Em seu quarto álbum de estúdio, o Scorpions resolveu de vez mergulhar no Hard Rock. Cercado de polêmica, com uma capa que, não tenho dúvidas, hoje em dia provocaria a ira dos mais puristas e politicamente corretos (imagine o que foi isso em 1976), tendo inclusive sido trocada nos Estados Unidos e no Japão, “Virgin Killer” foi o álbum que fez com que o grupo ficasse conhecido em toda a Europa. As guitarras se mostram bem mais diretas neste trabalho, cortesia da dupla Rudolf Schenker e Uli Jon Roth. Se no trabalho anterior (In Trance – 1975), a atmosfera psicodélica dava a impressão de que seria deixada para trás, em “Virgin Killer”, essa impressão veio a se confirmar.
Em 09 faixas, o Scorpions firmou de vez seu nome no cenário europeu. A primeira composição,”Pictured Life”, é uma daquelas faixas que se tornariam uma das marcas registradas do grupo. Andamento cadenciado, guitarras afiadas e os vocais característicos de Klaus Meine, mostram que o quinteto estava evoluindo a passos largos. Composta pelo trio Meine, Roth e Schenker , a música é um dos grandes momentos da banda nos anos 70. “Catch Your Train” é outro primor, uma vez que traz consigo traços do heavy metal, outro ponto forte do Scorpions. Afinal, quantas bandas no mundo conseguem unir o hard e o heavy com tanta maestria? “In Your Park”, mostra momentos mais introspectivos com passagens mais pesadas e traz um belo trabalho de Uli Jon Roth, que, mesmo que não seja citado na maioria das vezes, é um dos guitarristas mais influentes do estilo.
E tome hard rock de primeira em “Backstage Queen”! Roth mais uma vez dá show, amparado por Rudolf, mostrando que adupla tinha um entrosamento perfeito. Se Roth navegava pela inha mais clássica, Rudolf mostrava mais desenvoltura em seus riffs inspirados no que de melhor o hard/heavy apresentava nos anos 70. Já a faixa título traz os vocais mais rasgados por parte de Meine, enquanto o andamento traz passagens mais aceleradas. O baixista Francis Buchholz e o baterista Rudy Lenners criam uma base rítmica bem consistente, deixando o caminho livre para a dupla Schenker e Roth mostrarem toda sua habilidade.
Roth mostra seus dotes vocais em “Hell Cat”, assim como em “Polar Night”, faixas que evidenciam sua linha mais voltada à música clássica. Compostas pelo guitarrista, as faixas fogem, um pouco, que fique claro, das demais composições do álbum. Além dessas duas, são de autoria do guitarrista “Virgin Killer” e “Yellow Raven”, sendo as demais, criações da dupla Schenker/Meine.
“Virgin Killer” não é, com toda a certeza, o melhor álbum do grupo. Mas foi o trabalho que colocou o Scorpions, definitivamente no caminho do sucesso exterior.
https://www.youtube.com/watch?v=Pm7Pz64zifY
Formação:
Klaus Meine: Vocal
Rudolf Schenker: Guitarra
Uli Jon Roth: Guitarra Solo, vocal em “Hell Cat” e “Polar Nights”
Francis Buchholz: Baixo
Rudy Lenners: Bateria, percussão
Tracklist:
01 – Pictured Life
02 – Catch Your Train
03 – In Your Park
04 – Backstage Queen
05 – Virgin Killer
06 – Hell Cat
07 – Crying Days
08 – Polar Nights
09 – Yellow Raven