Os anos 80 foram de altos e baixos para o Saxon. Se na primeira metade da década lançaram alguns de seus trabalhos mais clássicos, na segunda metade as coisas não andaram muito bem. Álbuns como “Rock The Nations” (86) e, principalmente, o péssimo “Destiny” (88) geraram fortes críticas de seus fãs mais antigos. Alguma coisa precisava ser feita com urgência para recuperar o terreno perdido.
Sendo assim, Biff Byford (vocal), Paul Quinn (guitarra), Graham Oliver (guitarra), Nibbs Carter (baixo) e Nigel Glocker (bateria) se juntaram ao produtor Kalle Trapp no Karo Studios Brackel, na Alemanha, para buscar uma solução. “Destiny” era sobretudo um trabalho sem a alma do Saxon, um álbum que resvalava no AOR e que desagradou em muito pelo comercialismo excessivo. Dessa forma, uma volta às suas raízes era talvez a atitude mais indicada.
É dessa forma que enxergo “Solid Ball of Rock”, um trabalho que mesmo possuindo alguns resquícios da fase anterior, se mostra muito mais pesado que seus antecessores. Aqui, o Saxon voltava a ser o Saxon e não mais uma banda tentando popularizar seu som e ganhar o mercado estadunidense. As linhas vocais de Byford estão ótimas e cativam facilmente os ouvintes. A dupla formada por Quinn e Oliver volta a colocar peso nas guitarras, despejando bons riffs e mostrando tudo aquilo que nos acostumamos a escutar no som dos ingleses. Já Carter e Glocker fazem um belo trabalho rítmico, mostrando coesão, variedade e peso.
A sequência de abertura, com a forte faixa-título e “Altar of The Gods”, é feita sobre medida para alegrar os fãs que andavam incomodados com os álbuns anteriores. Pesadas, marcantes e com refrões fortes. “Requiem (We Will Remember)” tem uma pegada mais comercial (tanto que foi o single escolhido para promoção), mas ainda assim é marcante. A sequência, com as boas “Lights In The Sky”, “I Just Can’t Get Enough” e “Baptism of Fire” mantêm o bom nível do trabalho. Após isso, temos uma queda de qualidade e as faixas seguintes não são das mais inspiradas. Felizmente a qualidade volta no encerramento, com “Crash Dive”.
No final, entre altos e baixos, a maior virtude de “Solid Ball of Rock” é recolocar o Saxon nos trilhos, trazendo não só o peso novamente para suas músicas, mas devolvendo a alma à banda. Não se iguala aos trabalhos clássicos da primeira metade dos anos 80, mas inicia com o pé direito a década seguinte, que viria a gerar alguns dos melhores trabalhos do quinteto inglês.
Formação:
Biff Byford (vocal);
Paul Quinn (guitarra);
Graham Oliver (guitarra);
Nibbs Carter (baixo);
Nigel Durham (bateria).
Faixas:
01 – Solid Ball of Rock
02 – Altar of The Gods
03 – Requiem (We Will Remember)
04 – Lights In The Sky
05 – I Just Can’t Get Enough
06 – Baptism of Fire
07 – Ain’t Gonna Take It
08 – I’m On Fire
09 – Overture In B-minor/Refugee
10 – Bavarian Beaver
11 – Crash Dive
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7/10