Lançado no Japão pela Zero Corporation em 13 de novembro de 1996, e em demais localidades em 1997, obviamente por outras gravadoras, o terceiro álbum do Symphony X certamente firmou a banda como um dos principais nomes do Prog Metal nos anos 90, se estendendo até os dias de hoje – muito embora a banda esteja encostada em algum canto…
‘The Divine Wings of Tragedy’ conseguiu uma boa vendagem no Japão, vendendo cerca de 100 mil cópias, e apresentou aos seus apreciadores nove composições de diferentes extensões de tempo, indo dos 4:19 de “Sea of Lies” até os estonteantes 20:43 da faixa título. A arte de capa foi um trabalho em conjunto dos artistas Andy Baumgartner e Donna Rachel.
“Of Sins and Shadows” já deixa claro em seus primeiros instantes que o peso também faz parte da sonoridade da banda, do mesmo modo que se percebe um cuidado com a gravação e produção, evidenciando com clareza o desempenho dos instrumentos e vocal – algo que em muitos trabalhos parece ser impossível. A já citada “Sea of Lies” mantém o pique, apresentando algumas passagens velozes do Power Metal em meio ao trabalhado e interessante instrumental, além de um Russel Allen inserindo drives em sua voz na medida certa. Até aqui, digo que duvidar da capacidade técnica dos músicos ou mesmo de sua capacidade de compor, chega a ser um sacrilégio e uma falta de sensibilidade absurda!
“Out of the Ashes” brinca descompromissadamente com o Neo Clássico e cai de cara em um poderoso Power de fazer inveja em qualquer banda do estilo, e não nos esqueçamos do grudento refrão. “The Accolate” tem uma entrada maravilhosamente acústica, totalmente Progressiva, onde dedilhados de violão interagem delicadamente com teclados repletos de feeling e uma bateria nada indispensável, até a chegada do vocal e das cordas pesadas. Em suma, uma composição forte e refinada!
Com um nome desses, “Pharaoh” não poderia ser menos pomposa, com climas sombrios, porém sem abandonar o peso! “The Eyes of Medusa” mantém a mesma ambientação da anterior, e um Russel cantando naquele tom com drive, passando a impressão que estava mais confortável ali do que desenvolvendo os vocais limpos e melodiosamente exigentes. Sinceramente, acredito que a primeira maneira combinou mais com ele. “The Witching Hour” é uma das mais curtas do álbum, em relação às demais, e também não deixa o mesmo na mão.
Finalmente chegamos na intimidadora faixa título e seus quase 21 minutos de duração, e claro, com uma faixa desse tamanho, não poderia deixar de ser grandiosa e épica, tanto que é dividida em sete partes – onde o ouvinte pode esperar por incontáveis momentos de aguçada expressão musical. Mas a “ópera” ainda não terminou e ainda temos “Candlelight Fantasia”, que mais soturna e sem tanto alarde, encerra o álbum, mas cairia muito bem como uma faixa bônus, de alguma edição especial ao redor do mundo, para colecionadores…
Um trabalho espetacular, onde você será surpreendido com o dinamismo de instrumentos como o teclado de Michael Pinella e as guitarras de Michael Romeo e que pode ser conferido sem receios.
Faixas:
01. Of Sins and Shadows
02. Sea of Lies
03. Out of the Ashes
04. The Accolade
05. Pharaoh
06. The Eyes of Medusa
07. The Witching Hour
08. The Divine Wings of Tragedy
09. Candlelight Fantasia
Membros:
Russell Allen (vocal)
Michael Romeo (guitarra)
Thomas Miller (baixo)
Jason Rullo (bateria)
Michael Pinnella (teclados).