Lançado em 21 de fevereiro de 2005, via GUN Records, “Rogues En Vogue” é o décimo terceiro álbum de estúdio do Running Wild. Alguns fãs torcem o nariz para o disco pelo fato dele soar mais como um disco solo do frontman Rolf Kasparek do que um álbum da banda em si. O músico gravou todos os vocais e guitarras do álbum e quase todas as linhas de baixo presentes nele, com exceção de quatro faixas, na qual o baixista Peter Pichl assumiu o instrumento. Além disso, ainda que o baterista Matthias Liebetruth seja creditado, a bateria utilizada nesse trabalho de estúdio é programada. Se deixarmos de lado essas informações e abrirmos a mente para o material sonoro apresentado nesse disco, porém, temos uma obra poderosa e interessante. Por isso, caros leitores, vamos embarcar em mais uma viagem dessa instituição do Heavy Metal alemão.
Estonteantes harmonias de guitarra introduzem a ótima faixa de abertura, “Draw The Line”. Dotada de bons riffs e melodias cativantes, é uma grande forma de abrir esse registro. O trabalho prossegue com “Angel of Mercy”, composição que também cativa o ouvinte de imediato com seus arranjos portentosos e bem construídos. Seu refrão também é de fácil assimilação e a voz de Rolf Kasparek está ótima, para variar! “Skeleton Dance” também é uma boa faixa e possui momentos bem grudentos.
Trazendo um clima épico e aventureiro, “Skull & Bones” é certamente um dos grandes destaques desse álbum. A qualidade dessa composição é inquestionável. Refrão poderoso e marcante, riffs e solos inspirados e ótimas linhas vocais. Uma grande canção! “Born Bad, Dying Worse” traz mais uma boa dose de Heavy Metal. Puro, simples e sem firulas. Sem deixar a peteca cair, Rolf brinda a todos com “Black Gold”, mais uma canção que respira o mais profundo sentimento metálico. Não faltam melodias poderosas, tanto vocais como instrumentais.
“Soul Vampires”, por sua vez, não apresenta novidades, mas preserva a qualidade do álbum com exímio. A faixa-título é outro destaque. Uma composição bastante sólida e envolvente. Na sequência, uma levada galopante introduz “Winged & Feathered”, a nona canção do disco. Rolf é um frontman incansável e brinda a todos com mais um som empolgante. Contando com arranjos mais “felizes”, “Dead Man’s Road” não faz feio frente às faixas anteriores. Solos vertiginosos, riffs certeiros e melodias criadas com precisão são os ingredientes que temos aqui.
Para finalizar o álbum, temos a longa e progressiva “The War”. A faixa se inicia vagarosamente até explodir em acordes completamente animados e encorpados. As variações rítmicas foram desenvolvidas com sabedoria e a canção como um todo é épica. Uma ótima forma de encerrar essa obra. É importante mencionar também que algumas prensagens trazem as faixas bônus “Prowling Werewolf”, “Apocalyptic Horsemen”, “Cannonball Tongue” e “Libertalia”.
Na época de seu lançamento, o álbum teve uma vendagem muito baixa, contudo isso felizmente mudou de figura no mês anterior ao que seria a apresentação final da banda, no Wacken Open Air, antes de sua reunião em 2011. Nesse período, venderam mais de 350 mil cópias e também se estima que esse registro tenha vendido mais de 500 mil cópias em todo o globo. “Rogues En Vogue” pode não ser um clássico trabalho dos veteranos do Running Wild, no entanto está bem longe de ser um disco ruim. Suas canções apresentam todos os ingredientes que o fã do bom e velho Heavy Metal procura e isso certamente faz toda a diferença. Ainda que a produção deixe a desejar em alguns aspectos e a bateria seja programada, não se engane, é um bom trabalho e merece ser conferido sem preconceitos e sem qualquer moderação.
Formação:
Rolf Kasparek (vocal, guitarra e baixo);
Peter Pichl (baixo – faixas 2, 4, 6, 9);
Matthias Liebetruth (bateria).
Faixas:
01 – Draw The Line
02 – Angel of Mercy
03 – Skeleton Dance
04 – Skull & Bones
05 – Born Bad, Dying Worse
06 – Black Gold
07 – Soul Vampires
08 – Rogues En Vogue
09 – Winged & Feathered
10 – Dead Man’s Road
11 – The War