Depois do sucesso internacional conquistado com “Beneath the Remains” (1989), o Sepultura liberou no mercado em 1991 um dos trabalhos mais importantes da carreira, o excepcional “Arise”. Assim como o antecessor, o disco foi um sucesso de público e crítica, chegando na 119ª posição do Top 200 da Billboard nos Estados Unidos, além de ter vendido 1 milhão de cópias pelo mundo dois anos depois do lançamento.
Porém, antes do álbum oficial ser lançado, “Arise” teve uma versão pré-mixada liberada às pressas, já que a banda havia sido convidada para participar do Rock In Rio II.
“Arise” marca um processo de maturação do som do Sepultura, que chegou até a adotar influências de Punk/Hardcore, além do uso de sintetizadores pelo tecladista convidado Henrique Portugal, da conterrânea banda de Pop Rock Skank.
O álbum em si começa com uma bela dobradinha formada pelos clássicos “Arise” e “Dead Embryonic Cells”. A primeira conta com riffs cortantes das guitarras e uma performance destruidora de Igor Cavalera na bateria. Já a segunda traz um pouco mais de cadência com um refrão simplesmente viciante e carregado de agressividade. O disco começa com tudo.
A trinca “Desperate Cry”, “Murder” e “Subtraction”, mantém a veia Thrash Metal latente do Sepultura da época. Igor Cavalera segue avassalador na bateria em todas, mas vale destacar também o desempenho de Andreas Kisser em seus excelentes solos de guitarra, não só nestas faixas, mas no álbum como um todo.
“Altered State” começa com uma pegada mais viajante, mas logo se torna mais pesada, tendo até momentos mais Punk/Hardcore. Max Cavalera se destaca um pouco mais na voz, mas é a dupla Andreas Kisser e Igor Cavalera que segue avassaladora no trabalho.
A cadenciada “Under Siege (Regnum Irae)” vem na sequência, com belas viradas de bateria e o uso de sintetizadores em vários momentos. “Meaningless Movements” não acrescenta muito ao álbum, mas mantém a média de “Arise” nas alturas.
“Infected Voice” retoma o Thrash agressivo com mais força, embora tenha alguns trechos mais lentos. Em algumas versões de “Arise”, o Sepultura gravou um cover muito legal de “Orgasmatron”, do Motörhead, com direito a uma das melhores performances de Max Cavalera no disco. A versão do quarteto brasileiro é empolgante e se mostrou muito eficiente em shows posteriores do grupo.
Sem dúvida, “Arise” merece o status de clássico que ostenta, já que apresenta o resultado da evolução iniciada em “Schizophrenia” (1987) e “Beneath the Remains” (1989). Simplesmente um discaço!
Formação:
Max Cavalera (vocal e guitarra);
Andreas Kisser (guitarra);
Igor Cavalera (bateria);
Paulo Jr. (baixo).
Convidado:
Henrique Portugal (sintetizadores).
Faixas:
01 – Arise
02 – Dead Embryonic Cells
03 – Desperate Cry
04 – Murder
05 – Subtraction
06 – Altered State
07 – Under Siege (Regnum Irae)
08 – Meaningless Movements
09 – Infected Voice
10 – Orgasmatron (Motörhead cover)
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9/10