Este álbum representa o Saxon na sua melhor forma. Doug Scarrat fez sua estreia com a banda neste álbum, substituindo Graham Oliver na guitarra, e embora seja sempre triste quando um membro original se vai, Doug se encaixou perfeitamente e injetou um frescor ao som do Saxon. O álbum é uma mistura de Heavy Metal e Hard Rock, mas com maior ênfase nos timbres pesados das guitarras.
Até 1997, esse é, de longe, o álbum mais pesado que Saxon tinha produzido, e cada canção é memorável. Vou ainda mais longe ao dizer que é o melhor álbum que a banda concebeu nas duas primeiras décadas de sua carreira, superando por pouco seu antecessor “Dogs of War”. É importante não só porque trouxe o estilo de Saxon para a era das produções modernas, mas acrescentou um nível extra de agressão que ajudaria a abastecer a maravilhosa discografia da banda no futuro.
“Gothic Dreams” é uma excelente introdução para o álbum, com muito sintetizador/coros preparando para o estrondo da faixa-título. Uma pedrada em ritmo Speed Metal mostrando que o Saxon veio para detonar. Os vocais de Biff ficaram melhores ainda, e cada linha parece que foi cuidadosamente composta de uma maneira tão soberba que as músicas soam divinas através de sua garganta privilegiada. É tão excelente, ao ponto dele também poder gritar quando julgar necessário. Na faixa seguinte, “Terminal Velocity”, as linhas de baixo de Nibbs Carter e até mesmo os solos de guitarra queimam com um fogo intenso, coisa que a banda tinha reprimido por muito tempo, e garanto que se não levantar seu punho e socar o ar ao som dessa música, com certeza você não é do Metal, e não pertence a esse universo!
“Circle of Light” mantém a batida da banda. É uma faixa mais introspectiva, mas que contém com uma pegada bem pesada. Mais uma vez, o Saxon mantém o sucesso mantendo-se fiel às raízes NWOBHM e ainda por cima, dando um algo a mais. “The Thin Red Line” poderia fazer parte de qualquer trilha sonora de filmes de aventura. O refrão é simplesmente maravilhoso, no melhor estilo Saxon de composição. Épico. “Ministry of Fools” tem um estilo meio Iron Maiden nos riffs melódicos, e o refrão é simplesmente incrível. Parece que há uma felicidade hard rock explícita no verso do seu refrão: We’re not listening, listening to you/We’re not listening, don’t tell me what to do/We’re not listening, listening to you /We’re not listening, to the ministry of fools.
“The Preacher” é um soco na boca do estômago desses pastores que vendem a fé, e “Bloodletter” é uma boa sucessora para o clássico “Wheels of Steel”. “Cutting Out The Disease” é provavelmente uma das músicas mais pesadas que o Saxon já compôs, e a mais obscura neste disco, com alguns sintetizadores atmosféricos por trás de uma intensa batida, para não mencionar a comoção colossal dos seus versos.
“Absent Friends” é uma balada de Blues-Rock, e faz o disco dar uma esfriada mas Biff soa muito bem ao cantar essa faixa, que aliás foi dedicada a um grande amigo da banda falecido na época. “All Hell Breaking Loose” imprime novamente o ritmo pesado para fechar o álbum; estranhamente essa música me faz lembrar de outra grande banda: Running Wild.
Sim, “Unleash The Beast” tem músicas de uma qualidade ímpar, e o Saxon performa com muita competência em todas elas. Os principais destaques deste álbum são as excelentes melodias de guitarra, extremamente bem feitas e cativantes com um Biff Byford cantando muito. É muito difícil escolher a melhor música desse álbum, simplesmente porque ele beira a perfeição.
https://www.youtube.com/watch?v=tr7ffrun2HM
Formação:
Biff Byford (vocal);
Paul Quinn (guitarra);
Doug Scarrat (guitarra);
Nibbs Carter (baixo);
Nigel Glockler (bateria).
Faixas:
01 – Gothic Dreams
02 – Unleash The Beast
03 – Terminal Velocity
04 – Circle of Light
05 – The Thin Red Line
06 – Ministry of Fools
07 – The Preacher
08 – Bloodletter
09 – Cut Out The Disease
10 – Absent Friends
11 – All Hell Breaking Loose
-
9/10