Um belo retorno às origens. Após a ousadia mostrada em “No Code” (1996) que gerou críticas positivas e negativas, além de uma leve queda na popularidade, o Pearl Jam voltava a incendiar o mercado com “Yield”, que retomava a sonoridade consolidada em álbuns como “Ten” (1991) e “Vs.” (1993). Gravado ao longo de 1997 em Atlanta e também em Seattle, cidade natal da banda e berço do grunge, o quinto registro de estúdio foi revelado em 1998 trazendo composições que, diferentemente dos trabalhos anteriores, não restringiram-se apenas ao vocalista Eddie Vedder, mas também aos demais integrantes da banda, a saber, os guitarristas Mike McCready e Stone Gossard, o baixista Jeff Ament e o então baterista Jack Irons, que deixou o grupo durante a turnê promocional do álbum em 1998, sendo substituído pelo ex-Soundgarden Matt Cameron, que permanece até hoje na banda junto aos outros quatro membros.
“Brain of J” já nos mostra que o álbum será agradabilíssimo de se ouvir, sendo uma música de ritmo rápido, que agita e contagia Possui uma pegada meio hard rock, que conta com ótimos riffs desempenhados por McCready. “Faithful” vem em seguida evidenciando como a voz de Vedder alterna bem entre momentos calmos e intensos, aliada à ótima instrumentalidade, sobretudo ao baixo de Ament. Isso também é notório em “No Way”, que traz, outrossim, um belo solo de guitarra e bateria numa batida em constância.
Uma das faixas mais conhecidas do álbum chega trazendo riffs simples, bateria num ritmo que lembra marchas e vocais um tanto quanto sombrios. Essa é a aclamada “Given to Fly”, que também se direciona para o hard. “Wishlist” não teve tanto destaque quanto à anterior, apresentando uma melodia que tende ao alternativo e solos marcantes. “Pilate” tem um refrão interessante, ecoado num estilo de clássicas bandas dos 50 e 60.
Para voltarmos à agitação, façamos a evolução! A mais notória faixa de “Yield” chega trazendo uma ambientação punk. Vedder explora mais os grunhidos e gritos do que a voz melodiosa e Gossard faz dupla função, executando com maestria guitarra e baixo. “Do the Evolution” é, definitivamente, um marco, sendo também a única canção do álbum a ganhar um clipe, em versão animada. Quem a segue é “🔴(The Color Red)”, faixa curta que mistura bateria, piano e vozes em falsete repetindo a mesma frase (“war, i’m crazy. war, i’m crazy, i’m war”). “MFC” também tem duração curta, mas nem por isso é menos impactante, vista que tem um solo maravilhoso.
O lado acústico do álbum é percebido em “Low Light”, uma linda música onde a guitarra fica em segundo plano para que o violão ganhe destaque. A letra é deveras bem trabalhada, e permite filosofar. “In Hiding” é dotada de incríveis arranjos, sendo do início ao fim uma excelente melodia. “Push Me, Pull Me” tem um que de psicodélico, com Vedder não cantando, mas narrando-a. Temos, por fim, a balada “All Those Yesterdays”, rica em arranjos e vistosa guitarra. Na realidade esta faixa apresenta duas músicas em uma. Isso porque a partir dos 5 minutos tem início uma faixa escondida intitulada “Hummus”, que é majoritariamente instrumental, sendo ecoado ao final o nome da mesma.
“Yield” logrou êxito em sua jornada, figurando no top 10 em várias paradas, sobretudo nos Estados Unidos. Permitiu ao Pearl Jam voltar a ter considerável notoriedade, mostrando que um dos principais nomes do grunge e, certamente, do rock mundial ainda tinha muitas contribuições a fazer em prol dos gêneros. Sendo você um apreciador ou não, vale a pena por demais ouvir.
Pearl Jam – Yield
Data de Lançamento: 3 de fevereiro de 1998
Gravadora: Epic Records
Tracklist:
1.Brain of J.
2.Faithfull
3.No Way
4.Given to Fly
5.Wishlist
6.Pilate
7.Do the Evolution
8.🔴 (The Color Red)
9.MFC
10.Low Ligh
11.In Hiding
12.Push Me, Pull Me
13.All Those Yesterdays
Formação:
Eddie Vedder – vocais
Stone Gossard – guitarra
Mike McCready – guitarra
Jeff Ament – baixo
Jack Irons – bateria