Vinnie Moore está aqui!
A frase não é um mero trocadilho. O álbum foi de fato intitulado em referência ao guitarrista. Vinnie, no período em que começou a atuar com o UFO, fazia muitas viagens de trabalho, mas deu uma pausa no seu vai-e-vem para se concentrar efetivamente na gravação do álbum, então, naquele momento, “ele estava lá”!
A chegada do músico americano foi a página seguinte na eterna novela entre Michael Schenker e o UFO. Novela essa que teve seu episódio final após o álbum “Sharks”. O genial John Norum chegou a ser cogitado, mas a torcida dos fãs do Europe foi mais forte e ele permaneceu com sua banda original. Além da posição de guitarrista, o restante da casa sofreu algumas outras mudanças. Paul Raymond estava de volta aos teclados e, substituindo o consagrado Aynsley Dunbar, veio a mão pesada de Jason Bonham para a bateria. Os veteranos Pete Way e Phil Mogg permaneciam na linha de frente.
São os riffs de Moore que fazem a abertura do álbum com “When Daylight Goes To Town”. A química com Mogg foi sobrenatural e gerou canções pesadas e melódicas, com refrões cativantes onde a voz e o carisma do frontman brilham como nunca. O UFO mantinha sua imponência como gigantes do Hard Rock que eram. “The Wild One” é uma música tão soberba que de forma alguma ficaria de fora dos shows, tendo sido sabiamente incluída no repertório do DVD “Showtime”. “Give It Up”, por outro lado, poderia ter sido um single perfeito.
O talento de Moore é uma força que não pode ser contida, mas a sua sensibilidade em “Slipping Away” é algo para além do emocionante, podendo se afirmar que suas notas praticamente cantam a música em harmonia com Mogg, em um maravilhoso dueto. A cada faixa, você nota que é atingido por uma vibração que não lhe permite ficar indiferente. São daquelas canções que praticamente lhe forçam a parar para prestar atenção em cada detalhe de seus arranjos, em cada progressão de acordes.
“Mr. Freeze” também foi presença garantida nos shows. Tão penetrante quanto “Jello Man”, que possui um refrão mais inusitado, e a balada “Baby Blue”, prova do quanto o conjunto foi copiado por gerações de artistas mais jovens. O final do disco traz “Swallow”, onde Bonham se junta ao duo de compositores principais para entregar uma faixa de andamento mais moderado, sem prejuízo de sua força.
No futuro, Bonham deixaria o barco para o retorno de Andy Parker, e mesmo Way iria buscar outros rumos em sua carreira. Porém, mesmo não precisando mais provar nada pra ninguém, o UFO inaugurava uma nova e vitoriosa fase, entregando grandes canções e performances, finalmente livres das tensões que pareciam acompanhá-los como se fosse uma sombra. O status junto a sua imensa base de fãs estava intocado, mas era também aberto um leque imenso para qualquer novo ouvinte que se habilitasse a ouvir o novo material que surgia. A sombra do UFO flutuante, acima do cenário do Rock pesado, era a única que importava.
Formação
Phil Mogg – vocal
Vinnie Moore – guitarra
Paul Raymond – teclado
Pete Way – baixo
Jason Bonham – bateria
Músicas
01 When Daylight Goes to Town
02 Black Cold Coffee
03 The Wild One
04 Give It Up
05 Call Me
06 Slipping Away
07 The Spark That Is Us
08 Sympathy
09 Mr. Freeze
10 Jello Man
11 Baby Blue
12 Swallow
-
8/10