Roadie Metal Cronologia: Paradise Lost – Symbol of Life (2002)

O álbum já inicia com a interessante mistura entre beats típicos de música eletrônica somados ao ostinato de guitarra que ditará o tema principal da música. Sem maiores vícios virtuosísticos tanto por parte instrumental quanto vocal, o ponto que mais chama atenção, além do refrão que se repete à exaustão, é o solo de teclado aos 2:16.

E por falar em teclados, o casamento entre o mesmo e os beats de eletrônica continuam a ditar a intro de “Erased”. Guiados pelo vocal que permanece carregado de drive e usando do mesmo range econômico da canção anterior, a música leva no refrão o ponto indubitavelmente mais marcante, a se ressaltar pela intervenção de uma voz feminina bela e doce na resposta do mesmo.

Os teclados voltam a atacar no princípio de “Two Worlds”, seguido logo pela guitarra que dobra a intenção da melodia iniciada pelas teclas. É incrível a capacidade da banda de criar esses climas sombrios, o que com escolha madura dos timbres, proporciona sempre um ótimo terreno pra que os vocais profiram o que a letra propõe.

“Pray Nightfall” é a primeira iniciada sob regência da guitarra até aqui, o que acaba por ser um elemento surpresa dentro do todo do álbum. E também a primeira onde temos mais predominância do vocal limpo, revelando um agradável resultado sonoro advindo da combinação destes dois elementos, o que sem dúvida é a escolha que mais se encaixa com o clima instrumental.

“Primal” já chega sombriamente linda, encontrando seu auge no trecho entre 16:20 e 16:43, seguindo no mesmo clima até o fim.

Duvido você não dar uma dançadinha quando “Perfect Mask” começar a tocar. Aquilo é pior que “I Will Survive” para entregar quem tiver se enrustindo. Além da letra emblemática, a simplicidade harmônica e rítmica da faixa segue o padrão instituído até aqui. Utilizando-se da máxima do “menos é mais”. Aos 21:15 tem mais dancinha viu? Pode se soltar aí enquanto ninguém tá vendo.

Quanto a “Mistify”, só digo que o riff inicial bem que poderia ter se repetido mais vezes, as intervenções de teclado juntamente à voz dão um tempero especial à composição. É daqueles pequenos detalhes cuja simples ausência estragaria a canção.

A faixa seguinte, nomeada de “No Celebration”, vem com um curto e belo solo de guitarras aos 28:40. A canção, a exemplo das anteriores, é muito bem interpretada, mas especialmente no final desta, a entrega do vocalista é impar.

“Symbol of Life” tem um groove de bateria que vicia os ouvidos. Seguido mais uma vez pela voz limpa de Nick Holmes com breves intervenções de drive nos momentos mais intensos até se aproximar do refrão, onde o ápice acontece. Como uma das exceções dentro deste trabalho, a guitarra tem mais destaque que os teclados aqui.

Aos 34:43 inicia-se “Self Obsessed”. Que já escancara o refrão logo na chegada. Com riffs pesados e graves, a faixa apresenta-se como a mais impactante do álbum, além de mais variada harmonicamente, com um solo de guitarra igualmente simples e eficiente aos 36:15.

“Chanel For The Pain” tem uma entrada rasgante de guitarra, seguida pelos teclados leves e vocais em dueto muito bem afinados. Logo após, temos energia levada ao extremo por parte do cantor. Exatamente do jeito que a música pede. Típico de quem sabe o que faz.

Narrar coisas sombrias sempre fica melhor com um instrumental adequado à proposta da letra. “Xavier” é uma daquelas acertadas em cheio. Especialmente na parte guitarrística. O fato de o vocalista ter uma classificação mais favorável aos registros graves, ajuda muito nesse intuito.

Que melodia linda ao piano! Só o começo de “Small Town Boy” já valeu e traz a sensação segura de que ouvimos um grande álbum! E mais surpreendente também, é a primeira intervenção vocal, com agudos ate então não explorados. A forma como a guitarra interage com o refrão também é merecedora de atenção especial.

Formação:
Nick Holmes – vocal
Gregor Mackintosh – guitarra
Aaron Aedy – guitarra
Stephen Edmondson – baixo
Lee Morris – bateria

Faixas:
01. Isolate
02. Erased
03. Two Worlds
04. Pray Nightfall
05. Primal
06. Perfect Mask
07. Mystify
08. No Celebration
09. Self-Obsessed
10. Symbol of Life
11. Channel for the Pain
12. Xavier (Dead Can Dance cover)
13. Small Town Boy (Bronski Beat’s cover)

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