Se tem algo que sempre me chama atenção em uma banda, ou em um álbum, são as chamadas “peculiaridades”, quando a banda pensa fora da caixa do tradicionalismo e faz algo novo. Podemos dizer que esse álbum (cujo o nome não ouso pronunciar) da banda grega Rotting Christ, lançado em 2013, é um ótimo exemplo disso.
A proposta do Rotting Christ como um todo já é bem interessante, a banda é considerada de Black Metal, mas soa longe daquilo que é o “Black Metal raiz” nórdico, tendo eu percebido que se tratava desse estilo quando percebi o riff padrão do mesmo em algumas músicas.
O álbum já chama a atenção pelo mesmo ter suas letras todas em grego (como pode ser percebido já no título), e por essa razão que evitarei ao máximo citar os nomes das mesmas por estar longe de ser um entendedor da língua.
As letras falam principalmente de questões ocultistas e mitologia das civilizações da antiguidade, sendo algumas delas a grega (obviamente), os persas, sírios, maias, e alguns outras, e a própria atmosfera das músicas conseguiram passar isso.
Ao ouvir cada faixa do disco, a impressão que você tem é de estar ouvindo coisas típicas dessas civilizações da antiguidade, juntando com uma atmosfera sombria passada principalmente pelas linhas de teclado e pelos riffs de guitarra típicos do Black Metal. Os vocais de Suzana Vougioukli na faixa “Cine Iubește Și Lasă”, juntamente com o piano de Eleni Vougiukli, deu a impressão de que uma “tragédia grega” estava sendo encenada.
Sendo assim, no disco, o Rotting Christ apresenta uma nova forma de fazer Black Metal, sem aqueles clichês anticristãos na temática, sem aquele gutural manjado o qual praticamente toda banda do estilo faz, sem aqueles “corpse paints”, mas ainda assim bastante sombrio, fazendo o ouvinte entrar numa verdadeira viagem no tempo até a época das civilizações da antiguidade.
Quando encho o saco dizendo que o metal deve sair da sua caixa do tradicionalismo, é exatamente isso que estou falando. O Rotting Christ executou essa proposta muito bem.
Nota: 9
FORMAÇÃO
Sakis Tolis – vocal, guitarra, baixo, teclados
Themis Tolis – bateria, percussão
TRACKLIST
- In Yumen-Xibalba
- P’unchaw kachun-Tuta kachun
- Grandis Spiritus Diavolos
- Κατά τον δαίμονα εαυτού
- Cine iubește și lasă
- Iwa Voodoo
- Gilgameš
- Русалка
- Ahura Mazdā-Aŋra Mainiuu
- χξϛʹ