Não sou a maior fã de Max Cavalera, mas admiro muito sua carreira e a forma como fez sua história na música pesada, desde os primórdios em Belo Horizonte/MG, juntamente ao seu irmão e sua mãe para escalar uma carreira próspera e absolutamente rica, com tremenda expressão tanto no Brasil, e principalmente no mercado internacional.

Viver em Portugal, como em qualquer país que vivi, sempre me veio comentários positivos sobre os músicos brasileiros. Mas quando falamos de Metal, é impressionante a visibilidade do Sepultura e principalmente do Max que é venerado por todos. Max sempre teve uma auto confiança indiscutível, e por isso toda a sua maneira de trabalhar e de ser criativo, jamais limitou-se a ser de uma banda, mas estar onde ele quisesse estar. Por isso para além da sua banda de estréia, ele abraçou vários projetos de forma corajosa, especialmente o SOULFLY e o CAVALERA CONSPIRACY.

O lançamento de ‘Archangel’ decepcionou alguns fãs, sinceramente. Embora tudo que a banda criou teve boas repercussões, não me parece que tenha agradado a crítica musical, nem alguns fãs convictos. O álbum até soa como ‘Dark Ages’, ‘Enslaved’ e até mesmo o ‘Pandemonium’ do CAVALERA CONSPIRACY, e ao mesmo tempo que mantem o Thrash e o Groove. Mas não é para os fãs tradicionais da banda.

Acredito muito, que desde ‘Prophecy’, a banda voltou para suas raízes Thrash, implementando os gêneros Death e Groove e desde então, o poderoso SOULFLY manteve essa tradição desde então, mas eu prefiro os clássicos “Eye For An Eye”, “Back To The Primitive”, “Pain”, “Bring It” e “Seek And Strike”, por exemplo, algumas músicas muito boas tocadas ao vivo também.

O Soulfly continua a mostrar que eles mostraram que um novo projeto é antes de tudo um novo negócio, e Max trouxe uma produção mais brutal, a cada lançamento, seja o Cavalera Conspiracy, que com o  já citado ‘Pandemonium’ lançado – de volta à sua BLOODY roots marca o material, pode até ser que consideramos esta produção em ‘Archangel’ embora ambos os lançamentos não sejam muito antes dos últimos álbuns, ‘Savages’ lançado em 2013 (outra obra) e ‘Pandemonium’ (outra obra) lançada em 2014, ‘Archangel’ é de 2015.

Max Cavalera é focado em fazer seu próprio estilo de Metal com várias produções, sem respiro entre uma e outra, o que pode afetar a qualidade dos projetos.Talvez esteja aí, o ponto que preocupa quando vamos analisar a qualidade x quantidade na carreira deste incrível artista.

‘Archangel’ começa com um single: “We Sold Our Souls To Metal”, que soa comum, é uma batida incrível. É como se a equipe estivesse se unindo às suas raízes Thrash enquanto implementavam o Groove que conhecemos desde ‘Dark Ages’. A banda diz que ‘Archangel’ é o que eles querem trazer de volta e eu senti isso depois de ouvir, embora eu sinta às vezes é mais manter a sensação moderna de ‘Savages’ e ‘Pandemonium’, que é muito bom para aqueles que querem o velho SOULFLY, embora de ‘Prophecy’ em diante eles soam modernos, enfim… há contradições e observações diversas.

O solo da faixa-título ‘Archangel’ traz de volta o Groove do incrível trabalho de guitarra do “fodástico” Marc Rizzo, que é um puta músico do meio do Metal. Seus riffs explodem com uma fúria gritante a cada compasso. Realmente impressionante.

Mantendo os grunhidos brutais que é a marca registrada de Max Cavalera, esta faixa-título é o começo do novo álbum para mim, tendo ouvido “We Sold Our Souls To Metal” (que me lembra um pouco de “The Doom Of All Fires” de CAVALERA CONSPIRACY) inúmeras vezes através de hype e emoção de seu lançamento único, eu estava ainda mais ansiosa e animada para ouvir o resto do álbum.

“Sodomites” continua com os ritmos esmagadores que se estendem quase perfeitamente e é assim que a música deve ser sempre, vocais poderosos e bateria detonante do incrível Zyon Cavalera, que é filho do Max, mas acho que todo mundo já sabe disso… Ter escolhido Zyon pra tocar na banda foi apropriado e fortalece a família Metal, afinal, o talento está mesmo encrustado (existe essa palavra) na família.

“Ishtar Rising” é onde o álbum fica mais interessante e continua a brutalidade característica dos vocais que conhecemos e os fãs adoram, mostrando o lado mais sombrio do álbum com talentosas habilidades de cada membro, desde Tony Campos até os talentoso Zyon Cavalera. e seu insano rufar de bateria.

Até hoje, o SOULFLY continua lançando novos materiais incríveis e parece que e eles ainda lançaram recentemente outro trabalho.

“Live Life Hard!” É interessante. temos vocais convidados de Richie Cavalera, eu assumo (outro membro se unindo como uma família do Metal) que mostra seus gritos estridentes e isso se encaixa bem na música, é uma das músicas mais loucas pros fãs de Hardcore. Max adora gritar, “mas que porra é essa que você esta dizendo”, traduzindo rusticamente os palavrões de cartão de visita da sua performance .

A banda abordou as religiões neste álbum, e tenho certeza que tem a ver com suas origens de influencia da mãe de Max… Sim é um álbum familiar para o incrível vocalista.

Enquanto o grupo continou sua parceria com a Nuclear Blast para uma continuação do ‘Savages’. eles contrataram o renomado produtor Matt Hyde, um conhecido nome de Metal devido ao seu trabalho com Slayer, Children of Bodom, Monster Magnet, etc.

E, claro, há faixas obrigatoriamente “feitas para serem pesadas” salpicadas com distinções individuais, separando-as umas das outras.

Seja a repetição cativante de “Ishtar Rising”, o solo melódico de “Shamash” ou o refrão de “Titans”, essas composições são produções bem feitas. Certos de serem negligenciados, “Bethlelem Blood” é a muito bom. Uma espécie de reunião de família é conduzida enquanto Max continua a dirigir os holofotes para seus objetivos pessoais.

Como mencionado anteriormente, o tema comum deste álbum é “Um Guia do Antigo Testamento” é o conteúdo lírico em relação às citações e trechos bíblicos. Felizmente, o assunto não é tratado de maneira “evangelizadora”, e está longe de ser um Metal Cristão.

A escolha de Max para explorar os personagens mais sombrios e menos infames, como o deus do Sol da Mesopotâmia ou a deusa babilônica do amor, era uma alternativa louvável ao usual clichê ‘Jesus em uma cruz’ e ‘Lúcifer flamejante’. A contra mão do estereótipo.

Ao todo, os experimentos e aspectos incluindo do coro e da instrumentação favorecem a audição e a profundidade. Embora este álbum não seja revolucionário, há uma boa quantidade de momentos interessantes.

Formação:
Max Cavalera (vocal e guitarra)
Marc Rizzo (guitarra e violão flamenco)
Tony Campos (baixo e vocal de apoio)
Zyon Cavalera (bateria e percussão)

Faixas:
01. We Sold Our Souls to Metal
02. Archangel
03. Sodomites
04. Ishtar Rising
05. Live Life Hard!
06. Shamash
07. Bethlehem’s Blood
08. Titans
09. Deceiver
10. Mother of Dragons

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