Roadie Metal Cronologia: Suicidal Tendencies – Freedumb (1999)

Em pouco tempo, a carreira do Suicidal Tendencies passou por muitas reviravoltas. Atingiram o ápice da popularidade com a veiculação massiva do clipe de “You Can´t Bring Me Down”, depois o experimental “The Art Of Rebellion” e o bem concebido disco de releituras do trabalho de estreia. Por fim, o amargo e irregular “Suicidal For Life”.

E, por algum tempo, foi realmente o fim.

Só que o mundo precisa do Suicidal Tendencies e, portanto, a pausa de cinco anos não poderia mais prevalecer. Mike Muir trazia sua criatura de volta a vida, contando apenas com o guitarrista Mike Clark da formação clássica. Robert Trujillo e Rocky George partiram e cederam suas vagas para Josh Paul e Dean Pleasants, sendo que este último assumiu o posto de fiel escudeiro, permanecendo estável na formação desde seu ingresso.

“Freedumb” trazia o velho Suicidal homogeneamente misturado com o novo Suicidal. A veia Hardcore, com músicas curtas, rápidas e diretas estava de volta, mas as levadas funkeadas, herança do projeto Infectious Grooves, também acenava registrando sua presença. Muito pode ser dito, mas é indiscutível que Robert Trujillo mudou o som de baixo do Suicidal de maneira definitiva! Qualquer um que comandar as quatro cordas terá que demonstrar ter fogo nas juntas e ser apreciador dos slaps furiosos!

A faixa título tem todos os predicados para resumir o que foi dito até agora. Hardcore insano, bateria monstruosa de Brooks Wackerman e paradas marcadas pelas intervenções grooveadas de Josh Paul. São estes dois que dão início a “Ain´t Gonna Take It”, cujo andamento mais balanceado é seguido pela porrada de “Scream Out”. Depois vem “Half Way Up My Head”, aquele tipo de música que só poderia sair da cabeça de Mike Muir, intercalando o Crossover com o Ska de uma forma completamente única.

“Cyco Vision” integrou a trilha sonora do game “Tony Hawk´s Pro Skater”, de forma muito apropriada. “I Ain´t Like You” repete o recurso de mudar o andamento seguindo as coordenadas das linhas de baixo, mas “Naked” me pareceu bem diferenciada, em uma linha de Rock Alternativo, onde algumas passagens chegaram a me lembrar bandas como Pixies. “Hippie Killer” é bem melhor e “Built To Survive” é daquelas que você consegue enxergar mentalmente a reação das rodas de mosh do público durante sua execução.

Em um disco com catorze músicas, nem sempre dá para manter o nível intermitentemente no ponto mais alto. “Get Sick” e “We Are Family” são ótimas, embora não sejam brilhantes, mas sempre se deve destacar a prática da banda em se autorreferenciar nas letras, com “suicidal” e “ST” espalhados por todos os lados. Talvez não seja coincidência que a música mais curta, “I´ll Buy Myself”, seria a que eu cortaria, mas achei seus trechos de “quack quack woop woop” bem irritantes. Não deve ser difícil imaginar o porquê.

“Gaigan Go Home” é a última canção com pegada mais intensa, antes da conclusão com “Heaven”, uma composição que poderia estar mais confortavelmente adaptada em “The Art Of Rebellion”. Aqui o disco se encerra, mas apesar de uns ou outros poucos momentos de menor impacto, o certo é que este álbum foi uma retomada com o pé direito para o Suicidal. A banda não poderia existir sem Muir, mas mesmo este sabe que a criatura é maior que o criador. Tendo o grupo retomado seu lugar, o compromisso de lealdade foi restabelecido e o coro pode continuar a ecoar as consoantes “ST”… “ST”… “ST”…

Formação

Mike Muir – vocal

Dean Pleasants – guitarra

Mike Clark – guitarra

Brooks Wackerman – bateria

Josh Paul – baixo

Músicas

01 Freedumb

02 Ain’t Gonna Take It

03 Scream Out

04 Half Way up My Head

05 Cyco Vision

06 I Ain’t Like You

07 Naked

08 Hippie Killer

09 Built to Survive

10 Get Sick

11 We Are Family

12 I’ll Buy Myself

13 Gaigan Go Home

14 Heaven

Encontre sua banda favorita