Existem dois detalhes que sempre gosto de exaltar quando falo do Riot. O 1º é como essa banda jamais chegou ao patamar de sucesso que mereceu. O 2º mora naquele velho ditado “jamais julgue um livro pela capa”. O objeto de análise de hoje mostra bem como esses dois detalhes caminham lado a lado.

“Narita”, segundo trabalho do Riot, teve seu lançamento oficial no dia 5 de outubro de 1979 pela Capitol Records. Tendo sido formada em 1975, os últimos 4 anos foram de altos e baixos para a banda. Pouco tempo antes de a banda pensar em gravar “Narita”, ela estava praticamente falida. Mas um movimento musical que acontecia do outro lado do Atlântico mudou os rumos do grupo.

A NWOBHM foi responsável por revelar novos nomes promissores do Heavy Metal, inclusive fora do Reino Unido. No caso do Riot, houve praticamente um novo sopro de vida. O principal responsável foi o famoso DJ Neal Kay (o mesmo que ajudou o Iron Maiden no início de carreira), que divulgou o material do Riot bastante em seu clube, fazendo com que as vendas aumentassem de uma forma surpreendente.

Agora, falando de modo mais especifico de “Narita”, que atire a primeira pedra quem nunca torceu o nariz antes de ouvir ao olhar para a capa. Sim, ela é horrível, e de modo incosnciente nos leva a desprezar o conteúdo. Mas se você consegue vencer essa barreira e colocar o trabalho para tocar, o susto é grande, positivamente falando.

Temos aqui um Heavy Metal calçado no Hard Rock da época, com claras influências de Deep Purple. A voz de Guy Speranza é muito boa e traz um timbre bonito e gostoso de ouvir. As guitarras conduzidas pelo lendário Mark Reale e Rick Ventura mostram riffs fortes, autênticos e cativantes, e a cozinha com o baixista Jimmy Iommi e o baterista Peter Bitelli ajudam a dar a sustentação necessária de forma brilhante a sonoridade do álbum. Destaque para o excelente cover do clássico “Born to Be Wild”.

No fim das contas, “Narita” não é nem de longe o melhor trabalho do Riot. Mas certamente é uma joia bem interessante perdida na bela história fonográfica do grupo. Recomendado com certeza!

Formação:
Guy Speranza (vocais)
Mark Reale (guitarras)
Rick Ventura (guitarras)
Jimmy Iommi (baixo)
Peter Bitelli (bateria)

Faixas:
Waiting for the Taking
49er
Kick Down the Wall
Born to Be Wild
Narita
Here We Come Again
Do It Up
Hot for Love
White Rock
Road Racin’

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