Dizem que o número sete dá sorte e talvez por isso, ou pela empolgação com o resultado do álbum anterior, que Mark Reale, Tony Moore, Don Van Stavern e Bobby Jarzombek resolveram fazer um som mais experimental (e que jogue a primeira pedra a banda que nunca experimentou nos anos 90!). “The Privilege of Power” foi uma tentativa de álbum conceitual e suas letras falam sobre injustiça social, pobreza e revolução. The Privilege of Power foi gravado entre dezembro de 1988 a setembro de 1989 no Greene Street Recording, Nova York, com algumas partes tendo sido gravada no Bleecker Court Studios. Em 2005, ele ficou em 354 no The 500 Greatest Rock & Metal Albums of All Time no livro da revista Rock Hard.
O álbum começa com passos e uma televisão mudando de canal. O que faz uma ligação com a capa em que uma família para em frente a uma loja cheia de televisores. “On Your Knees” faz uma crítica ao governo, a música, por assim dizer, começa mesmo logo depois de uma repetição intensa de “o que o governo falou que aconteceu”, em inglês, claro. A música é rápida, pesada e com vocais agudos. Conversas de rádio militar e um coro abrem “Metal Soldiers”. Graças a Deus “Runaway” não começa com uma intro, é uma balada clássica a lá power metal, muito bem produzida, com riffs belíssimos e um ritmo contagiante. Mas a alegria dura pouco e “Killer” tem uma introdução com conversas e risadas. A música em si é muito interessante e tem cara e construção para ser um hit. Joe Lynn Turner (Rainbow, Deep Purple) foi chamado inicialmente para um backing vocal na música Killer, porém na hora de gravar, eles perceberam que um dueto faria mais sentido e agregaria maior valor à música.
“Dance of Death” começa com um ritmo oriental, quebrado lá em um minuto e meio com uma bateria pesada que gera um grande contraste. “Storming The Gates of Hell” começa com umas cornetas nos primeiros cinco segundos e que depois continua durante a música. “Maryanne” também tem uma introdução curta do que seria a locução de um programa musical. A música é uma das mais interessantes do disco e tem muita cara de som dos anos 90. “Little Miss Death” é outra com introdução confusa de rádio desligando e logo em seguida uma música de casamento. “Black Leather And Glittering Steel” começa na porrada direto, sem introdução. O álbum termina com um cover de “Racing with the Devil on a Spanish Highway”, do virtuoso setentista Al Di Meola.
O grande problema do álbum são as introduções longas, porque parecem mais que estavam na linha de “causar” do que realmente se tornarem um experimento musical interessante. A introdução faria mais sentido se alguns elementos dela aparecessem no meio da música, ou se transformasse na música em si. Do jeito que está parece que apenas incluíram depois de pronto. Além disso, é muito aceitável a introdução da primeira música ser mais longa e não quatro, quase em sequência. O estranho é que a introdução das últimas músicas são muito mais curtas, e isso deixa uma questão no ar: eles perceberam que seria demais deixar todas longas e encurtaram as últimas ou foi alguma tentativa frustrada de diferenciar?
“The Privilege of Power” foi uma tentativa de ser um álbum experimental e conceitual. A ideia é boa, os músicos são bons, a estratégia de execução não foi muito feliz. As músicas são bem estilo heavy metal old school, com influências claras de Iron Maiden e Judas Priest.
Riot – The Privilege of Power
28/02/1990
Epic Records
Tracklist:
1.On Your Knees
2.Metal Soldiers
3.Runaway
4.Killer
5.Dance of Death
6.Storming the Gates of Hell
7.Maryanne
8.Little Miss Death
9.Black Leather and Glittering Steel
10.Racing with the Devil on a Spanish Highway (Revisited) (Al Di Meola cover)
Formação:
Don Van Stavern – Baixo
Tony Moore – Vocal
Bobby Jarzombek – Bateria
Mark Reale – Guitarra