Confesso que a principio não dei muita importância aos primeiros trabalhos dessa banda. São muitas as opções quando você não se fixa em um determinado ‘rótulo’ e procura abranger o máximo possível todas as subdivisões da música pesada. É bom, pois quanto mais se conhece, mais bandas existem para se acompanhar. O lado ruim é que em determinadas vezes alguma coisa muito boa passa por você e só algum tempo depois você percebe o que se estava perdendo.

E no caso desses poloneses o dia 4 de junho de 2005 foi o dia “D” ou “V”, como queiram. Dia que fui assistir ao show do W.A.S.P. no saudoso Via Funchal aqui em Sampa e fui apresentado oficialmente ao Vader, que foi uma das bandas de abertura. Rapaz, que show. Muita energia, muito peso, composições consistentes. Daquele dia em diante, correr atrás do tempo perdido e conhecer a fundo a discografia dessa ótima banda se transformou em obrigação.

O álbum “The Beast” foi um ponto de transição para o Vader. Elementos diferentes foram usados na criação das melodias. As características principais estavam lá, mas algo mudou, uma espécie de ambição se faz latente por parte dos músicos. Uma vontade de experimentar coisas novas. Menos velocidade e mais cadência em algumas passagens, mais intensidade em outras. E o resultado quando se coloca na zona de riscos, quando se sai do lugar comum, é sempre o mesmo. Muitos adoram e outros criticam.

Eu vejo esse disco como uma evolução do trabalho da banda. Pode ser porque este álbum não é tão pesado quanto os outros, ou porque é menos caótico e dissonante. Achar um meio termo para expandir seus limites na música extrema, mas sem perder sua identidade é uma tarefa para poucos. Este álbum é um marco pois é diferente do que veio antes e do que viria depois. Um exemplo foi à tendência de temas de curta duração nas composições do Vader.

A tijolada que abre o disco “Out Of The Deep” seguida por “Dark Transmission”, parecem ter apenas um único objetivo: destruir o pescoço de qualquer headbanger.

O solo em “Firebringer” é marcante e sem dúvida um dos pontos altos do álbum. Algo que só com muita inspiração e convicção garantiria tão bom resultado final.

Mas minha favorita é “Apopheniac”. Simplesmente fantástica, é uma composição acima da média dentro do estilo, com um andamento que fez o Vader colocar pé no Prog Metal.

A abordagem encontrada pelos músicos do Vader  em ‘The Beast” brilharia em seus álbuns seguintes. Todos eles enfatizam a melodia em muito maior extensão do que as obras anteriores e o caminho para isso foi pavimentado por “The Beast”.

Em suma, este álbum foi um lançamento muito polêmico. Um elo entre o Thrash e o Death. E esse fato não deve ser considerado um problema, mesmo considerando que o Vader é predominantemente uma banda de Death Metal. Não olhe para este trabalho como algo contrastante. Ele realmente difere de praticamente qualquer outro álbum gravado por eles, mas variedade é uma coisa boa. Tente encontrar ao ouvir o álbum o quanto entusiasmado e mais enérgico o Vader se tornou dali em diante. A aposta deu certo.

Track listing:

1.Intro” (instrumental)

2.Out of the Deep

3.Dark Transmission

4.Firebringer

5.The Sea Came in at Last

6.I Shall Prevail

7.The Zone

8.Insomnia

9.Apopheniac

10.Choices

Vader:

Piotr “Peter” Wiwczarek – rhythm guitar, lead guitar,lead vocals

Maurycy “Mauser” Stefanowicz – lead guitar

Marcin “Novy” Nowak – bass guitar

Dariusz “Daray” Brzozowski

https://www.youtube.com/watch?v=pe2sa_VVpx0

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