The Miracle foi o 13° álbum de estúdio do Queen, lançado em 22 de maio de 1989. A banda o gravou entre janeiro de 1988 e janeiro de 1989, em meio a turbulências como os problemas matrimoniais de Brian May (guitarrista) e de saúde do vocalista Freddie Mercury, que no ano anterior descobriu ter contraído o vírus HIV. A informação era exclusiva da banda e de sua crew até aquele momento, não tendo sido divulgada para a imprensa.
O álbum começa com “Party”, que mistura batidas eletrônicas com riffs e solos distorcidos, fazendo uma boa junção e combinando com o momento sonoro da banda, que já vinha de experimentações desse tipo em A Kind of Magic, LP anterior. O lado rock segue com “Kashoggi’s Ship”, que versa sobre um milionário que possuía, na época, um dos maiores iates privados do mundo.
The Miracle dá um grande salto de qualidade com a trinca que fecha o lado A da versão vinil do trabalho: a faixa-título “The Miracle”, que traz de volta o bom e velho clima “Queenesco” de uma canção conduzida pelos teclados e belas linhas vocais com influências de música clássica, com lindos solos de guitarra e uma cozinha que segura tudo com maestria.
Em seguida, a minha canção predileta de toda a discografia do Queen: “I Want It All”. Um rock sólido, com riffs pesados, solos agressivos, um refrão de arena e pela primeira e única vez na carreira da banda o baterista Roger Taylor usa pedal duplo numa canção. Há de se destacar também a potente performance vocal de Mercury. Infelizmente o mundo nunca pôde ver o Queen tocando essa canção ao vivo com Freddie, pois essa formação nunca mais se apresentou ao vivo desde 1986. Concluindo sobre “I Want It All”, a faixa tornou-se uma importante canção de protesto usada na África do Sul no movimento anti-Apartheid.
Fechando essa primeira metade vem “The Invisible Man”, que tem uma pegada mais pop eletrônico, e é uma boa canção.
A segunda metade de The Miracle tem bons momentos como “Breakthru”, que tem a mesma pegada da faixa anterior, porém com um pouco mais de guitarras torna-se mais empolgante e épica, “Scandal”, que tem melodias vocais cativantes e uma linha de teclados simples, mas marcantes, e “Was It All Worth It”, que tem um dos riffs mais legais e pesados de Brian May, além de uma letra bacana que resgata o passado da banda e em um tom mais melancólico para Mercury, que nas primeiras linhas da canção se pergunta “o que resta para mim nessa vida? Será que atingi tudo o que tinha em mente?”.
Na versão relançada em CD ainda há composições bônus e o destaque vai para uma pequena faixa instrumental chamada “Chinese Torture”, onde Brian May, com seu estilo característico de tocar e soar, faz solos que evocam o terror que as vítimas da famosa tortura chinesa da água gelada sentiam.
The Miracle não é um dos melhores álbuns da discografia da banda de modo geral, mas quando se engloba somente o que o Queen produziu nos anos 80, The Miracle tem clássicos que podem fazê-lo se destacar.
Queen – The Miracle
Data de lançamento: 22 de maio de 1989
Gravadora: Parlophone / Capitol
Tracklist:
1. Party
2. Kashoggi’s Ship
3. The Miracle
4. I Want It All
5. The Invisible Man
6. Breakthru
7. Rain Must Fall
8. Scandal
9. My Baby Does Me
10. Was It All Worth It
11. Hang On In There (versão CD)
12. Chinese Torture (versão CD)
Formação:
Freddie Mercury – Vocais, Teclados, Bateria eletrônica
Brian May – Guitarras, Violões, Teclado, Vocais de apoio
Roger Taylor – Bateria, Percussão, Bateria eletrônica, Teclados, Guitarra e Vocais de apoio
John Deacon – Baixo, Guitarra e Teclado
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