Tenho muito respeito pela história discográfica do Paradise Lost, seu debut, Lost Paradise (1990), é um dos melhores álbuns de Doom/Death Metal da história, mas depois de Darconian Times (1995), a banda se distanciava cada vez mais de sua sonoridade inicial, não que Draconian… seja ruim, só não tinha os elementos negros e aterrorizantes do início. A atmosfera mudou, o som mudou e nem todos viram com bons olhos essas mudanças.
“Believe In Nothing” foi lançado em 2001 e lembro que quando o ouvi pela primeira vez não soube bem o que era. Era Gothic Rock? Era Metal? Na falta de classificação dizia apenas que eles era o Paradise Lost. Ainda hoje não sei categorizar o som, pois podemos observar elementos de Gothic, Hard Rock, Metal, Industrial, enfim de tudo um pouco. Ele poderia facilmente ser tocado em alguma boate Dark/Gothic. Tem até alguns elementos dançantes. Os vocais de Nick Holmes, que geralmente são agressivos e potentes, aqui são chatos e cansativos. As guitarras ainda dão um destaque ao álbum, apesar de não empolgar, ainda soam positivamente.
As duas primeiras faixas, “I am Nothing” e “Mouth”, se destacam como melhores no álbum, trazem peso e ótimos riffs de guitarras. “Mouth” por exemplo, tem um ótimo refrão e alterna momentos lentos com um peso meio tímido. É uma daquelas faixas que ficam na sua cabeça, inclusive essa faixa foi lançada como videoclipe – que parece algo extraído do vídeos do R.E.M – juntamente com “Fader”, que se sairia bem como musica do Alice in Chains, ou de qualquer outra do movimento de Seattle. A minha predileta no álbum continua sendo “Illumination”, tem uma atmosfera melancólica – triste mesmo – e é cantada com emoção por Holmes.
Originalmente o álbum tinha um tracklist diferente, a pressão da gravadora, fez a banda voltar ao estúdio para escrever alguns singles, “Mouth”, “Fader” e “Sell It to the World” foram os resultados dessas sessões de gravação. As músicas que eles substituíram foram usadas mais tarde como lados B.
Em geral, a banda, não ficou insatisfeita com este álbum, como podemos ver em seu (auto) biográfico DVD “Over the Madness”. Muito disso decorreu da pressão exercida pela gravadora. Felizmente, levando em consideração o titulo do álbum, não devemos acreditar em nada, pois depois de um tempo a banda foi acordando e, felizmente, recuperou sua sonoridade típica.
Formação:
Nick Holmes – vocal
Gregor Mackintosh – guitarra, teclados, programação e arranjos
Aaron Aedy – guitarra
Stephen Edmondson – baixo
Lee Morris – bateria
Faixas:
01. I am Nothing
02. Mouth
03. Fader
04. Look At Me Now
05. Illumination
06. Something Real
07. Divided
08. Sell It To The World
09. Never Again
10. Control
11. No Reason
12. World Pretending