Álbuns de estreia são interessantes de se ouvir, pois muitas vezes mostram a essência da banda no momento em que surgiu, geralmente calcada em suas influências. E com o passar dos anos, vão adquirindo sua verdadeira identidade. Mas no caso do Suicidal Tendencies, apesar de sua sonoridade ter mudado várias vezes ao longo de sua história, em seu álbum homônimo de estreia eles mostram o porque são um dos maiores nomes do Hardcore Punk/Crossover Thrash.

Lançado em abril de 1983, o álbum “Suicidal Tendencies” chega ao mercado mostrando um grupo de Los Angeles, na Califórnia, que tem um som agressivo, cadenciado e veloz. Liderada por Mike Muir, gravou o álbum de apenas 28 minutos de duração, mas suficiente para registrar o nome na história do rock.

Começando por uma gargalhada insana, “Suicide’s An Alternative/You’ll Be Sorry” segue um crossover/thrash violento, que já faz surgir a vontade de se jogar um mosh. Vocais e instrumentos velozes, mas que na metade são quebrados por um bom ritmo cadenciado.

“Two Sided Politics” começa com bateria e guitarra típico do punk rock, continuando com grande velocidade. Já “I Shot The Devil”, um clássico da banda, começa com o grito de Mike e a porrada sonora vem em seguida, bem thrash metal com solo antes do refrão.

“Subliminal” uma faixa menos interessante musicalmente e um vocal menos agressivo e pouca técnica. Todavia, o instrumental agressivo tem bons momentos.

Em “Won’t Fall in Love Today” o baixo tem destaque inicial a cozinha direta mostra um excelente hardcore. Ponto alto do disco. “Institutionalized” é uma narração feita por Muir que posteriormente é seguida pelo hardcore/crossover do Suicidal Tendencies, considerado pelos fãs um dos hinos da banda. A faixa mistura um pouco de thrash, hardcore, punk e rap, fazendo um interessante experimento.  

Simples e direta, “Memories of Tomorrow” é pura agressividade e pede também por um inspirado mosh. Com instrumental visceral, música pra nenhum fã do estilo botar defeito.

Em seguida temos a ótima “Possessed” um punk feito com maestria, empolgante e com muita energia. “I Saw Your Mommy…” é uma composição divertida e cadenciada, que quebra a velocidade das demais faixas, deixando um bom ritmo ao álbum.

Crua e de refrão marcante, “Fascist Pig”, volta ao crossover/punk com crítica política, como o nome sugere. Destaque para os vocais bem combinados com o instrumental. Tem apenas 1:16 mas chama a atenção.

“I Want More” tem início lento, com vocal de Mike Muir, mas este cenário logo é quebrado pela destrutiva bateria. Variada, a faixa tem boa marcação em determinados momentos.

Por fim, “Suicidal Failure”, também é uma ótima faixa, a começar por um rápido mas interessante solo de guitarra. Encerra de boa maneira o álbum de estreia do Suicidal Tendencies.

Assim, a banda acertou em cheio sua chegada no meio musical. Tanto que os fãs o consideram um clássico, não apenas na história do Suicidal Tendencies, mas para a formação de um novo subgênero: o crossover thrash. Vale a escuta para todo fã do estilo.

Integrantes:
Mike Muir (vocal);
Grant Estes (guitarra);
Louiche Mayorga (baixo);
Amery AWOL Smith (bateria).

Faixas:
01 – Suicide’s An Alternative/You’ll Be Sorry
02 – Two Sided Politics
03 – I Shot The Devil
04 – Subliminal
05 – Won’t Fall In Love Today
06 – Institutionalized
07 – Memories of Tomorrow
08 – Possessed
09 – I Saw Your Mommy…
10 – Fascist Pig
11 – I Want More
12 – Suicidal Failure

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