Se há uma data que os fãs do Running Wild não gostam de lembrar certamente é o dia 17 de abril de 2009. Afinal de contas, Rolf Kasparek anunciava naquela data o fim da banda, deixando uma legião inteira de fãs atônitos sem entender direito. Em junho daquele ano, inclusive, é feito o derradeiro show, no dia 30 de junho, durante a edição daquele ano do Wacken Open Air.
Mas por outro lado, outubro de 2011 já é visto como uma grande época. Rolf anunciva a volta dos trabalhos do Running Wild. E sem perder tempo, já no ano seguinte, é lançado o tão aguardado álbum de retorno, sob o título de “Shadowmaker”.
O CD foi lançado em 20 de abril daquele ano e trazia Rolf novamente na produção. Contudo, é aqui que mora o detalhe mais curioso acerca de “Shadowmaker”. Na ficha técnica aparecem somente os nomes de Rolf Kasparek nos vocais e guitarras e de Peter Jordan na outra guitarra. Até hoje ninguém sabe quem tocou baixo e bateria no trabalho, pois segundo a nota oficial, os músicos não quiseram se identificados.
Curiosidades a parte, vamos falar do que interessa, ou seja, a parte musical. “Shadowmaker” procura manter a essência da banda, mas essa acaba saindo de forma tímida. O DNA do Running Wild ainda está lá, mas não de forma acentuada. Também é nítido que os solos estão pouco inspirados em relação aos trabalhos anteriores, mas não quer dizer que sejam ruins.
O disco abre com a interessante “Piece of The Action”, com uma veia latente de Hard Rock, lembrando bastante o Judas Priest da era “Turbo”. Já nas quatro faixas seguintes (“Riding On The Tide”, “I Am Who I Am”, “Black Shadow” e “Locomotive”) fazem a banda retornar aos trilhos de sua proposta característica. Bons riffs e melodias agradáveis dão as caras nesse intervalo do trabalho.
“Me & The Boys” é talvez o ponto baixo do CD, não por ser uma música ruim, mas por ser diferente das demais. A música até que começa com um belo riff, bem melódico e clássico de guitarra, mas de algum modo, as linhas vocais não combinam e temos um refrão não condizente. Mas por outro lado, a próxima faixa volta a cativar os fãs, principalmente os mais antigos. “Shadowmaker” é a típica canção padrão Running Wild de excelência. Riffs velozes, ótima melodia e um refrão grudento são suas cartas de visita. Sem dúvidas, a melhor faixa do álbum.
E esse ótimo feeling causado continua com as duas faixas seguintes. “Sailing Fire” traz também uma excelente melodia e um grande refrão, enquanto “Into The Black” uma sessão interessante de riffs maciços e cortantes. O trabalho encerra-se com “Dracula”, onde em pouco mais de sete minutos é contada a história do famoso personagem de Bram Stoker. Outra faixa forte e certamente um dos pontos altos do CD.
No geral, “Shadowmaker” é um álbum acima da média. Mas por se tratar de um álbum de retorno da banda, poderia ter sido melhor explorado por Rolf. Consegue ser bom, mas não empolgante.
Formação:
Rock N’ Rolf (vocal e guitarra)
Peter Jordan (guitarra e backing vocals)
Faixas:
01 – Piece of The Action
02 – Riding On The Tide
03 – I Am Who I Am
04 – Black Shadow
05 – Locomotive
06 – Me & The Boys
07 – Shadowmaker
08 – Sailing Fire
09 – Into The Black
10 – Dracula