This year has been a nightmare“, (Este ano foi um pesadelo), canta Timo Kotipelto na primeira linha da primeira música de “Stratovarius“, o álbum lançado pelos finlandeses em 5 de setembro de 2005 pela Sanctuary Records. Ele não estava brincando, os problemas públicos de saúde mental do líder Timo Tolkki, a desintegração da banda, o tecladista Jens Johanssen literalmente “urinando” em Tolkki no palco, tudo tornou a existência deste álbum um verdadeiro milagre. 

O fato de algumas músicas serem mais simples e mais orientadas ao “Rock and Roll” e a opinião dos fãs ter sido amargamente dividida no lançamento anterior dos finlandeses deve ser secundária ao fato de a banda ainda ter estado intacta neste ponto de 2005. Querendo ou não ainda era bom ter o grande e maluco Tolkki por perto.

Maniac Dance” (lançada como single na pré-venda) definitivamente alimentou o fogo dos detratores da banda, é uma simples, quase boba, faixa mais “Rock” com um riff pobre e descartável, um “Enter Sandman” do metal finlandês. Definitivamente não é da responsabilidade da banda seguir padrões e as letras angustiantes se chocam com a música que soa alegre, então não é difícil entender que isso tenha caído como combustível sendo atirado sobre uma fogueira.

Fight!!!“, no entanto, é uma besta muito mais satisfatória, um hino memorável que nem mesmo o coro “Fight for your rights…” pode matar. 
Back to Madness” apresenta uma seção épica diretamente como a velha escola do CANDLEMASS, completa com vocais convidados(Petri Bäckström e Starbuck)e um coral que torna a faixa deslumbrante.
Uma vibração melancólica e sombria se insinua quanto mais você se aventura em “Stratovarius“. 
Back To Madness” e “Leave the Tribe” são positivamente sombrias e uma nítida diferença para os álbuns anteriores. “United” soa mais como um réquiem agridoce do que com um chamado à guerra.

 É impossível não ouvir as letras para “Maniac Dance” e “Fight!!!” no contexto de Tolkki e seu colapso público e posterior recuperação e pensar mais a respeito, enquanto Kotipelto apenas continua soando como uma carta a um amigo com problemas. Exílio, loucura e perseverança contra obstáculos difíceis, é nítida a mensagem incrustada em vários pontos.
A simplicidade recém-descoberta da banda deixa a sensação de que as coisas estavam um pouco apressadas aqui, talvez por alguma urgência em trazer a banda de volta aos holofotes de uma maneira positiva. Como resultado, algumas músicas não parecem detalhadas ou totalmente finalizadas, e alguns dos defeitos congênitos do STRATOVARIUS ainda estavam aqui. A bateria branda e indefinida de Jörg Michael faz pouco para animar as coisas e a banda às vezes se contenta em aproveitar o clichê do hard rock ou os finais esticados, exemplo disso é o final eterno de “Gotterdammerung (Zenith of Power“.

Stratovarius” estava em uma estrada distante da qualidade que a banda poderia apresentar mas inevitavelmente eles ainda eram músicos tentando se recuperar de tudo que o episódio de 2004 causou, e mesmo com uma recepção ruim de uma grande parcela do público e o próprio Tolkki declarando insatisfação em diversas entrevistas o álbum alcançou o 4º lugar na lista de melhores álbuns finlandeses e um lugar no top 100 em seis países, então poderia isso ser tão ruim?
A grande verdade é que “Stratovarius” abriu a porta para um período de recuperação para a banda e o que estava a frente ainda seria um mistério. De qualquer forma este é um álbum que não atingirá seus melhores elogios mas que é agradável para a adição.

Nota: 7/10

Track listing
1 – Maniac Dance
2 – Fight!!!
3 – Just Carry On
4 – Back to Madness
5 – Gypsy in Me
6 – Götterdämmerung (Zenith of Power)
7 – The Land of Ice and Snow
8 – Leave the Tribe
9 – United

Músicos da banda

Timo Kotipelto – Vocal

Timo Tolkki – Guitarra

Jari Kainulainen – Baixo

Jens Johansson – Teclado

Jörg Michael – Bateria

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