Roadie Metal Cronologia: Pearl Jam – Vs. (1993)

O Pearl Jam alcançou o estrelato logo de cara com seu álbum de estreia, Ten de 1991, que foi realmente um sucesso avassalador, com pelo menos quatro faixas que “estouraram” em todo o mundo; há inclusive quem pense que o disco se trata de uma coletânea (já presenciei isso).

Dois anos após todo esse sucesso, todos aguardavam apreensivos o segundo lançamento, e se todo aquele “boom” viria novamente; pois bem, no dia 19 de outubro de 1993 sai “Vs.”, o segundo “filho” do Pear Jam, que traz a banda se refugiando na obscuridade intencional – o título de seu segundo álbum, não apareceu em nenhuma parte da embalagem original, e eles se recusaram a lançar singles ou vídeos. (ironicamente, muitos fãs pagaram preços exorbitantes por CD singles importados, situação que a banda acabou corrigindo).

Menos oblíquo do que “Ten” em sua atualidade e, às vezes, totalmente dogmático; é um disco muito mais bruto e solto do que o debut de estreia, parecendo uma performance ao vivo, com Vedder praticamente rouco em algumas músicas.

A banda se esforça conscientemente para a espontaneidade, admiravelmente entrando em um novo território, algumas canções lembram punk, e também há algumas baladas acústicas, que são adequadas para o timbre de Vedder.

Às vezes, essa espontaneidade vem às custas da maravilhosa arte de Ten – algumas músicas aqui são simplesmente subdesenvolvidas, com estruturas de apoio que não parecem muito resistentes. Mas, de tudo que funciona, os roqueiros costumam ser assustadores em sua intensidade, e as canções mais reflexivas são hipnotizantes.

Vs. pode não atingir as alturas majestosas de Ten, mas traz um nível de canções excelentes como Go,             Daughter, Dissident, Rearviewmirror e Elderly Woman Behind the Counter in a Small Town.

Após o seu lançamento, o álbum estabeleceu o recorde de mais cópias de um álbum vendido durante sua primeira semana, um recorde que se manteve por cinco anos. Vs. ocupou o primeiro lugar na parada da Billboard 200 por cinco semanas, a duração mais longa para um álbum do Pearl Jam. O álbum foi certificado sete vezes platina pela RIAA nos Estados Unidos. Foi também o primeiro álbum da banda com o baterista Dave Abbruzzese, que se juntou à banda em agosto de 1991 e fez a turnê para o álbum Ten.

As canções do álbum abordam questões pessoais, sociais e políticas, e incluem abuso infantil (“Daughter”), cultura de armas (” Glorified G “), racismo policial (“WMA”) e mídia (“Blood”). “Daughter”, ” Dissident ” e “Elderly Woman Behind the Counter in a Small Town” são três canções para contar histórias.

“Glorified G”, uma canção que zomba dos entusiastas de armas, foi inspirada por um incidente que envolveu Abbruzzese dizendo à banda que tinha acabado de comprar duas armas, o que gerou uma conversa sobre armas dentro da banda. “WMA” foi inspirado por um incidente que aconteceu fora do estúdio de ensaio do Pearl Jam, no qual Vedder entrou em uma desinteligência com um grupo de policiais que perseguiram um amigo negro dele. “Rearviewmirror ” é sobre estar “em um carro, deixando … uma situação ruim”. “Rats” é sobre a ideia de que “os ratos são provavelmente muito mais admiráveis” do que os humanos. “Leash” e “Indifference”, é sobre tentar fazer algo para tornar a vida de outras pessoas melhor do que elas, mesmo que isso signifique passar pelo inferno, segundo Vedder.

A arte da capa do álbum, apresenta uma imagem em preto e branco de uma cabra angorá da Fazenda Lifeline em Victor, Montana. Segundo Jeff Ament (baixo e responsável pela foto), a capa era uma representação de como a banda se sentia na época, afirmando “nós éramos escravos”. O livreto do álbum contém desenhos e escritos adicionais de Vedder, incluindo uma página aparentemente rabiscada em uma reunião de negócios que diz “Eu nunca vou confiar em ninguém novamente”.

Ouça (caso ainda não conheça) pois é um dos grandes álbuns do Pearl Jam, com certeza.

https://www.youtube.com/watch?v=duWtG9HjhmM