Paradise Lost nunca ficou muito tempo no meu radar. Junto com My Diying Bride e Anathema, é uma banda que expressa no Doom Metal uma identidade mais voltada ao gótico, ou pelo menos essa sempre foi a minha percepção. A verdade é que a discografia do Paradise Lost é uma grande montanha russa completamente louca!
Seus discos agradam uma variedade absurda de públicos: alguns discos são extremamente densos, pesados e sombrios, outros são na pegada “Pop” Gothic Metal e alguns são quase um ponto fora da curva, totalmente “alternativos”, de Synth-Pop. Sem contar que, para mim, “Symbol Of Life” (2002) é um disco bem influenciado por Industrial, dependendo de quem ler isso pode me querer na cruz… Então seguindo!
Isso volta ao que tinha comentado, que a primeira impressão que tive era de uma banda de Doom Metal, e só. Na verdade é uma banda que consegue se reinventar com muita velocidade. Aparentemente com facilidade também, já que não é pra qualquer um conseguir transitar entre Gothic Metal, Doom Metal, Gothic Rock, Eletronic Rock e Synth-Pop.
O que me chama muita atenção é que, com exceção do baterista, a banda mantém a sua formação desde sua criação. Normalmente quando uma discografia tem tantas variações, meio que rolam mudanças de integrantes e as inevitáveis “divergências criativas”. O vocalista Nick Holmes, guitarristas Greg Mackintosh e Aaron Aedy, e baixista Steve Edmondson parecem ter uma relação bem OK para os padrões de bandas de metal, que normalmente tendem mais a brigar que tocar.
Antes de escrever este post, o único disco que tinha ouvido na íntegra foi “Draconian Times” (1995), um disco que me agradou bastante. Ouvir esse álbum me levou a bandas como Candlemass, Witchcraft e Eletric Wizard, e o Paradise Lost acabou ficando um pouco esquecido.
“Faith Divides Us – Death Unites Us” é o 12º lançamento do quinteto inglês, que mais uma vez funciona como ponto de virada da biografia da banda. Seus antecessores vinham em uma pegada mais Pop, um Gothic Metal mais tranquilo e ameno. Dessa vez eles soltam um disco pesado com atmosfera sombria, menos deprimente e mais opressora.
Algumas músicas tem riffs bem Death Metal, quase sujos e acelerando músicas que tendem a ser mais lentas. Algumas técnicas de clássicas do Black Metal também dão as caras, como Tremolo Picking, dando uma cara mais leve e veloz em um disco mais lento e pesado. Os vocais de Holmes chamam bastante atenção, hora tendo mais aspereza e agressividade, hora sendo mais limpo e calmo.
A longa carreira de discos totalmente inesperados e diferentes entre si deram uma bagagem para a banda produzir um disco como “Faith Divides Us – Death Unites Us”. Um trabalho que não fica preso ao rótulo de um estilo. Acredito que agrade mais a quem gosta de Doom Metal – como os laçamentos do próprio Paradise Lost durante a década de 90 – ou Gothic Metal.
Para quem se perdeu da banda, assim como eu, “Faith Divides Us – Death Unites Us” é uma boa forma de reatar relações!
Formação:
Nick Holmes – vocal
Gregor Mackintosh – guitarra
Aaron Aedy – guitarra
Stephen Edmondson – baixo
Peter Damin – bateria
Faixas:
01. As Horizons End
02. I Remain
03. First Light
04. Frailty
05. Faith Divides Us, Death Unites Us
06. The Rise Of Denial
07. Living With Scars
08. Last Regret
09. Universal Dream
10. In Truth
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8/10