Vigor. Vigorado. Revigorado. Ao longo dos anos 90, o fã dos germânicos do Sodom viu, além da instabilidade na formação do conjunto, o desvio de foco de seu estilo. Após transitar pelo Hardcore e Punk ao longo daquela década, a banda começou a retomada à pegada que os consagrou no Thrash Metal germânico em “‘Til Death Do Us Unite”, lançado em 1997. Com formação estabilizada contando com Tom Angelripper (vocal e baixo), Bernemann (guitarra) e Bobby Schottkowski (bateria), o conjunto se encontrou ainda melhor com aquilo que sabem fazer de melhor e, explorando o notável entrosamento, lançou em 1999 a pérola “Code Red”.
Trata-se de um trabalho de pôr um largo sorriso no rosto de quem, à época, estava um tanto descontente com o rumo que o Sodom vinha tomando. Naturalmente, é também um trabalho pra fazer o ouvinte contemporâneo bater cabeça ao som de uma pegada que nem sempre se encontra com tal qualidade por aí.
Em “Code Red”, o trio lança mão de uma pegada forte e bem direcionada ao Thrash Metal que os consagrou. Muito bem produzido por Harris Johns, o trabalho apresenta muito vigor em sua musicalidade rápida e certeira, tanto no que diz respeito ao metrônomo quanto ao próprio tempo de duração das músicas. Pelo menos metade delas não passa de três minutos, e a outra metade não alcança os quatro – o que reflete numa objetividade refinadíssima. Constata-se uma avalanche de riffs distorcidos e variantes, alimentados por vivazes pancadas na bateria, ainda contrastando, nos devidos e indispensáveis momentos, com solos velozes e insanos. Um pouco daquele resquício de Hardcore ainda ficou, bem como uma colada mais próxima com o Death Metal – mas sem entrar definitivamente no estilo -, mas isso em nada atrapalha a qualidade de um disco que, seja nos momentos mais fugazes, seja nos mais cadenciados – sim, há cadência, vide “Cowardice” ou “Visual Buggery” -, não se deixa dissipar a sensação de peso entregue pelas cordas.
Dentre os 13 temas presentes em “Code Red”, certamente o mais conhecido é “The Vice of Killing”, transformado em um clássico!
São 40 minutos apenas… ou seja: deixe o repeat ligado.
Formação:
Tom Angelripper (vocal e baixo);
Bernemann (guitarra);
Konrad “Bobby” Schottkowski (bateria).
Faixas:
01 – Intro
02 – Code Red
03 – What Hell Can Create
04 – Tombstone
05 – Liquidation
06 – Spiritual Demise
07 – Warlike Conspiracy
08 – Cowardice
09 – The Vice of Killing
10 – Visual Buggery
11 – Book Burning
12 – The Wolf and The Lamb
13 – Addicted To Abstinence
-
8/10