Para se entender o significado de “Destiny” na discografia do Saxon, é preciso entender as circunstâncias e o período em que ele foi lançado. O período dos meados ao fim da década de 80 marcou o risco que muitos medalhões do Heavy Metal pressionados por suas gravadoras correram de comercializar e “americanizar” seu som; como Judas Priest com seus “British Steel” e “Turbo”, Raven com seu “All For One”, e até bandas mais radicais como Celtic Frost com seu vexatório “Cold Lake” ou o início de cabelos esvoaçantes do Pantera; poucas bandas se negaram e entrar nesta “POP-alização” de suas músicas, a exemplo de Iron Maiden, Manowar, Grim Reaper, entre outros.

destiny

Dessa forma, “Destiny” é o mais comercial de todos os trabalhos do Saxon. Comercialmente falando, é um trabalho bem-sucedido com o detalhe de que a música de trabalho mais bem-sucedida do disco seja a faixa de abertura “Ride Like The Wind”, um cover do artista Pop estadunidense Christopher Cross, que o Saxon conseguiu transformar em uma canção bem interessante, ganhando o público estadunidense, mas também enfrentando a ira de seus fãs antigos. Não que “Destiny” seja péssimo, mas apenas que é um trabalho que em nada lembra o Saxon criador de pedradas do Metal como “Crusader”, “Motorcicle Man”, “747 Strangers In The Night” e “Strong Arm of The Law”…

Talvez “Where The Lightining Strikes”, “Calm Before The Storm” e seu belo refrão, “Red Alert” e a melhor faixa do disco, “For Whom The Bell Tolls”, remetam a algo do poderio de fogo do tradicional Saxon, mas não salvam o disco de seu excesso de teclados e corinhos de musiquinhas como “We Are Strong”, que mais parece musica de comercial de cigarro, a sonífera “Song For Emma”, e “We Are Strong” que é a epítome do que é “Destiny”, um trabalho todo com “o freio de mão puxado”, contido para não “ofender” ouvidos mais sensíveis. Até a arte da capa foi feita em tons pasteis para não causar impacto.

Em síntese, se esse disco fosse lançado por bandas como Europe, Cinderella e afins não causaria tanta estranheza, mas vindo de um dos baluartes da NWOBHM, foi uma tentativa desnecessária de conquistar mercados mais comerciais. Ainda bem que nos anos seguintes o Saxon redescobriu seu caminho.

Formação:
Biff Byford (vocal);
Paul Quinn (guitarra);
Graham Oliver (guitarra);
Paul Johnson (baixo);
Nigel Durham (bateria).

Faixas:
01 – Ride Like the Wind (Christopher Cross Cover)
02 – Where The Lightning Strikes
03 – I Can’t Wait Anymore
04 – Calm Before The Storm
05 – S.O.S.
06 – Song For Emma
07 – For Whom The Bell Tolls
08 – We Are Strong
09 – Jericho Siren
10 – Red Alert

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