Após cinco anos de espera, maior tempo de espera de uma álbum para outro na carreira da banda, os músicos do Slayer lançam em 8 de agosto de 2006 o álbum “Christ Illusion”. O disco gerou uma grande expectativa pelo retorno da formação clássica da banda com as baquetas sendo assumidas novamente por Dave Lombardo após 16 anos fora da banda.
O álbum em si se mostra mais forte e pesado que seus antecessores. Muito se deve ao fato de a banda buscar a essência do old school dos anos 80, com mais velocidade. A dupla King e Hanneman duela o tempo todo com riffs e solos na velocidade da luz. Outro fator importante é a qualidade na produção, que deixou todo o álbum muito mais pesado.
Em “Christ Illusion” a banda não arriscou e apresenta estruturas sólidas e temas que não colocariam em xeque o trabalho como um todo. Thrash Metal direto ao ponto com algumas influências de Punk, Dave Lombardo mais uma vez se mostra um baterista fora de serie. Sua performance nesse álbum é simplesmente feroz.
O álbum possui alguns poucos pontos negativos, talvez a falta de mais feeling nas partes cadenciadas deixam uma ou outra faixa um pouco cansativa, mas vale ressaltar que os pontos positivos são muito superiores aos negativos nesse álbum.
O álbum abre com a faixa “Flesh Storm”. Tom Araya está um pouco mais contido, sem berrar. Canta de forma mais calma, fugindo da sua característica de berros alucinados. As guitarras pouco duelam nessa faixa e se apresentam de forma mais compacta em todo andamento da música. Destaque para Dave Lombardo que simplesmente não para de espancar a bateria.
“Catalyst” logo de início é avassaladora, pancadaria extrema! Araya destila berros de ódio! A dupla King e Hanneman cria riffs e solos perfeitos, duelos insanos dos quais as guitarras soam mais pesados e rápidos. Ah, quanto ao senhor Lombardo, esse nem preciso falar! Uma música que resgata toda a raiva e descontrole da banda Slayer.
Com início mais cadenciado, “Skeleton Christ” tem em sua estrutura uma base que se repete por quase toda a música, alterando apenas nas estrofes que apresentam uma consistência mais Punk, lembrando ligeiramente a fase áurea da banda.
“Eyes of Insane” é cheia de quebradas e variações: hora rápida e intensa, hora mais cadenciada e cansativa, paradinhas e contra tempos utilizados em excesso na música. Uma faixa que se escuta varias vezes pode começar a agradar com o tempo.
Uma música que poderia fazer parte de qualquer álbum lançado pela banda no fim dos anos 80 ou início dos anos 90, ”Jihad” é rápida, pesada e com uma estrutura característica do Slayer, riffs bem construídos e solos incrivelmente rápidos. Uma aula de pancadaria do inicio ao fim.
“Christ Illusion” é outra grande faixa do álbum. Rápida e com uma pegada Punk, a música é uma guerra de riffs, nessa música a banda utiliza o provérbio “quando menos é mais” e não mudam muito a estrutura da faixa, que mantém sua base por quase durante todo o andamento da música e a receita deu certo.
Uma das mais fracas é a faixa “Catatonic”, que tem seu andamento no estilo de “Diabolus In Musica”. A música é maçante e cansativa, com solos distorcidos e arrastados que podem ser considerados chatos. Em ou outro momento a música consegue ser legal, mas muito pouco em se levar em consideração que estamos falando de Slayer.
“Black Serenate” alterna entre o agressivo e o ponderado. A música tem varias estruturas e riffs rápidos.
A penúltima faixa é a avassaladora “Cult”. Dave Lombardo dá uma aula quando o assunto é variar entre técnica e feeling, mesclando cadência e velocidade. A música é excelente e mostra uma força comunal. Com solos muito bem construídos, Araya canta de forma mais grave e contribui para que a faixa seja diferenciada. Coitado de Jesus nessa faixa!
Encerrando o álbum a rápida e insana “Supremist”. Cheia de paradinhas, a música é excelente e possui um peso incrível.
Um álbum que resgatou o prestigio da banda tanto no coração do dos fãs quanto na popularidade com a imprensa e nas vendas. Longe de ser um clássico absoluto, “Christ Illusion” é o início de uma segunda era de grandeza de uma das maiores bandas do mundo. Long Live Slayer!
Formação:
Tom Araya (vocal e baixo);
Kerry King (guitarra);
Jeff Henneman (guitarra);
Dave Lombardo (bateria).
Faixas:
01 – Flesh Storm
02 – Catalyst
03 – Skeleton Christ
04 – Eyes of The Insane
05 – Jihad
06 – Consfearacy
07 – Catatonic
08 – Black Serenade
09 – Cult
10 – Supremist
