Roadie Metal Cronologia: Scorpions – Face the Heat (1993)

Face the Heat, o 12º trabalho da carreira do Scorpions, tinha uma daquelas missões espinhosas pela frente. Sua função era nada menos suceder o multiplatinado Crazy World, que havia vendido a bagatela de 7 milhões de cópias em todo mundo, impulsionado principalmente pelas baladas “Wind of Change” e “Send Me an Angel”. Trataram então de chamar o renomado e saudoso produtor Bruce Fairbairn, e partiram para o Little Mountain Sound Studios com o intuito de registrar o material. Vale registrar também que esse é o primeiro álbum desde 1972 que não conta com o baixista Francis Buchholz, e o último registro de Herman Rarebell comandando as baquetas.

O resultado, se não faz de Face the Heat um dos clássicos do Scorpions, mantém o nível de qualidade de seu antecessor, mas com a inclusão de mais peso, algo que ao menos para mim, falta um pouco quando falamos de Crazy World. Mesclando de forma muito competente Hard Rock, baladas melódicas (uma especialidade da banda) e doses calculadas de Heavy Metal, os veteranos alemães conseguiram criar uma obra que cativa o ouvinte com certa facilidade, mesmo não possuindo o brilhantismo de álbuns como Taken by Force (77), Lovedrive (79), Animal Magnetism (80) e Blackout (82).

O maior pecado de Face the Heat se dá pelo fato de possuir uma primeira metade fortíssima, com canções que se destacam de cara, mas uma segunda que não consegue aguentar o repuxo, rateando um pouco em alguns momentos. Não que possua alguma música realmente ruim, nem chega a tanto, mas é nítido que existe essa pequena queda de qualidade. “Alien Nation” abre o álbum de forma bem pesada, com bons riffs e nítidas influências de Heavy Metal, o que pode também ser notado na faixa seguinte, “No Pain No Gain”, que possui boas melodias e um refrão muito bom para se cantar junto. “Someone to Touch” é enérgica e traz o Hard Rock para o centra das atenções, sendo seguida da bonita balada “Under the Same Sun”, bem emocional e que ficou conhecida no Brasil por ter sido tema de novela. “Unholy Alliance” consegue equilibrar passagens mais pesadas com um refrão de acento mais pop, enquanto “Woman”, segunda balada do álbum, se destaca pelos ótimos vocais de Klaus Meine e pelo belo solo. Dai para frente, Face the Heat alterna entre faixas medianas, como as Hard “Hate to Be Nice” e “Taxman Woman”, e as ótimas e pesadas “Ship of Fools” e “Nightmare Avenue”. Encerrando, temos a balada “Lonely Nights”, que se não chega a ser ruim, também não empolga.

Como já dito, Face the Hit prima por ser um trabalho cativante, e que cumpriu bem a função de manter o Scorpions como um nome relevante em um período onde o mercado não andava muito favorável para os veteranos da música pesada. Pena que após isso, tenham entrado em uma descendente e lançado dois trabalhos fraquíssimos, os altamente discutíveis Pure Instinct (96) e Eye II Eye (99), tombo do qual só foram se recuperar mais de 10 anos depois, com Unbreakable (04).

Formação:
– Klaus Meine (vocal);
– Matthias Jabs (guitarra);
– Rudolf Schenker (guitarra);
– Ralph Rieckermann (baixo);
– Herman Rarebell (bateria).
Faixas:
01. Alien Nation
02. No Pain No Gain
03. Someone to Touch
04. Under the Same Sun
05. Unholy Alliance
06. Woman
07. Hate to Be Nice
08. Taxman Woman
09. Ship of Fools
10. Nightmare Avenue
11. Lonely Nights

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