Roadie Metal Cronologia: The Rolling Stones – A Bigger Bang (2005)

“A Bigger Bang”, o vigésimo-segundo álbum da discografia dos Stones, é uma tentativa de resgate, por assim dizer. Sucessor de “Bridges to Babylon” (1997) traz a maior lacuna entre lançamentos da banda até então, levando 8 anos para ser produzido e lançado. Mick Jagger, Keith Richards e Charlie Watts deram toda a atenção às gravações, que não contaram na sua plenitude com os serviços de Ronnie Wood, tanto que Jagger chegou a gravar as linhas de baixo em algumas faixas e trouxe ainda a contribuição de músicos de fora da banda em algumas gravações como Chuck Leavell, nos teclados, Darryl Jones, no baixo e o multi-instrumentista Matt Clifford. O álbum foi gravado entre setembro de 2004 e junho de 2005.

Musicalmente falando a banda acertou na sonoridade, uma vez que na maioria das faixas há um certo retorno ao passado glorioso dos Stones, com os músicos usando e abusando de seus talentos, o que ficou bem evidente. Porém, não que esse retorno ao passado fosse copiar os tempos áureos, isso porque há uma sonoridade mais modernizada, pesada, o que torna a audição bem mais interessante.

The Rolling Stones: Charlie Watts, Keith Richards, Mick Jagger e Ronnie Wood

O álbum foi muito bem recebido na época, chegando a ser o 2º mais vendido no Reino Unido, recebendo disco de plantinha nos EUA e na Alemanha e disco de ouro no Japão. “A Bigger Bang” é um álbum muito bem produzido e muito bem executado, trazendo um som limpo e cristalino. A produção contou com Don Was ao lado de Jagger e Richards.

A faixa de abertura “Rough Justice” já começa com um riff bem cadenciado, logo seguido de vocais animados. É uma faixa bem Rock’n’Roll, forte. Os versos curtos e os refrões se alternam durante a música, que traz um solo bem legal, apesar de não ser extenso. Uma bela abertura. “Let Me Down Slow”, a segunda faixa e quase tão intensa quanto a primeira, trazendo uma ótima linha de baixo. Os vocais estão muito bem executados e tem um solo quase havaiano, que dá um ar bucólico a ela. “It Won’t Take Long” traz a guitarra dando seu cartão de visitas, com um riff muito bem executado. É uma faixa mais lenta, porém intensa, não deixando o ouvinte ficar parado. A instrumentação é maravilhosa, o que não é difícil de conceber, em se tratando da qualidade dos músicos. A quarta música “Rain Fall Down” é uma faixa bem dançante. Guitarra e bateria iniciam, logo seguidos dos vocais. O andamento é bem cadenciado, quase profundo, uma referência às músicas dançantes dos anos 70. O riff dessa música confere um ar gostoso a ela, fazendo o corpo se mexer. Muito boa.

“Streets Of Love” é a primeira balada, ao som do violão, que vai crescendo com o andamento e a inclusão dos demais instrumentos. Mick Jagger esbanja talento, com suas vocalizações. “Back Of My Hand” é uma faixa blueseira, com direito a uma gaita riffando em toda a música. Já “She Saw Me Coming”, a sétima faixa é mais alegre, embora cadenciada, com destaque para as vocalizações. “Biggest Mistake”, uma semi-balada, com um andamento meio havaiano bem interessante vem em seguida diminuindo novamente o ritmo do play, já a faixa seguinte “This Place Is Empty” é uma balada propriamente dita, com acompanhamento de teclados, sendo que nesta música, os vocais são de Keith Richards, dando um ar mais pesado, com sua vocalização mais rouca.

“Oh No! Not You Again” traz a fúria de volta, por assim dizer, porque é uma música bem Rock’n’Roll, com vocais intensos, dobras e backings em alto nível. Esta é sucedida pela canção “Dangerous Beauty”, pesadona, intensa, feita pra bater cabeça ao velho estilo Stones, com refrão forte e pegajoso. Até que chegamos na décima-segunda faixa “Laugh I Nearly Died”, a mais bela das baladas do play, aliás uma das mais belas do play, de modo geral, bem cadenciada, com destaque para a cozinha, baixo e bateria dando as cartas. Linda demais. “Sweet Neo-Com” é uma música que traz uma letra polêmica, politizada contra um governo hipócrita. Musicalmente tem um andamento mediano, porém intenso, quase ditatório, com nova participação da gaita.

Pra finalizar chegam “Look What The Cat Dragged In”, outra faixa mais dançante, lembrando os anos 70, com o baixo sendo gravado por Darry Jones, seguida de “Driving Too Fast”, a penúltima faixa, que é um belo Rockão, bem animado, com o selo de qualidade dos Stones e fechando com “Infamy”, com Keith Richards voltando aos vocais principais, nessa música com uma levada bem Eletro-Pop.

Neste álbum, vemos os The Rolling Stones mostrando que estão fazendo o que gostam, tocando de forma intensa, suja, provocante, enfim fazendo um grande trabalho.

The Rolling Stones – A Bigger Bang
Data de Lançamento: 05/09/2005
Gravadora: Virgin Records/ EMI


Tracklist:
01 Rough Justice
02 Let Me Down Slow
03 It Won’t Take Long
04 Rain Fall Down
05 Streets Of Love
06 Back Of My Hand
07 She Saw Me Coming
08 Biggest Mistake
09 This Place Is Empty
10 Oh No! Not You Again
11 Dangerous Beauty
12 Laugh I Nearly Died
13 Sweet Neo-Con
14 Look What The Cat Dragged In
15 Driving Too Fast
16 Infamy

Formação:
Mick Jagger (vocais)
Keith Richards (guitarra)
Ronnie Wood (baixo)
Charlie Watts (bateria)


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