Sea of Light (1995) é o 19º álbum da banda de Rock britânica chamada Uriah Heep . O álbum foi lançado em abril de 1995 e suas músicas são tão importantes para a banda que permaneceram como parte do shows da banda até os dias atuais.
O álbum, aliás, foi uma espécie de resgate à melhor sonoridade da banda, o que tinham conseguido com mais frequência nos anos 70. Depois de alguns trabalhos que não renderam nada mais que alguns momentos, a banda conseguiu trazer em Sea of Light (1995) uma mistura perfeita de peso, técnica e ótima performance, apresentando ótimas músicas.
A formação da banda neste álbum contou com Bernie Shaw no vocal principal, Mick Box nas guitarras e vocais, Phil Lanzon nos teclados e vocais, Trevor Bolder no baixo e vocais, co-vocal na faixa 6 e Lee Kerslake na bateria e voz.
Como banda de apoio, o álbum contou com Piet Sielck nos teclados adicionais, Pete Beckett no vocal adicional e arranjos de cordas em Love in Silence e Rolf Köhler nos vocais adicionais.
A produção ficou por conta de Kalle Trapp que foi produtor, engenheiro e o responsável pela mixagem do trabalho.
O reconhecimento do álbum foi muito bom, chegando à posição 87 na Alemanha e chegando à posição de número 29 na Suíça.
A turnê de Sea of Light (1995) chegou a passar pelo Brasil e, ao seu final, rendeu um bom disco ao vivo: Spelbinder (1998).
O álbum foi uma resposta da banda, que queria voltar a ter uma sonoridade melhor, sabia que precisava se reciclar de trabalhos mais recentes que havia lançado. Os álbuns anteriores não apresentavam a mesma dinâmica e intensidade daqueles dos primórdios, que a banda lançara nos anos 70. Sendo assim, a banda ousou, misturou estilos, aliou à técnica e criatividade de seus músicos e executou um ótimo trabalho.
A primeira faixa do álbum, a melhor do trabalho na minha opinião, já definia o que a banda pretendia. A faixa começa bem calma e cadenciada, porém quando a guitarra apresenta seu riff de Hard Rock intenso, a banda já apresenta seu cartão de visitas deixando claro que estava começando uma nova época para seus trabalhos.
A faixa é agressiva, intensa, apresenta todos os elementos mais clássicos do Hard Rock: refrão intenso e melódico, riff marcante que carrega a música e dá todas as nuances que ela pede, além de refrães cantados em coro pela banda. O baixo, sempre muito rápido e técnico, não deixa a sonoridade baixar sua intensidade. Para melhorar, o solo de guitarra é sensacional e mantém a intensidade da música nas alturas. A música lembra a fase clássica de bandas como Europe e Scorpions, apresentando um pouco mais de peso que as citadas.
Em seguida, o álbum vem com Sweet Sugar. A faixa apresenta um riff inicial bem estilo AC/DC: marcante, seco e direto. No decorrer da música, os teclados dão as caras e preenchem muito bem a sonoridade da música. Esta é mais reta que a primeira, mais Rock and Roll, indo direto ao ponto.
Em Time of Revelation a banda já apresenta uma sonoridade mais Heavy Metal, com um riff bem melódico e agudo no início, lembrando trabalhos como de Iron Maiden e Judas Priest.
Em Mistress of All Time vemos fortes influências de Metal Melódico, desde os arranjos (muito focado nos teclados) até os vocais. Com uma sonoridade bem menos intensa do que as primeiras, essa se torna uma espécie de balada do álbum, misturada aos elementos citados anteriormente.
Na faixa seguinte, Universal Wheels, a banda começa com o baixo marcando e ditando o que seria a música. Os teclados ajudam a preencher a introdução, mas, sem dúvidas, o baixo é o que dita o que virá. Em seguida a música cresce em uma espécie de Hard Rock
Já em Fear of Falling temos os vocais comandados pelo baixista Trevor Bolder, cantando em outra extensão vocal, bem mais puxada para o grave. A faixa apresenta um solo muito bom de guitarra, sendo técnico e intenso, além de ótimos riffs de guitarra ao decorrer da música e um ótimo preenchimento de baixo.
Voltamos ao Heavy Metal na faixa Spirit of Freedom: com uma introdução com um riff bem melódico, temos uma balada um pouco mais intensa que a faixa Mistress of All Time, algo no estilo Power Ballad, com refrão bem melódico.
Em Logical Progression vemos mais uma vez o baixo mostrar o caminho da música, tendo o teclado como preenchimento. Algo com uma sonoridade bem anos 80, digna de fundo sonoro de filmes de ação.
Na faixa Love in Silence, mais uma vez temos a balada como ponto de partida. Com todos os elementos mais característicos de uma boa balada, a música apresenta boa crescente e bom arranjo de baixo. No meio, a música tem uma quebra, onde a bateria sai e o teclado mostra a sonoridade apresentada. Em seguida, o violão acompanha, trazendo uma expectativa para o desenrolar: que faz a música voltar ao estilo inicial.
Já em Words in the Distance, voltamos ao riff seco de guitarra no início, que é substituído pelo preenchimento de baixo e bateria que vão ditando o segmento da música. A guitarra segue preenchendo com bons riff’s e o teclado ajuda preenchendo os espaços.
Fires of Hell tem a bateria iniciando, em seguida riffs de guitarra e baixo ao estilo de bandas como Rush entram na música. A faixa apresenta boa técnica e ótima cadência, sendo onde os instrumentos mais apresentam entrosamento entre si, não tendo um destaque, sendo todos executados em perfeita harmonia e importância.
Em Dream On vemos a típica balada para encerrar o trabalho: um dedilhado no violão seguido de pequenos solos. A faixa segue no bom “violão e voz”, apresentando boa cadência e deixando a emoção no ápice do trabalho. Seguindo uma boa fórmula de terminar os discos e apresentando forte emoção, a banda com certeza encerra o trabalho deixando a sensação de dever cumprido.
A expectativa da banda de fazer um ótimo álbum foi bem realizada. Alguns exageros cometidos em alguns pontos, mas não tem como dizer que não se trata de um ótimo álbum que resgata perfeitamente a sonoridade inicial da banda.
Conseguindo trazer sonoridades distintas, a banda arriscou e acertou neste trabalho. O álbum apresenta boas baladas, um Hard Rock bem intenso, boa influência de Heavy Metal e Metal Melódico, com boas doses de Rock and Roll.
Confira abaixo a tracklist de Sea Of Light (1995).
Tracklist
01 – Against the Odds
02 – Sweet Sugar
03 – Time of Revelation
04 – Mistress of All Time
05 – Universal Wheels
06 – Fear of Falling
07 – Spirit of Freedom
08 – Logical Progression
09 – Love in Silence
10 – Words in the Distance
11 – Fires of Hell (Yours Onnly Son)
12 – Dream on
2013 – Edição Remasterizada com Faixas Bônus
13 – She Still Calls His Name
14 – Sail the Rivers
15 – Dream On (Versão Alternativa)