresentaram no início dos anos 80, porém com mais maturidade e técnica, trazendo os vocais guturais e agressivos com letras indo na mesma levada pesada. O entrosamento da banda mostrou-se ajustado, mesmo após uma década sem trabalharem juntos.
Outro destaque do trabalho está em sua produção, uma vez que a sonoridade extraída neste trabalho é bem superior à conquistada nos primeiros trabalhos da banda no início da década anterior, época onde a banda também contou com sua formação original.
Mesmo que a formação tenha se reunido novamente e que o trabalho visceral tenha voltado, há algumas sonoridades diferentes daquelas que o público havia se acostumado ao ouvir esta formação: se antes a banda apresentava muita agressividade aliada a muita velocidade, neste trabalho a tal velocidade é alternada com altas doses de cadência, mostrando uma nova face do trabalho. Há quem não goste e prefira o trabalho do início da banda, porém é inegável que as diferentes nuances colocadas nas faixas trazem sonoridades distintas e apresentam novas técnicas que a banda não explorava antigamente, abrindo novos caminhos sonoros para o trabalho da Venom. Esta cadência fica ainda mais evidente nas faixas Destroyed & Damned e Judgement Day.
Mesmo apresentando algumas nuances diferentes do que a banda estava acostumada a apresentar para o público, principalmente quando se trata desta formação, o álbum está longe de ser ruim, tendo sido bastante elogiado em sua época de lançamento.
O certo é que o álbum, apesar de estar longe de ser ruim, acabou frustrando muita gente por ter colocado em si uma pressão tamanha devido ao retorno de sua formação clássica. Mas basta ouvir com atenção e entender que nos primeiros trabalhos da banda, o que fazia com que o som saísse da forma como saiu era justamente a inexperiência dos músicos, dando a impressão que estavam à beira de um colapso sonoro, prontos para errarem a qualquer momento, tanto no disco quanto ao vivo. Uma vez que a maturidade chegou, este flerte com o amadorismo ficou distante, mas talvez o fato de “correr riscos” do início da carreira fosse uma característica marcante para os fãs e por isso alguns se frustraram ao conhecer a nova face da banda nesta formação.
Na verdade, talvez o álbum não seja ruim como alguns fãs insistem em dizer; talvez ele apenas não corresponda às expectativas criadas pelos mesmos que esperavam “mais do mesmo”, não aceitando novas nuances nas músicas ou sonoridades diferentes que a banda estava a fim de inserir naquele momento. Assim como o álbum Load (1996) do Metallica não é ruim, só não corresponde ao Thrash Metal do iníco da banda, trazendo novas referências sonoras para a banda naquele momento, o mesmo acontece aqui; o que não quer dizer que Cast in Stone (1997) seja ruim, apenas não traz apenas os elementos do início da banda.
Os destaques ficam para a faixa The Evil One, Raised in Hell, Destroyed & Damned e Domus Mundi.
Na faixa de abertura (The Evil One) notamos uma diferença na sonoridade da banda, deixando a velocidade costumeira um pouco de lado e apresentando um som mais voltado para o Rock Alternativo, sendo mais cadenciada e melódica. Mesmo assim, é um bom trabalho e que explora uma sonoridade diferente do que a banda estava acostumada a apresentar.
Em Raised in Hell a banda volta às origens trazendo aquela sonoridade mais rápida e agressiva que o público estava acostumado, apresentando um Speed Metal bem tocado, cru e agressivo do início ao fim.
Destroyed & Damned já apresenta uma sonoridade bem mais cadenciada, sendo dedilhada em seu início e ganhando peso com o decorrer do trabalho. Mas, mesmo com o peso, a cadência ainda se mantém, remetendo mais à sonoridade que a banda já havia colocado na faixa de abertura.
Já em Domus Mundi vemos notáveis influências industriais na faixa desde sua introdução, bem marcada pela percussão.
De qualquer forma, não quero defender o álbum e dizer que é o melhor trabalho da banda ou que está entre os melhores; apenas vejo como um trabalho bem honesto dentro da proposta apresentada e das novas nuances e cadências que os músicos decidiram apresentar em seu disco.
Tracklist
01. The Evil One
02. Raised in Hell
03. All Devils Eve
04. Bleeding
05. Destroyed & Damned
06. Domus Mundi
07. Flight of the Hydra
08. God’s Forsaken
09. Mortals
10. Infectous
11. King of Evil
12. You’re All Gonna Die
13. Judgement Day
14. Swarm
Formação
Cronos – Vocal e baixo
Mantas – Guitarra
Abaddon – Bateria